Barroso da Fonte
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Leio em Ecos de Basto «as três tentações de Cavaco Silva». Assina as 2 colunas o «Engº Luís F. Lopes», com asterisco que reforça o grau académico do articulista «Prof. Doutor da UTAD». Não sei onde dependura o pote. Mas académico tão doutoral,merece continência.
A meio desta sua
perlenga afirma: «nós os socialistas e muitos outros Portugueses que
acreditamos nele» (D. Sebastião o tal que morreu em 4/8/1578),necessitará de
Betadine para as feridas resultantes da sua penosa batalha de Alcácer-Quibir».
Este naco de «real» Sebastianismo é aqui chamado por este «doutor da UTAD», a
pretexto da «maior tentação de Cavaco» para retardar a decisão do PR. E
justifica: «a construção do argumento já foi iniciada pelos miolos pensantes da
Direita». E o «arroubo» triunfal deste opinador, destina-se a defender os
deputados que – coitados – atacá-los «é atacar o povo que neles votou». O que
eles acordarem «é irrevogável. Ora, nenhum ser humano poderá garantir tal
coisa, muito menos os políticos – ensina a prática política contemporânea que a
palavra dada só com muita dificuldade poderá ser honrada...» Pedir a António
Costa um novo acordo não será humano». A este «engº prof. Doutor da UTAD»
assiste o direito de defender os deputados e a «inequívoca maioria de
Cabeceiras de Basto. Mas não admite o contraditório quando condena «os
Sebastianistas que anunciam a morte política de António Costa». Ele «está vivo
e vai governar». Outro equívoco imperdoável: o distraído articulista alude a
uma «inequívoca maioria em Cabeceiras de Basto, correspondente a 4.394 votos,
ou seja: 48,4%». A que ato eleitoral se reporta? É que nas últimas
legislativas, Cabeceiras e todo o distrito, como em todo o país, a Coligação
venceu. Em Cabeceiras o PS perdeu por 45,16%, contra 42,11%. Talvez tenha sonhado
com uma vitória online. Assim como seu ídolo é hoje primeiro ministro sendo
vergonhosamente derrotado.
Este doutoral, engº Prof da UTAD, não terá
estudado lógica,nem exercitou o mérito do silogismo. Nem saberá que a filosofia
é, por definição,a mãe de todas as ciências.
Por isso lhe recomendaria a leitura do artigo
do seu camarada António Barreto,publicado no DN de 8/11/2015. Esse artigo
conclui que «O Parlamento não existe». E se perguntar ao também seu camarada
António José Seguro e aos seus apoiantes,ouvirá da boca deles que não é da
direita que surgem os «miolos pensantes» que refere. Para o poupar à procura do
libelo de António Barreto deixo-lhe aqui uns laivos desse artigo para lhe abrir
o apetite.
«Olha-se para São Bento
e o que se vê?
Uma casa assombrada. Um
Parlamento inútil, inoperante e incapaz. Se alguém tinha dúvidas sobre a
qualidade, o valor e o papel da Assembleia da Republica,tem agora matéria para
ser esclarecido: um período de um mês, talvez mais, em que o nosso pobre
Parlamento revela à luz do dia, a todo o mundo, a sua futilidade, a sua
dependência do governo, a sua função de arena de mau gosto, a sua falta de
espírito de corpo, a sua ausência de orgulho e a sua deficiência de honra!
Eleitos há mais de um mês, os deputados passeiam-se pela intriga partidária.
Só se preocuparam com a
eleição do novo presidente, que imediatamente se vestiu de valete de copas, às
ordens do seu partido e de um futuro governo ainda em estado gasoso. Aos 230
deputados, não lhes ocorreu reunir, discutir, debater, organizar os seus
trabalhos, criar comissões,estabelecer ordens do dia e agendas para os próximos
meses, começar a preparar projetos de lei, coligir informação, analisar
situações reais nos vários sectores da vida, olhar para a execução orçamental,
estudar a sério as PPP, voltar a olhar para os grandes casos que ainda hoje
ameaçam a democracia (BPN, BPP, BCP, CGD, PT, Cimpor, BES, GES...) e fazer
qualquer coisa que se veja, que interesse ao país e que justifique o vencimento
que recebem. Dizem que, desculpa de preguiçosos, estão à espera do programa do
governo...»
Procure ler o artigo
completo e, antes de abordar temas partidários, procure não ludibriar os
leitores.Fui amigo de verdade do fundador desse Jornal. Se ele fosse vivo não
autorizaria a publicação desse infeliz artigo.
Borroso da Fonte
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