PALMIRA - sitio arqueológico |
Aquiles lutando com Pentesilea |
São conhecidas as
confrontações entre Gregos e as Amazonas, as mulheres guerreiras. O mito
perdurou no tempo, à custa das imagens inscritas na cerâmica e sarcófagos
gregos, ou de relatos gregos e romanos. A primeira referência a estas mulheres
e a Pentesilea, uma das suas rainhas, foi feita na Ilíada, o conto épico de
Homero sobre a guerra de Tróia, escrito no século VIII a.C.
No século V a.C.
Heródoto, o historiador grego, faz-lhes referência. Alguns biógrafos de
Alexandre dizem que este conheceu uma das suas rainhas, Taléstris, que teve um
filho seu. Facto contestado por Plutarco.
Amazona lutando com soldado grego - sarcófago |
Com mulheres
guerreiras, tiveram os Romanos alguns problemas: Teuta (rainha da Ilíria),
Sofonisba (princesa de Cartago), Chiomara (esposa do chefe de uma tribo da
Galacia, na actual Turquia), Cleoptra (rainha do Egipto), Mavia (no sul da
Siria), Walleda (sacerdotisa germana), Amanirenas (rainha de Kush, Sudão) e
Zenóbia (rainha de Palmira).
Durante o domínio
romano, a Siria tornou-se a fronteira oriental do Império. E deu, com Séptimo Severo,
origem a uma dinastia de “imperadores sírios”, os Severos. Nesse extenso
território, Palmira, um oásis de palmeiras no deserto, tornou-se numa das
cidades provinciais mais importantes do Império. Situada a 243 Km a noroeste de
Damasco, unia as rotas comerciais da Mesopotâmia, India e China, com as do
Mediterrâneo, as da Anatólia e as do Egipto. Daí a sua importância estratégica.
Por essa razão, os romanos acarinhavam-na de tal modo que Adriano lhe atribuiu
em 129 o título de cidade livre, rebaptizando-a como Palmira Adriana.
Zenóbia - desenho de Miguel Ângelo |
Odenato é seu
governador no tempo de Valeriano. Morre juntamente com o seu herdeiro em 267 em
circunstâncias estranhas. Substitui-o a sua segunda esposa, Zenóbia. Que se
torna rainha de Palmira e conhecida por se rebelar contra o Império. Aureliano
persegue-a e prende-a quando se preparava para atravessar o Eufrates para pedir
auxílio ao monarca da Pérsia. Aureliano não a mandou executar. A lenda conta
duas versões: Umas fontes dizem que o imperador romano lhe deu uma vila próxima
de Tibur onde passou o resto dos seus dias, outras dizem que casou com um
senador romano.
Fosse como fosse, uma
revolta local em Palmira um ano depois, deu origem a que Aureliano arrasasse a
cidade. E assim ficou até aos dias de hoje. As suas ruínas, contudo, eram
objecto de estudo de numerosos especialistas, pois mantinham o essencial do que
fora uma importante cidade romana – traçado em retícula, com o cardo e o decumano, as suas portas, os seus edifícios públicos, etc.
Com o ISIS lá dentro
nem uma pedra com 2000 anos de história restará para contar a grandeza de
outrora, apagando-se uma vela do conhecimento humano.
Tanta tecnologia para
nada. Não impediu que uma multidão de energúmenos arrase uma parte do Património
da Humanidade, como já o havia feito na antiga Mesopotâmia (Iraque).
Armando Palavras
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