sexta-feira, 24 de abril de 2015

Do Dia do Pai ao do Trabalhador



Por: Costa Pereira


A 18 de Dezembro de 2011 escrevia eu no blogue Vilar de Ferreiros o seguinte: “Depois de já terem assaltado o santuário da Sª da Graça e a igreja ou capela do Fojo, onde roubaram a imagem do padroeiro São José, lá voltaram o mês passado agora para roubar o sino e como sempre deixar a marca de vandalismo. E como é preciso aproveitar as boas marés e até poupar no tempo e nas viagens, estes "amigos do alheio" passaram pela vizinha aldeia de Covas e levaram também o sino da capela”. Volto à carga, porque em foto recente que vi da capela do Fojo, o sino ainda não apareceu….
 


 E pelo que se vê, a imagem de São José também não. Dizia ainda eu: “Aqui há uns 40 ou 50 anos atrás, aí de quem na região de Basto ousasse fazer um roubo em espaço sagrado, como igreja ou cemitério! Não era a Igreja que o excomungava, era o povo quem o excluía e a Justiça condenava”.   



Mas nem por isso deixou de se festejar aqui o Dia do Pai, como aconteceu no passado 19 de Março, com capela ou igreja cheia e eucaristia muito participada e celebrada pelo pároco, Sr. Padre João, abade de São Pedro de Vilar de Ferreiros (Mondim de Basto).
Temos aí mais outra data em que São José é comemorado, porque assim os trabalhadores do universo cristão querem e o festejam nessa data como seu protector.  E vamos a destacar o motivo: O 1º de Maio – que este ano calha à sexta-feira - é uma data que recorda a primeira grande manifestação nas ruas de Chicago, onde mais de 500 mil trabalhadores de todos os Estados Unidos, em 1886 se pronunciaram a favor de um horário de trabalho. Atitude que três anos depois, em 1891, se repetiu em França com o Congresso Operário Internacional em homenagem às lutas sindicais de Chicago. São estes os factos principais que assinalam a origem do Dia do Trabalhador.
Antes de 1886, os trabalhadores não pensavam em exigir os seus direitos, apenas trabalhavam. Em Abril de 1919, o Senado Francês ratificou as 8 horas de trabalho e proclamou o dia 1º de Maio como feriado, e um ano depois a Rússia fez o mesmo. Em Portugal, os trabalhadores festejaram a realização do primeiro 1º de Maio, em 1890. Para dar sentido ético e nobre a este evento que se comemora quase em todo o mundo, Pio XII, em 1955, instituiu a festa de “São José Operário”, com liturgia própria e São José, padroeiro dos trabalhadores. Nesta festa que nada tem a ver com o 19 de Março, Dia de São José ou Dia do Pai, o Santo Patriarca surge como protector de quem trabalha honradamente e desse modo honra a profissão servindo a classe e a sociedade em que está integrado. Se com o 25 de Abril não se tivesse posto fim às “brigadas florestais” que no Fojo até então estavam instaladas para limpar as matas e evitar os fogos, por certo que no próximo 1º de Maio que aí vem, lá voltaria a ir o Padre João celebrar para todos. E de novo havia uma capela cheia com gente do lugar; mesmo sendo o inicio do Mês de Maria, e no Monte Farinha, Nossa Senhora da Graça exigir mais cuidados no "iteiro".


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