O caso Miró transporta-nos para uma imagem
de um hipotético casal A. Próspero e prendado com três rebentos, a dada
altura da vida, deparam-se com uma situação de aflição. Ela desempregada, e ele
também.
A prioridade coloca-se na alimentação dos
filhos. Sem dinheiro, recorrem a bens patrimoniais. Entre eles, a aliança de
casamento. Não é necessário discorrer sobre a importância simbólica do
artefacto. Ponderadas as questões, pergunta-se: O que é que qualquer casal
faria?
Não temos dúvida que optaria por vender a
aliança. Para assim, alimentar os filhos.
... de mordoma. |
Gabriela Canavilhas que foi Ministra da
Cultura naquela sinistra governação socialista (de José Sócrates) de má memória
(por ter levado o país à bancarrota), alguma vez passou por uma situação idêntica?
Julgamos que não (e ainda bem). Se um dia passar saberá dar valor às
prioridades. E neste momento, a prioridade do país é sair da bancarrota. Ao
preço a que a governação a que Gabriela pertenceu o colocou!
Um determinado tipo de cultura só é prioridade em Estados prósperos,
não em Estados cujos cidadãos (uma grande maioria) vivem ao nível dos servos da
gleba.
Quando o Império Romano, um Estado próspero
“caiu” nas mãos dos bárbaros, a Europa atravessou um período de mais de meio
milénio em desespero. E a primeira a sofrer as consequências foi a Cultura.
A Europa deve aos monges medievais, agrupados em pequenas bolsas (mosteiros), a preservação da mesma. Mas os monges não estavam preocupados com a comida na sua comunidade. Tinham-na em abundância. Ao contrário do actual Estado português que, na verba inscrita no Orçamento de 2014 para ser atribuída à Direcção Geral do Património Cultural (que gere todos os museus e todos os monumentos de Portugal), é de 33 milhões de euros. Um preço inferior ao da colecção de Miró (36 milhões!).
A Europa deve aos monges medievais, agrupados em pequenas bolsas (mosteiros), a preservação da mesma. Mas os monges não estavam preocupados com a comida na sua comunidade. Tinham-na em abundância. Ao contrário do actual Estado português que, na verba inscrita no Orçamento de 2014 para ser atribuída à Direcção Geral do Património Cultural (que gere todos os museus e todos os monumentos de Portugal), é de 33 milhões de euros. Um preço inferior ao da colecção de Miró (36 milhões!).
Armando Palavras
Post-scriptum
Se a colecção for vendida (que é o mais certo), o Estado deveria acautelar meia dúzia de quadros. A colecção não perderia valor e o país acrescentaria valor patrimonial com obras relevantes.
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