Por: Costa Pereira
E pelo que se vê, a imagem de São José também
não. Dizia ainda eu: “Aqui há uns 40 ou 50 anos atrás, aí de quem
na região de Basto ousasse fazer um roubo em espaço sagrado, como igreja ou
cemitério! Não era a Igreja que o excomungava, era o povo quem o excluía e a
Justiça condenava”.
Mas
nem por isso deixou de se festejar aqui o Dia do Pai, como aconteceu no passado
19 de Março, com capela ou igreja cheia e eucaristia muito participada e
celebrada pelo pároco, Sr. Padre João, abade de São Pedro de Vilar de Ferreiros
(Mondim de Basto).
Temos
aí mais outra data em que São José é comemorado, porque assim os trabalhadores
do universo cristão querem e o festejam nessa data como seu protector. E vamos a destacar o motivo: O 1º de Maio –
que este ano calha à sexta-feira - é uma data que recorda a primeira grande
manifestação nas ruas de Chicago, onde mais de 500 mil trabalhadores de todos
os Estados Unidos, em 1886 se pronunciaram a favor de um horário de trabalho.
Atitude que três anos depois, em 1891, se repetiu em França com o Congresso Operário
Internacional em homenagem às lutas sindicais de Chicago. São estes os factos
principais que assinalam a origem do Dia do Trabalhador.
Antes
de 1886, os trabalhadores não pensavam em exigir os seus direitos, apenas
trabalhavam. Em Abril de 1919, o Senado Francês ratificou as 8 horas de
trabalho e proclamou o dia 1º de Maio como feriado, e um ano depois a Rússia
fez o mesmo. Em Portugal, os trabalhadores festejaram a realização do primeiro
1º de Maio, em 1890. Para dar sentido ético e nobre a este evento que se
comemora quase em todo o mundo, Pio XII, em 1955, instituiu a festa de “São
José Operário”, com liturgia própria e São José, padroeiro dos trabalhadores.
Nesta festa que nada tem a ver com o 19 de Março, Dia de São José ou Dia do
Pai, o Santo Patriarca surge como protector de quem trabalha honradamente e
desse modo honra a profissão servindo a classe e a sociedade em que está
integrado. Se com o 25 de Abril não se tivesse posto fim às “brigadas
florestais” que no Fojo até então estavam instaladas para limpar as matas e
evitar os fogos, por certo que no próximo 1º de Maio que aí vem, lá voltaria a
ir o Padre João celebrar para todos. E de novo havia uma capela cheia com gente
do lugar; mesmo sendo o inicio do Mês de Maria, e no Monte Farinha, Nossa
Senhora da Graça exigir mais cuidados no "iteiro".
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