segunda-feira, 25 de maio de 2015

Palmira, a cidade de Zenóbia

PALMIRA - sitio arqueológico

Aquiles lutando com Pentesilea

São conhecidas as confrontações entre Gregos e as Amazonas, as mulheres guerreiras. O mito perdurou no tempo, à custa das imagens inscritas na cerâmica e sarcófagos gregos, ou de relatos gregos e romanos. A primeira referência a estas mulheres e a Pentesilea, uma das suas rainhas, foi feita na Ilíada, o conto épico de Homero sobre a guerra de Tróia, escrito no século VIII a.C.
No século V a.C. Heródoto, o historiador grego, faz-lhes referência. Alguns biógrafos de Alexandre dizem que este conheceu uma das suas rainhas, Taléstris, que teve um filho seu. Facto contestado por Plutarco.
Amazona lutando com soldado grego - sarcófago
Com mulheres guerreiras, tiveram os Romanos alguns problemas: Teuta (rainha da Ilíria), Sofonisba (princesa de Cartago), Chiomara (esposa do chefe de uma tribo da Galacia, na actual Turquia), Cleoptra (rainha do Egipto), Mavia (no sul da Siria), Walleda (sacerdotisa germana), Amanirenas (rainha de Kush, Sudão) e Zenóbia (rainha de Palmira).
Durante o domínio romano, a Siria tornou-se a fronteira oriental do Império. E deu, com Séptimo Severo, origem a uma dinastia de “imperadores sírios”, os Severos. Nesse extenso território, Palmira, um oásis de palmeiras no deserto, tornou-se numa das cidades provinciais mais importantes do Império. Situada a 243 Km a noroeste de Damasco, unia as rotas comerciais da Mesopotâmia, India e China, com as do Mediterrâneo, as da Anatólia e as do Egipto. Daí a sua importância estratégica. Por essa razão, os romanos acarinhavam-na de tal modo que Adriano lhe atribuiu em 129 o título de cidade livre, rebaptizando-a como Palmira Adriana.
Zenóbia - desenho de Miguel Ângelo
Odenato é seu governador no tempo de Valeriano. Morre juntamente com o seu herdeiro em 267 em circunstâncias estranhas. Substitui-o a sua segunda esposa, Zenóbia. Que se torna rainha de Palmira e conhecida por se rebelar contra o Império. Aureliano persegue-a e prende-a quando se preparava para atravessar o Eufrates para pedir auxílio ao monarca da Pérsia. Aureliano não a mandou executar. A lenda conta duas versões: Umas fontes dizem que o imperador romano lhe deu uma vila próxima de Tibur onde passou o resto dos seus dias, outras dizem que casou com um senador romano.
Fosse como fosse, uma revolta local em Palmira um ano depois, deu origem a que Aureliano arrasasse a cidade. E assim ficou até aos dias de hoje. As suas ruínas, contudo, eram objecto de estudo de numerosos especialistas, pois mantinham o essencial do que fora uma importante cidade romana – traçado em retícula, com o cardo e o decumano, as suas portas, os seus edifícios públicos, etc.
Com o ISIS lá dentro nem uma pedra com 2000 anos de história restará para contar a grandeza de outrora, apagando-se uma vela do conhecimento humano.
Tanta tecnologia para nada. Não impediu que uma multidão de energúmenos arrase uma parte do Património da Humanidade, como já o havia feito na antiga Mesopotâmia (Iraque).
Armando Palavras

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