sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O caso Miró


O caso Miró transporta-nos para uma imagem de um hipotético casal A. Próspero e prendado com três rebentos, a dada altura da vida, deparam-se com uma situação de aflição. Ela desempregada, e ele também.

A prioridade coloca-se na alimentação dos filhos. Sem dinheiro, recorrem a bens patrimoniais. Entre eles, a aliança de casamento. Não é necessário discorrer sobre a importância simbólica do artefacto. Ponderadas as questões, pergunta-se: O que é que qualquer casal faria?

Não temos dúvida que optaria por vender a aliança. Para assim, alimentar os filhos.

... de mordoma.
Gabriela Canavilhas que foi Ministra da Cultura naquela sinistra governação socialista (de José Sócrates) de má memória (por ter levado o país à bancarrota), alguma vez passou por uma situação idêntica? Julgamos que não (e ainda bem). Se um dia passar saberá dar valor às prioridades. E neste momento, a prioridade do país é sair da bancarrota. Ao preço a que a governação a que Gabriela pertenceu o colocou!

Um determinado tipo de cultura só é prioridade em Estados prósperos, não em Estados cujos cidadãos (uma grande maioria) vivem ao nível dos servos da gleba.

Quando o Império Romano, um Estado próspero “caiu” nas mãos dos bárbaros, a Europa atravessou um período de mais de meio milénio em desespero. E a primeira a sofrer as consequências foi a Cultura. 
A Europa deve aos monges medievais, agrupados em pequenas bolsas (mosteiros), a preservação da mesma. Mas os monges não estavam preocupados com a comida na sua comunidade. Tinham-na em abundância. Ao contrário do actual Estado português que, na verba inscrita no Orçamento de 2014 para ser atribuída à Direcção Geral do Património Cultural (que gere todos os museus e todos os monumentos de Portugal), é de 33 milhões de euros. Um preço inferior ao da colecção de Miró (36 milhões!).
Armando Palavras

Post-scriptum

Se a colecção for vendida (que é o mais certo), o Estado deveria acautelar meia dúzia de quadros. A colecção não perderia valor e o  país acrescentaria valor patrimonial com obras relevantes.

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