segunda-feira, 30 de junho de 2014

Jorge Lage - NOTAS DE RODAPÉ (109) - I - Publicidade e Associação "Rabo de Peixe"



Jorge Lage
1- Há publicidade por atacado que provoca o efeito contrário – Há anos, mudei o seguro do meu carro, contra todos os riscos, para a «Seguro Directo», com o intuito de ficar melhor servido. Puro engano, porque quando o carro fez sete anos, sem ter qualquer acidente, a seguradora cancelou-me o seguro contra todos os riscos e oferecia-me um «contra terceiros». Fiquei a perceber que o que parece fácil dá muitas voltas e torna-se difícil. Melhor dizendo, devemos avaliar bem certos passos que vamos dar nem que soa a campainha das facilidades. Hoje nem quero ouvir o nome destas companhias facilitadoras de seguros. Mas, o que eu queria dizer-vos é como muitos fazem publicidade por atacado que nos pode magoar até. Pois bem, no dia de aniversário da morte da minha Mãe, recebo uma mensagem no meu «iphone», a convidar-me a ir ao centro comercial «Minho Center» fazer uma compra para a minha Mãe. Achei a mensagem de mau gosto e pensei que não o podiam fazer em pior dia. Já me chegava o que sofro ao longo da vida por a ter perdido, como se perdesse um pedaço de mim mesmo.

 

2- «Rabo de Peixe (Açores) sabe sonhar» – A demagogia barata leva os políticos a fazer o contrário do que o bom-senso aconselha. Portugal está a tentar controlar o seu endividamento externo, a que os credores internacionais (troika) nos obrigam. Esta incompetência teve paralelo na 1.ª República com os influentes republicanos (maçónicos) a endividarem o país e a empurrarem-nos para uma longa ditadura. Com o caminhar do 25 de Abril a demagogia foi-se acentuando, ao ponto do «Engenheiro da Rapoula» meter o barco das contas públicas a pique e ter de chamar os credores. Estamos todos a pagar com língua de palmo e havemos de continuar porque quem manda são os credores. O corte nos salários e nas reformas tem sido o caminho para não entrar tanto no bolso dos políticos e clientelas. Nos Açores têm cozinhado dinheiro para passarem ao lado da crise. Também, esta parece passar, em parte, ao lado da pobreza de Rabo de Peixe. Recentemente, para minorar a pobreza de Rabo de Peixe apareceram na paróquia de S. Victor - Braga, na missa das nove, umas jovens da associação, «Rabo de Peixe sabe sonhar». Fizeram um peditório para este projecto que luta por melhores condições para as crianças pobres. Afinal, o Governo Regional açoriano, podia ser mais socialista, e não só parecê-lo, e repartir mais com esta ou outras bolsas de pobreza que, porventura, se desenhem naquelas ilhas. Os parabéns aos jovens católicos que escolhem um caminho nobre e desafiador para levar um pouco mais de sol e dignidade aos que mais precisam, nos «rabos de peixe» e nas «ilhas» do continente.


Estes dois textos pertencem a um conjunto intitulado NOTAS DE RODAPÉ (109. Vai ser publicado em três 
para se usufruir de melhor leitura


Sem comentários:

Enviar um comentário

Poucos mas bons (o combate ao tráfico de escravos)

  A Marinha Portuguesa teve um destacado historial de combate ao tráfico de escravos ao longo do século XIX. Poucos, mas Bons – Portugal e...