sexta-feira, 24 de abril de 2015

Com armas não se brinca


Por: Costa Pereira
        
  As greves são uma arma que a democracia colocou ao serviço dos trabalhadores para os defender da tirania e abuso dos empregadores, mas como arma que é não se pode usar dela para brincar ou arranjar modo de ter mais uns dias de férias além dos determinados por lei. Não duvido que muitos dos empregados neste país tenham razão para lutar por uma vida melhor que nestes últimos anos perderam, mas não é com greves constantes e por vezes mal programadas que conseguem os seus objectivos, prejudicando de forma injusta os utentes desses mesmos serviços. Na quarta-feira, dia 22, foi o Metropolitano que com a Transtejo e Soflusa decidiram trabalhar a meio gás, pois decidiram marcar uma concentração no Cais de Sodré, para as 10h00. E o Zé que já pagou o passe, que espere que plenário acabe. Mesmo assim, com atraso, lá tratei dos meus afazeres da parte da manhã.
          No mesmo dia, marcou a Carris uma greve de 24 horas, mas que o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social, decretou serviços mínimos. Tudo muito bem só que esta balbúrdia laboral só dá do país uma péssima imagem e os prejudicados são os portugueses. Notei isso na gare do Metro de São Sebastião com muitos estrangeiros carregados de bagagem à espera de transporte. Mas o curioso é que nem greve existiu, tanto o Metro, como a Carris funcionaram, apenas serviram mal. Dai que só pelo transtorno que fizeram aos utentes habituais e mau nome que dão pais, era muito bem feito que as empresas empregadoras não pagassem o dia aos promotores de fracassos destes. Só a quem trabalha e deixa trabalhar. Foi um dia politizado, em que também no Largo do Rato, António Costa recebeu as Centrais Sindicais para lhes falar das medidas macroeconómicas que o PS se propõe apresentar aos portugueses. E o qual recebeu já por parte do vice-primeiro-ministro, Paulo Portas, uma critica arrasadora. Alega “que o programa económico socialista contém vários riscos, podendo transformar-se num novo memorando de entendimento. Em abono do PS, há coerência num ponto, ironizou Portas: "O PS à troika nos levou uma vez e, se lhe déssemos novo mandato, à troika nos levaria uma segunda vez". A verdade para já é que nem as centrais sindicais estão confiantes e ao que parece nem mesmo dentro do PS existe consenso. Quanto à “CGTP diz que o cenário macroeconómico apresentado pelo PS não é uma alternativa à actual política de Direita. Arménio Carlos diz que pequenos ajustamentos não chegam”. Por parte da UGT, Carlos Silva “deixou "alertas" ao PS sobre o seu cenário macroeconómico, designadamente em matéria de legislação laboral, e advertiu que a reforma da Segurança Social não pode ser feita com o ruído de uma campanha eleitoral”. Com armas não se brinca….


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