A cidade do Huambo foi fundada em 1912 e
baptizada com o nome de Nova Lisboa, em 1928. Chegando a ser proposta para
capital de Angola. Pelo traçado das suas ruas e avenidas deixa perceber quão
importante e próspera era, antes do desentendimento entre angolanos lhe ter
provocado as feridas que vão demorar a sarar.
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Como dei a perceber, a viagem desde o Alto
Hama até à capital da província do Huambo foi feita sob forte trovoada, mesmo
assim ainda houve coragem para ir a um restaurante da cidade dar ao dente.
Depois foi recolher algures na Rua dos Ministros e toca a descansar que
no dia 16 é outro dia.
Manhã cedo, os angolanos não dormem a
manhã na cama, foi abrir a janela do meu quarto para as traseiras do prédio e
logo uma torre com um galo que me fez lembrar Barcelos...Era segunda-feira, dia
de escola para quem estuda, e na rua cada aluno passava carregando além do
livro e caderno com a cadeira para se sentar. Cá também foi assim, e já no meu
tempo.
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Antes de sair do Huambo, havia que passar
por um supermercado e abastecer de víveres, pois nas aldeias do interior nem
sempre há o que se quer. Enquanto as mulheres foram às compras, fiquei eu no
jipe donde tirei uma foto com a imagem triste duma cidade que acredito há-de
voltar a ser formosa e alegre. Com um até breve, parti pela estrada de
Benguela, passando por Caala, para ao cabo de uns 80km, tomar a direcção do
Bongo cuja placa de orientação assinala o desvio.
Silo de Caala, inativo como parte das
grandes estruturas produtivas do país. Que pena!
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Encontrado o desvio que me conduz ao destino
que me trouxe a Angola, o Bongo, não tarda a encontrar também a acolhedora
mansão que rodeada de mata e campo, me vai servir de quartel general para gozar
as férias mais proveitosas da minha
vida.
Com guarda, de dia e noite, não há bicho
que entre em casa, mas antes a presença amiga e simpática dos encarregados pela
segurança de pessoas e bens.
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No Bongo já existiu um dos mais famosos
hospitais de Angola, que guerra destruiu, e hoje nem para acolher os residentes
da Missão oferece condições. Tantos portugueses se recordam dele e lamentam a
sua destruição!
Aonde dantes se ia procurar cura para as
enfermidades melindrosas, pastam agora os animais que as carraceiras
acompanham.
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Constou-se-me que pensam reabilitar o
aldeamento e de novo implantar ali o hospital, bom era que isso acontecesse,
porque as populações residentes e de toda a região carecem de protecção
sanitária e de postos de trabalho.
Lá como cá, no campo as mulheres raramente
vêm da lavra de mãos vazias, também ali se mais não for, pelo menos molhos de
vassouras no cesto trazem.
Vassouras que na eira, onde o piso faz
farinha dão muito jeito.
Com tempo para ver, pensar e sentir,
prometo dar desta terra e gente a imagem mais aproximada que souber do seu
viver e agir.
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Desta vez fico-me por um comentário em língua
espanhola a que dei resposta, mas não transcrevo por vergonha do meu reles
espanhol:
“Encantadoras
las fotos. Tienes fotos de Benguela?
De hecho, da pena que no se aproveche el edifício para un hospital, seguro que el pueblo lo necesita y merece.
Gracias por el relato y imagenes, por cierto que no nos llegan frecuentemente noticias de Angola.
Saludos”
De hecho, da pena que no se aproveche el edifício para un hospital, seguro que el pueblo lo necesita y merece.
Gracias por el relato y imagenes, por cierto que no nos llegan frecuentemente noticias de Angola.
Saludos”
continua
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