terça-feira, 8 de outubro de 2024

IN POESIA, AMORAS & PRESUNTO

 

POR MARIA DA GRAÇA

 

(Jornalista e sub-director do jornal "Poetas & Trovadores")

 

IN  POESIA,  AMORAS & PRESUNTO

 

Foi assim que te vi partir!

 

Por isso te procuro no alto-mar

quando já não te encontro

porque a distância orgulhou-se de ti

e tu foste arrebatado

Como vieste

com a alma a penar

mas firme a vontade

e forte o sentimento que te chamou.

 

Deixa falar as gaivotas e as sereias

deixa correr as ondas para longe de ti

deixa o silêncio das noites tropicais

segredar às estrelas

a história dos teus amores.

 

Foi assim que te vi partir!

 

Um barco

muita gente

muitos amigos

máquinas fotográficas

malas no porão

rolos de serpentinas de carnaval

muitos abraços

lenços brancos a acenar

votos de boa viagem

gestos simétricos a separar a Terra do Mar.

 

Bravo

soldado que vais da guerra

com o corpo estigmatizado

mas cheia de vitórias 

a tua audácia.

 

Andam na rua pedaços de estrelas a petrificar as rosas para a construção de túmulos.

 

Vamos assistir à revolução dos rios e das fontes

contra o incêndio das florestas.

 

Até as pedras dos muros

se vão alistar nesta revolta universal.

 

E no porto 

uma Madalena

continuará a chorar lágrimas de esperança e saudade!

 

Não voltarás

soldado

à terra que defendeste heroicamente

porque as tuas mãos foram feitas

para apagar o fogo das montanhas.

 

Deixa para trás o sangue das tuas noites de crime

para que não te procurem como autor de esperanças mortas.

 

Ah!

como desejo calmo e bonançoso

o Mar

de todas as tuas viagens!

 

IN POESIA, AMORAS & PRESUNTO - Barroso da Fonte

FOI ASSIM QUE TE VI PARTIR ( Ao Alferes António Chaves no seu

regresso da guerra).

4 comentários:

  1. O livro "Poesia, amoras & presunto," com poemas lindos e interessantes. O agradeço [livro] ao autor, Dr. Barroso da Fonte que teve o nobre gesto de me oferecer. "Desta forma felicito-o."

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  2. Este poema aqui foi dedicado ao saudoso alferes António Chaves, no seu regresso da guerra, por Barroso da Fonte. Não chegou ao Tempo Caminhado esta indicação...!

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  3. Estimado senhor, José Matos. Agradeço a explicação, o esclarecimento, sei perfeitamente que o Dr. Barroso da Fonte faz esse tipo de trabalho, de escrita. Referente ao saudoso alferes António Chaves não era do meu conhecimento.

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  4. Apreciei o poema e, sobretudo, a dedicatória ao saudoso amigo António Chaves, que nos deixou em 10 de Setembro pp. Estarei sempre atento e disponível para lembrar a figura do cidadão ilustre, que tanto de si dedicou à terra barrosã, onde repousa na eternidade.
    Jorge Sales Golias

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