Mário Soares na sombra do jornal Sol
Comentário
Que o ensino em Portugal se
tornou um negócio, já não é segredo para ninguém. Sobretudo depois daquele
consulado execrável de José Sócrates e das suas duas ministras da Educação. A
propensão marginal para a asneira, nesse período, não tem paralelo em nenhuma
etapa da História portuguesa. Porque à grande maioria dessa gente faltava uma
cultura onde a formação científica estivesse em harmonia com uma formação
humanística equilibrada. Quem dessa gente se preocupava em ler os clássicos greco-latinos
como Catulo, Horácio, ou Sófocles? Ou os modernos? Quem dessa gente revisitava
(se é que alguns alguma vez os leram) entre outros, Platão, Aristóteles, e
Kant? Quem dessa gente se preocupava com a problemática da Física, da Química,
ou da Biologia? Quem dessa gente discutia as grandes questões? Ninguém. A
evolução do espectro das profissões, ou o impacto da evolução tecnológica (duas
questões importantíssimas), pouco ou nenhum interesse teve para esse tipo de
gente. Que lhes interessou o significado económico e social do princípio da
incerteza e da Teoria do Caos, o problema da origem da vida ou do Universo, o
problema da energia e os limites do desenvolvimento[1]? Para
eles, o importante era o momento, o imediato. As consequências desses desafios em
nada pesaram nas decisões politicas desse período. A qualidade foi proscrita. E
os professores, pressionados para a inflação das notas (cujo paradigma se
mantém). Sete anos de mediocridade serão sempre sete anos. Corrigi-los é
difícil. E anulá-los, muito mais. Mas é preciso, com urgência, pelo menos
corrigir as patifarias desse consulado, ou jamais sairemos da bancarrota a que
nos trouxe.
[1]
Houve, em tempos, gente desse espectro político (não ideológico) a quem isto
interessou enquanto governante, como por exemplo o professor Veiga Simão. Por isso a grande
diferença entre homens como ele e gente como aquela.
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