quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dian Fossey, a mãe dos gorilas

Hoje, o Google presta uma homenagem a Dian Fossey, estudiosa e defensora dos gorilas e chimpanzés.
Durante quase duas décadas, Dian Fossey desenvolveu uma campanha apaixonada para salvar da extinção os gorilas da montanha nos montes Virunga, na África Oriental. A sua dedicação determinada fê-la entrar em conflito tanto com os caçadores furtivos como com o Governo do Ruanda.

Dian Fossey – a rainha dos macacos


Dian Fossey estava longe de ser uma pessoa incontroversa. No entanto, os seus amigos mais íntimos consideravam-na uma mulher de bom coração e muito dedicada e chamavam-lhe a Rainha dos Macacos. Devido em grande parte aos seus esforços, os gorilas da montanha na África Oriental deixaram de ser uma espécie ameaçada. No Parque Nacional dos Vulcões, no Ruanda, vivem hoje pelo menos 20 famílias de gorilas, enquanto, nos meados da década de 70, havia apenas metade desse número.
Graças às suas pesquisas sobre o modo de vida e comportamento destes animais, Dian Fossey derrubou o mito, inspirado por Hollywood, do temível e feroz King Kong. Começando por observar de uma distância prudente os dóceis gigantes cujos focinhos parecem feitos de couro, ela acabou por se misturar com eles, imitando os seus grunhidos e adquirindo a sua linguagem corporal. Aprendeu assim, por exemplo, a apertar os braços para significar amizade e a abaixar-se para nunca parecer mais alta que o chefe do grupo.
Com o tempo, foi aceite pelos animais quase como um deles, e sentava-se durante horas no seu grupo, mordiscando o aipo-bravo de que ramo gostavam e sendo mesmo autorizada a coçá-los e a catá-los.

Dian Fossey na África


dian fossey
O seu interesse por África foi despertado por um jovem admirador rodesiano, mas Dian Fossey achou que o casamento era um preço demasiado alto por um bilhete para o Continente Negro. Começou então a poupar dinheiro, e em 1963 partiu para África.
Na Tanzânia conheceu o célebre antropólogo Louis Leakey, que lhe perguntou o que queria ainda ver. Ao ser informado de que a sua maior ambição era ver os gorilas da montanha da região vulcânica de Virunga, Leakey quis saber se o interesse que ela sentia era como espectadora ou como jornalista. Uns dias depois, ela via os seus primeiros gorilas. Ao deixar a África, Dian não tinha dúvidas de que regressaria para passar a sua vida com os animais. Quatro anos depois, com um subsídio da National Geographic Society, ela criava a Estação de Investigação de Karisoke.

O relacionamento de Dian Fossey com os nativos


Os nativos chamavam-lhe nyiramachabelli, “a mulher solitária da floresta”. Avançou muito nos seus estudos sobre os animais e deve-se-lhe grande ajuda em salvá-los da extinção. Os seus motivos e os seus métodos continuam, porém, sujeitos a discussões. O seu relacionamento extremamente pessoal com os gorilas da montanha ultrapassou não só o interesse científico como a afeição normal que a maioria das pessoas sente pelos animais. O seu amor pelos gorilas contrastava nitidamente com o ódio implacável que nutria pelos caçadores furtivos, que destruíam o habitat e matavam os animais: perseguía-os inflexivelmente, confiscando-lhes as armas e até chicoteando-os pessoalmente.
Em breve entrava em conflito não só com os caçadores furtivos, mas também com as autoridades do Ruanda, que esperavam abrir ao turismo o espectacular parque vulcânico, ao que Dian se opunha firmemente. Os seus gorilas não eram exemplares de jardim zoológico, e Dian Fossey ameaçava atirar sobre qualquer turista que se aproximasse da sua estação. Esta dedicação inabalável acabou por arranjar-lhe muitos inimigos – entre eles, sem dúvida, o assassino desconhecido que a matou brutalmente em Dezembro de 1985.
Dian Fossey foi sepultada ao lado de Digit, o seu gorila predilecto, no cemitério que ela mesma fez para aqueles que eram a sua única família!
Gorillas in the Mist é um filme verídico que retrata a história e a vida de Dian Fossey, mulher empenhada e lutadora, que nunca desistiu do seu sonho e que foi o causador de seu falecimento!

Mais sobre Dian Fossey

dian fossey
Dian Fossey recebeu instrução em trabalho de campo com chimpanzés da especialista Jane Goodall, e começou a assistir e registrar o comportamento de gorilas-das-montanhas. O trabalho dela levou-a para o então Zaire e depois para Ruanda onde abriu o centro de Pesquisa Karisoke.
Após anos de observação paciente, os gorilas vieram a conhecer e confiar nela, e descobriu que podia sentar-se no meio de um grupo e até mesmo brincar com os jovens. Conheceu os animais como indivíduos e até mesmo lhes deu nomes.
Em 1980, foi para Inglaterra e ingressou na Universidade de Cambridge onde obteve um doutoramento em zoologia. Depois obteve uma posição como professora na Universidade de Cornell em Nova Iorque, onde escreveu sobre suas experiências no Ruanda. Em 1983, a obra foi publicada como Gorilas in the Mist (Gorilas na Bruma). No ano seguinte retornou ao Centro de pesquisa Karisoke para continuar sua pesquisa e trabalho de campo.
Quando seu gorila favorito, Digit, foi morto para obtenção de suas mãos (com a qual se faz cinzeiros), Fossey começou uma campanha contra a atividade. Seus discursos, infelizmente, tornaram-na um alvo da violência por parte dos caçadores furtivos e dos elementos corruptos do exército do Ruanda. Em 1985 Dian foi encontrada assassinada em sua cabana. Ninguém jamais achou o seu assassino, embora suspeitem que seja um caçador de gorilas.
O seu legado mantém-se vivo em várias organizações e sociedades dedicadas a salvar da extinção um de nossos parentes primatas mais próximo. Graças ao trabalho de Fossey, a consciência do mundo para com a extinção do gorila-das-montanhas aumentou, e os animais são protegidos agora pelo governo ruandês e várias organizações de conservação internacionais, inclusive o Dian Fossey Gorilla Capital.

  1. Notícias sobre Dian Fossey



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