segunda-feira, 7 de julho de 2014

A caminho de Huambo (Angola)


COSTA PEREIRA
Portugal, minha terra.

Luanda não era o meu destino para estadia, por isso no dia seguinte ao da chegada foi só assistir à Missa Dominical que manhã cedo teve lugar na igreja paroquial da Sagrada Família, e logo após, já com a trouxa no Land Rover, arrancar, pela saída de Viana, em demanda da cidade de Huambo, percorrendo terras das províncias de Luanda, Bengo, Kwanza Norte e Kwanza Sul.
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O transito em Luanda é infernal, se regras há, ninguém as respeita. Por isso cada um procura ser o primeiro...Dai que as distâncias tanto em Luanda como no resto do país não se meçam em km., mas em horas... Chegasse, quando se chegar!
Os cerca de 200 km. que separam Luanda da vila do Dondo foram percorridos a ver e apreciar a paisagem empoeirada que tem no muito movimento rodoviário e trabalhos na via publica os principais responsáveis. Distraído, deixei por recolher imagens de terras, como Viana, Catete, Maria Teresa e até da vila do Dondo.
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Mas aqui, à saída e inicio da subida para o Alto Dondo, decidi pegar na máquina e recolher uma foto daquilo que são hoje os "táxis" de duas rodas, em Angola: a motorizada. E bem jeito faz este tipo de locomoção, numa terra onde os transportes públicos além de escassos não vão aonde vai a motorizada e a carrinha wolkswagem. No Alto Dondo, aproveitei para esticar as pernas e no restaurante das Bombas meter também alimento no estomago. As 4h,30 que demorei a percorrer os cerca de 200 km que separam Luanda deste conhecido local, impunham este obrigatório stop.
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Após uma ligeira refeição há que não perder tempo, pois a placa de sinalização é bem explicita: faltam quase 500 km. para vencer.
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Estrada fora aí vai ele, conduzido por mão segura e do terreno conhecedora. Como no deserto, cuidado com as miragens!!! Se é certo que o Instituto de Estradas de Angola (INEA) está empenhado num conjunto de acções que visam a reabilitação de infra-estruturas rodoviárias e pontes por todo o país, o certo também é que os muitos troços de boa estrada que já existem estão ainda manchados por inúmeros desvios de terra batida que dificultam a normal circulação.
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No caminho do Alto Dondo para Cela ou Waku-Kungo (antiga Santa Comba) verifiquei muito isso, mas também fiquei com a impressão que tudo vai melhorar a curto prazo. O cenário é belo e deslumbrante com pedras enormes a dominar a paisagem.
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Em viagem
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Não é uma roda perdida na estrada, mas a roda suplente do jipe.
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Uma das pedras gigantes ao perto
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Um dos aldeamentos típicos de Angola
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As horas correm e vamo-nos aproximando de Waku-Kungo, sede do município de Cela, onde o projecto Aldeia Nova, destinado a dar terras para cultivar e criar gado, às populações residentes nos aldeamentos e aos ex-desmobilizados das FAPLA e FALA, bem como às respectivas familias , encontrou acolhimento.
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Sinais desse projecto são já evidentes nas redondezas da monumental igreja que ressai na paisagem e muito vizinha de Waku-Kungo.
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Igreja de Cela, em ruínas
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Em Waku-Kungo, nova paragem aqui para aliviar a bexiga e tomar uma bebida fresca, no Hotel Ritx da terra, que já foi um hotel de luxo. É tempo das chuvas e trovoadas, que vai de Setembro a Abril aqui o fim do dia chuvoso começou a desenhar-se para a partir do Alto Hama pegar a sério.
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(Clique nas imagens para aumentar)
Quando o céu escorresse a paisagem fica triste. Por isso não se tiram fotos, pois ficam piores do que são...
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Ao anexar alguns comentários cujos comentadores não identifico, pretendo também valorizar esta reportagem que em Tempo Caminhado estou a fazer, e nessa linha aqui deixo mais dois comentários que este post a seu tempo mereceu:

Angola é linda...não restam dúvidas!
E se as houvesse, aqui estão as fotos do nosso querido amigo para atestar essa evidência.
No passado, Angola foi o celeiro de Portugal, com milhares de Portugueses que para lá emigraram, a garantirem ás suas famílias uma situação económica, que aqui seria impossível.
Hoje, o fenómeno repete-se, embora com outras particularidades.
No passado, havia exploração e excessos de zêlo, que muito contribuíram para o desencadear da guerra ( chamada terrorismo).
Hoje é bom, mas é diferente. Temos que nos habituar a respeitar para sermos respeitados.
A filha do nosso COSTA PEREIRA, tenho a certeza que não tem problemas em coabitar nessa imensidão de etnias.
Respeitar para ser respeitado, é o lema do êxito.
A minha filha, está também a projectar ir trabalhar para Luanda, num dos principais diários daquela cidade Angolana. Se isso acontecer, lá estamos nós de malas aviadas a caminho de Angola para visitar os nossos filhos. É a globalização e não há nada afazer”
Ao mesmo respondi:
Oxalá que os desejos da sua filha se concretizem , mas só com o preto no branco...A vida lá é muito cara e nem sempre o que se vende de boca tem rótulo de garantia...Depois lá é que são elas. Quanto à minha filha: gosta de África e de todos os africanos. Por isso é estimada e respeitada pelos angolanos com quem priva mais de perto.
Um abraço de conterrâneo amigo, e pode ser que calhe...Mas, não estou muito para aí virado..
.”

                                                                                                                           Continua

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