quinta-feira, 3 de maio de 2012

"A Cidade e as Serras", 247 páginas de excelente literatura por 2.50 euros


Chegar demasiado cedo a um encontro, provoca alguma inquietação que se traduz, normalmente, na constante verificação dos ponteiros do relógio. Para a colmatar procura-se um quiosque, compra-se o jornal e espera-se sentado a lê-lo pelos respectivos convivas. Foi o que nos aconteceu um dia destes.
Como ali não havia nenhum quiosque, entramos numa livraria. Dirigimo-nos para uma rima de autores portugueses. E o que logo nos veio à mão foi “A Cidade e as Serras” de Eça. Como nos lembramos  do já mítico “pensativo cigarro”, fumado por José Fernandes (de Noronha e Sande), antes do almoço, levámo-lo porque custava tanto como o jornal. E assim (revisitando Jacinto e Zé Fernandes nas suas deambulações por Paris com sede no 202, e ao mesmo tempo os meandros do nosso antigo Liceu Alexandre Herculano, no Porto), com 2.50 euros levamos 247 páginas (cerca de 32 m de papel) de excelente literatura, com uma introdução de Carlos Reis. Fizemos o mesmo que o Eterno da visão de Zé Fernandes “que lia Voltaire, numa edição barata, e sorria”. Nós lemos Eça, e também sorrimos.
Bem nos veio à memória Karl Popper, para quem o “milagre grego” se devia, em grande parte, à revolução editorial assistida na Grécia Clássica.

Armando Palavras

Desfrutem desta pérola. São seis páginas retiradas desta publicação. Setenta e dois centímetros de papel com uma prosa suprema!




QUEIRÓS, Eça, A Cidade e as Serras (texto integral),
Biblioteca Ulisseia de autores portugueses, 6ª ed., Braga,
2001

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nova Tertúlia de Mentirosos

  SINOPSE   BERTRAND As melhores histórias do mundo são anónimas. São contos, são filosóficos e vêm do mundo inteiro. São zen ou sufi, chi...