segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Mário Soares na sombra do Sol - O ensino como negócio


 

                         Mário Soares na sombra do jornal Sol


Comentário

Que o ensino em Portugal se tornou um negócio, já não é segredo para ninguém. Sobretudo depois daquele consulado execrável de José Sócrates e das suas duas ministras da Educação. A propensão marginal para a asneira, nesse período, não tem paralelo em nenhuma etapa da História portuguesa. Porque à grande maioria dessa gente faltava uma cultura onde a formação científica estivesse em harmonia com uma formação humanística equilibrada. Quem dessa gente se preocupava em ler os clássicos greco-latinos como Catulo, Horácio, ou Sófocles? Ou os modernos? Quem dessa gente revisitava (se é que alguns alguma vez os leram) entre outros, Platão, Aristóteles, e Kant? Quem dessa gente se preocupava com a problemática da Física, da Química, ou da Biologia? Quem dessa gente discutia as grandes questões? Ninguém. A evolução do espectro das profissões, ou o impacto da evolução tecnológica (duas questões importantíssimas), pouco ou nenhum interesse teve para esse tipo de gente. Que lhes interessou o significado económico e social do princípio da incerteza e da Teoria do Caos, o problema da origem da vida ou do Universo, o problema da energia e os limites do desenvolvimento[1]? Para eles, o importante era o momento, o imediato. As consequências desses desafios em nada pesaram nas decisões politicas desse período. A qualidade foi proscrita. E os professores, pressionados para a inflação das notas (cujo paradigma se mantém). Sete anos de mediocridade serão sempre sete anos. Corrigi-los é difícil. E anulá-los, muito mais. Mas é preciso, com urgência, pelo menos corrigir as patifarias desse consulado, ou jamais sairemos da bancarrota a que nos trouxe.



[1] Houve, em tempos, gente desse espectro político (não ideológico) a quem isto interessou enquanto governante, como por exemplo o professor Veiga Simão. Por isso a grande diferença entre homens como ele e gente como aquela.

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