sábado, 21 de fevereiro de 2015

Nota explicativa de Jorge Golias sobre o «Apontamento Histórico de Mirandela»

 Da antiga fortaleza, que no século XIII terá sido uma das mais impressionantes de Trás-os-Montes, apenas resta a Porta de Santo António, formada por um arco com uma espécie de terraço em cima, que era inicialmente a zona de trânsito da muralha. Sobram também pequenos troços de muralha com algumas fiadas de pedra.


Jorge Golias
6- Nota explicativa de Jorge Golias sobre o «Apontamento Histórico de Mirandela» – O facto de as ossadas se encontrarem fora das muralhas do castelo e, portanto, ser estranho haver construções ali, deve-se ao facto de, em 1518, já não haver castelo de pé (O P.e Ernesto Sales, in Mirandela-Apontamentos Históricos, no Vol I, pág.49, escreve: «No começo do séc. XVI já nada restava do castelo, e pouco das muralhas que foram traçadas para defesa da vila»). Com efeito o castelo de Mirandela, tardio, talvez o último de Portugal, dos primeiros anos de 1300, foi o primeiro a desaparecer. D. Dinis quis prendar a sua amante, D. Branca Lourenço, doando-lhe Mirandela, e protegendo-a com um roqueiro que, quando acabou de ser construído, não fazia falta nenhuma. Primeiro porque a vila esteve sempre fora das incursões espanholas e segundo porque, depois de Aljubarrota (1385) deixou de ter qualquer préstimo, potencial que fosse. A pedra das muralhas foi aproveitada para muitas construções de casas de moradores e solares dos morgados. Há ruas como a da Ponte (Luciano Cordeiro), S. Cosme e Rosário (a mais comprida rua medieval) em que a muralha foi aproveitada como parede exterior do casario.
Porta de santo António
Acresce ainda referir que nestes primeiros anos do séc. XIV estava em finais reconstrução a ponte romana (assente em fundações e talhares da arquitectura do Lacio). Tal significa que aquela zona da vila era a mais frequentada, trabalhando ali toda a equipa de construção.
Se depois da datação dos corpos encontrados se constatar que há vários do mesmo ano ou anos juntos, pode concluir-se que tal facto de deverá à peste negra que grassou nesses anos do reinado de D. Manuel.
Jorge Lage

 (Pela verdade histórica, Jorge Golias é autor de mais esta nota 6)


Jorge Lage – jorgelage@portugalmail.com – 29NOV2014
Provérbios ou ditos:
         Toca gaiteiro, se não, não ganhas as castanhas! (Dizia o povo, para animar, nas Festas dos Rapazes de Deilão (retirado do livro a publicar - memória imaterial da castanha)]
         Cortiços é boa terra, dá de beber a quem passa, mas os de Sernadela são de má raça. (Retirada do livro etnolinguística de Mirandela, a publicar).
         Na morte e na boda verás quem te honra.

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