Comentário
Nem
Rousseau, nem Marx acertaram nas causas da pobreza. A propriedade privada não
causa pobreza, quanto muito, cria riqueza.
Uma das
causas (talvez a principal) da pobreza está na promulgação das más leis.
Nos tempos modernos, Edmund Burke aflorou o problema com algumas máximas. E
Montesquieu dedicou-lhe (às leis) obra.
Desde
sempre que o homem se guiou por regras de conduta que deram origem às leis. E
desde sempre os bons governantes procuraram promulgar leis justas, ou
seja, com carácter universal.
Atente-se,
por exemplo, em Hurukagina, rei de Lagash (Suméria – séc. XXIV a.C.) e Sólon,
legislador grego, apenas para citarmos dois justos da Antiguidade. Ou mesmo
Hammurabi (Babilónia – c. 1750 a. C.) ou Lipit-Ishtar (c. 1600 a.C.).
Todos
tiveram em comum, quando promulgaram os seus códigos, a bondade e a verdade, a
lei e a ordem, a justiça e a liberdade, a rectidão e a franqueza, a piedade e a
compaixão.
As suas
reformas foram breves, mas impressionaram de tal forma os seus contemporâneos e
os antigos “historiadores” que perduraram no tempo, deixando sementes. Marco
Aurélio seguiu-lhes os passos, assim como Augusto. Outros tantos, ao longo da
História, beberam-lhes o suco, transformando-se em pequenos oásis, sempre
intercalados pela ganância, pela perversidade e pelas governações medíocres.
São,
pois, as más leis, a maior causa da pobreza, porque impedem o
desenvolvimento do bem geral (do bem comum) e das pessoas de mérito, para
protegerem os interesses de grupo.
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