Em
1975, também o signatário deste texto veio lá de Trás-os-Montes, com 23 anos de
jornalismo que, desde 2017, o proclamou decano do jornalismo lusófono,
com 72 anos ininterruptos desta atividade.
Marques
Mendes (MM) mudou-se de armas e bagagens para Lisboa, quando Cavaco Silva o
convidou para ser o Secretário de Estado da Comunicação Social e, mais tarde,
seu Ministro da mesma pasta. A minha transferência de Chaves para Guimarães
coincidiu com essa escolha política de Marques Mendes, para a carreira
política. Com ele, o país como que descobriu uma agulha num palheiro. O
Gabinete de Imprensa, de Guimarães, aliou-se a uma série de jovens fafenses,
com cheiro no jornalismo. E MM, ainda estudante, depressa soube conjugar a
formação jurídica com a tendência política à flor da pele e, com o faro na
servidão do país real, os seus 68 anos certificam-no como um dos mais calejados
portugueses do meio centenário de democracia que se completou em 5 de setembro
último.
A sua
ligação ao jornalismo, algum tempo como necessidade de preparação linguística
e, depois como governante, ora como Secretário de Estado, ora como Ministro,
conseguiu criar as rádios locais e toda a legislação que não existia, e que
dirimiu, disciplinou e estabeleceu apoios logísticos benéficos e moralizadores.
Na
qualidade de co-fundador e dirigente do GI e do IPIR e das carências do sector
que dirigi, entre 1982 e 1985, na delegação do Norte da Comunicação Social,
coube-me o entendimento genuíno do, então
diretor-geral, Manuel Figueira, limpar, de vez, os resquícios de uma tentativa
do PREC que Marques Mendes - e muito bem - extinguiu, dissolvendo a Delegação
do Norte, para o que muito contribuiu a substituição do responsável militar do
Norte pelo Brigadeiro Pires Veloso.
João Pedro Cardoso exarou: «Não fosse Pires Veloso a substituir o Corvacho
e estávamos desgraçados. Pires Veloso foi o Homem forte, íntegro, destemido e
frontal que veio no momento certo. Portugal precisa de um Pires Veloso.»
Marques Mendes pôde cumprir essa missão, pela vida fora, e
Cavaco Silva pôde escolhe-lo para que o país cumprisse a verdadeira democracia.
Pude contribuir para que estes dois altos quadros da cidadania portuguesa
superassem tamanha crise.
Na qualidade de Decano dos jornalistas portugueses vivos, entendo transcrever uma carta que Marques Mendes me enviou quando cessou as funções que ele exerceu no X Governo Constitucional. Obviamente terá o meu incondicional apoio como candidato ao próximo cargo de Presidente da República.
Barroso da Fonte



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