sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

"CHAVES ROMANA" de Manuel Carvalho Martins em análise de Jorge Lage

                                                 Cidade de CHAVES      - Fonte: http://esoterismo-kiber.blogs.sapo.pt/2010/03/?page=8

JORGE LAGE

Livro «Chaves Romana»

Um novo livro do filólogo e historiador, Manuel José Carvalho Martins, com o título «Chaves Romana – A Via Romana XVII», para além de fazer luz sobre a primitiva «Aur» ou mais tarde «Aquas», depois «Aquas Flavias» e hoje Chaves. Livro editado pelo «Grupo Cultural Aquae Flaviae», aponta-nos onde fica (com grande certeza) a mítica «Ciada» (cidade) ou Caladunm (cidade fortificada) e provável capital dos Equésios e com os Bíbalos em Vilar de Perdizes, fazem parte dos 24 povos ou «civitates» do Convento Bracaraugustano.
Manuel José Carvalho Martins, que prefaciou o meu livro «Falares de Mirandela, com mais de 90 anos, editou a monografia «Por Aquas Flavias», sobre a cidade de Chaves e região e que tem complementado com melhorias sucessivas, tendo saído já a 4.ª edição.
O livro, Chaves Romana, veio fazer luz sobre a História de Chaves e tem dado a conhecer aspectos nunca tratados, com esteio nos seus grandes conhecimentos de Filologia, pondo-os ao serviço da «janela luminosa da toponímia», como refere.
Manuel Carvalho Martins
A localização de Caladunum tem aparecido nos locais mais bizarros, pelo que, Manuel Carvalho Martins, lhe dedica um documentado capítulo, começando pela evolução do topónimo «Gralhas» (Ciada/Calladunum). Cita uma carta de Távora e Abreu a D. Jerónimo Contador de Argote, de 14 de Maio de 1723: «Umas ruínas que se vêem por cima de Montalegre, caindo sobre Gralhas aonde está uma grande povoação arruinada que bem pode ser Caladunum». Esta tese aproxima-se da apontada por arqueólogos portugueses, espanhóis e franceses, situando a velha cidade ou Ciada entre as povoações de Solveira e Gralhas.
A Via de Antonino, de Bracara (Braga) a Asturica (Astorga), na zona de Chaves seguiria pela Vila de Monforte, Vale de Armeiro, Vinhais e Soeira, com ramal para a capital dos Zoelas, Castro de Avelãs (Bragança). Os Zoelas, nossos antepassados, ocupavam as terras até à margem esquerda do rio Tua na actual Mirandela. Os Flávios, com a capital em Aquas (Chaves) estendiam-se até à margem direita do rio Tua. De Chaves partia uma via pela Condeixa, Vilarandelo e Ponte de «Baltelhas».
Os romanos serviram-se das vias peninsulares existentes, melhorando-as e ligando-as com novas quando o interesse militar e comercial o reclamavam. Um mapa de Portugal Romano, deixa perceber quão importante eram os minérios, principalmente o ouro, e paralelo aos filões das minas de Jales, Três Minas (Vila Pouca de Aguiar), Valdanta (Chaves) e Poço das Freitas (Boticas), havia as minas de Macedinho (Vila Flor), Vila Verde e S. Salvador (Mirandela). Assim, Mirandela como lugar, ou lugares, no tempo dos romanos seria um local de passagem.
O livro de Manuel Carvalho Martins e que aconselho a sua leitura atenta pode ser pedido à Associação Cultural Aquae Flaviae (Chaves). Parabéns à Associação Aquae Flaviae por esta importante publicação e, principalmente, a Manuel Carvalho Martins por este arrojado e documentado estudo.

Jorge Lage – 09JAN2014

R. S. VICTOR 73 – 4Dto - 4710-439 BRAGA – TELEM. 964624132 - e-mail: jorgelage@portugalmail.com


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