Quando em 1864 nasceu
Henri Marie Raymond, conde de Toulouse-Lautrc- Montfa, a sua família, que
pertencia a uma das casas mais nobres de França, embora ainda rica,
encontrava-se bastante afectada pela sanguinidade. As leis de Napoleão
provocaram numa nobreza francesa já bastante afectada, os casamentos entre
primos para assim manter a pouca riqueza que restava nas suas famílias. Os pais
de Lautrec eram primos direitos, assim como a sua tia e tio. Henri e os seus
irmãos sofriam de nanismo. E Lautrec nunca teve dúvidas sobre as causas da sua
doença (baixa estatura-media 1,50 m), provavelmente uma variante da
osteopetrose designada picnodisostose.
Este dotado pintor é
conhecido no mundo da arte pela autoria de obras que rabiscou em cabarets
parisienses, retratando as matronas e a vida notívaga de Paris. Certa noite, no
Irish and American Bar de Montmartre,
um dos seus poisos favoritos, duas das matronas discutiam sobre um cachorrinho
cujas patas tremiam com displasia das ancas. A dona do cão admitindo que o
mesmo não era bonito insistia que era de raça pura. A outra galhofava e gozava
a parceira por esta insistir no pedigree
do cachorro. A dona do cachorrito não desarmou e virando-se para Henri que estava
sentado a seu lado fazendo um dos seus geniais esboços, disse: “Diga-lhe,
Monsieur, que o meu cão pode perfeitamente ser feio e no entanto ter pedigree”. Henri, descendo do banco onde
se sentava, saudou-a com a mão suja do carvão com que desenhava murmurando: “A
quem o dizes”.
Armando
Palavras
⃰ Escrito inspirado no
Ciclo de Conferências em Educação Especial – Março a Junho de 2015 - Oeiras
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