terça-feira, 14 de outubro de 2025

Carta aberta ao candidato Marques Mendes


Conheci o jovem Luís Marques Mendes quando ele tinha 21 anos. E, embora ele tenha nascido no hospital velho de Guimarães, em 5 de setembro de 1957, por nessa altura ainda não haver hospital em Fafe, nasceu em Azurém, a cerca de 100 metros do Castelo da Fundação de Portugal. Por isso, diz muitas vezes ter vindo ao mundo em Guimarães.

O 25 de Abril de 1974 apanhou-o a terminar o liceu. Luís Marques Mendes passou grande parte do tempo do chamado ano de serviço cívico a fazer política, comícios, sessões de esclarecimento, em nome da JSD no distrito de Braga. Aos 18 anos foi candidato pelo PPD à autarquia de Fafe e foi eleito vereador daquela Câmara. Com a entrada de Cavaco Silva no governo e, sempre aconselhado e apoiado pela dupla, de dois tubarões, dos mais influentes do Minho: Eurico de Melo e Fernando Alberto Ribeiro da Silva, representando sempre e, incondicionalmente, a conspiração política de Braga, encontraram em Marques Mendes uma espécie de intervenção quase divina, que esse jovem estudante de direito, em Coimbra, e de líder ideológico, não só do norte, como em todo o país.

Em 1975, também o signatário deste texto veio lá de Trás-os-Montes, com 23 anos de jornalismo que, desde 2017, o proclamou decano do jornalismo lusófono, com 72 anos ininterruptos desta atividade.

Marques Mendes (MM) mudou-se de armas e bagagens para Lisboa, quando Cavaco Silva o convidou para ser o Secretário de Estado da Comunicação Social e, mais tarde, seu Ministro da mesma pasta. A minha transferência de Chaves para Guimarães coincidiu com essa escolha política de Marques Mendes, para a carreira política. Com ele, o país como que descobriu uma agulha num palheiro. O Gabinete de Imprensa, de Guimarães, aliou-se a uma série de jovens fafenses, com cheiro no jornalismo. E MM, ainda estudante, depressa soube conjugar a formação jurídica com a tendência política à flor da pele e, com o faro na servidão do país real, os seus 68 anos certificam-no como um dos mais calejados portugueses do meio centenário de democracia que se completou em 5 de setembro último.

A sua ligação ao jornalismo, algum tempo como necessidade de preparação linguística e, depois como governante, ora como Secretário de Estado, ora como Ministro, conseguiu criar as rádios locais e toda a legislação que não existia, e que dirimiu, disciplinou e estabeleceu apoios logísticos benéficos e moralizadores.

Na qualidade de co-fundador e dirigente do GI e do IPIR e das carências do sector que dirigi, entre 1982 e 1985, na delegação do Norte da Comunicação Social, coube-me o entendimento genuíno do, então diretor-geral, Manuel Figueira, limpar, de vez, os resquícios de uma tentativa do PREC que Marques Mendes - e muito bem - extinguiu, dissolvendo a Delegação do Norte, para o que muito contribuiu a substituição do responsável militar do Norte pelo Brigadeiro Pires Veloso.

João Pedro Cardoso exarou: «Não fosse Pires Veloso a substituir o Corvacho e estávamos desgraçados. Pires Veloso foi o Homem forte, íntegro, destemido e frontal que veio no momento certo. Portugal precisa de um Pires Veloso.»

Marques Mendes pôde cumprir essa missão, pela vida fora, e Cavaco Silva pôde escolhe-lo para que o país cumprisse a verdadeira democracia. Pude contribuir para que estes dois altos quadros da cidadania portuguesa superassem tamanha crise.

Na qualidade de Decano dos jornalistas portugueses vivos, entendo transcrever uma carta que Marques Mendes me enviou quando cessou as funções que ele exerceu no X Governo Constitucional. Obviamente terá o meu incondicional apoio como candidato ao próximo cargo de Presidente da República.


Barroso da Fonte




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