sexta-feira, 25 de maio de 2012

Francisco José Viegas – Regresso por um rio[1]


                                                     SABOR, o último rio selvagem                                                                 
Francisco José Viegas
“As gentes da aldeia, sempre ouvi dizê-lo, têm um rio nos olhos, entra-lhes pelos ouvidos dentro o rumor da sua água, nas narinas o cheiro dos limos e das romãs, na boca o sabor da terra. É gente estranha, coleccionam cronologias das pedras que tocaram, uvas maduras no seu tempo. No meio da aldeia passa um rio, esse rio que fica gravado no coração de quem o vê – por isso, não é sangue que corre pelas veias das gentes da aldeia, mas uma torrente danada, o rio, que lhes canta nas artérias, como se um rio cantasse eternamente ao longo das estações. Saberá isso quem demorar o seu olhar pelas pequenas quintas espalhadas ao longo do vale, entre as pedras que mergulharam um dia no rio à procura de antigos mortos, entre os limos, sabor de ervas, sol, laranjas pintadas sobre os pomares”.

Francisco José Viegas, Regresso por um rio, 1987


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Consultar este Blogue - VII Encontro pelo Rio Sabor | 8 a 10 de Junho - Lagoa - Macedo de Cavaleiros, publicado a 21 de Maio (2012) – Segunda Feira



[1] O texto de Francisco José Viegas, datado de 1987, pode referir-se a qualquer rio do Mundo. Nós quisemos que fosse ao SABOR.

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