De Rerum Natura
Com os
conquistadores que regressavam a Roma, chegou também a rica herança que se
tinha acumulado, ao longo de 500 anos, nas dispersas cidades da Grécia
continental.
Tito
Lucrécio Caro, um poeta romano entusiasmado com esses tesouros da lavra de
Demócrito ou Epicuro, anunciou-os em poesia latina, no seu poema épico
filosófico “Da Natureza das coisas” [De
Rerum Natura], composto em hexâmetros homéricos sucintos, ricos e
poderosos.
Vénus é
o único deus que o poeta adora. Denuncia os rituais pagãos de animais, ou os sacrifícios
humanos. E conta a história de Ifigénia sacrificada por causa de uma brisa.
Proclama,
como Demócrito, que “nada existe a não ser os átomos e o vazio”, que a alma [anima]
é um “sopro vital”. Conta-nos ainda, num belo resumo de antropologia antiga,
como se desenvolveu a Civilização.
É uma
poesia soberba onde engrandece as visões de Empédocles, a ciência de Demócrito
e a Ética de Epicuro.
Lúcrécio
é, sem dúvida, o maior filósofo de todos os poetas, como o foram depois dele
Catulo, Cícero e Virgílio.
Armando Palavras
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