POR MARIA DA GRAÇA
(Jornalista e sub-director do jornal "Poetas &
Trovadores")
IN POESIA, AMORAS & PRESUNTO
Foi assim que te vi partir!
Por isso te procuro no alto-mar
quando já não te encontro
porque a distância orgulhou-se de ti
e tu foste arrebatado
Como vieste
com a alma a penar
mas firme a vontade
e forte o sentimento que te chamou.
Deixa falar as gaivotas e as sereias
deixa correr as ondas para longe de ti
deixa o silêncio das noites tropicais
segredar às estrelas
a história dos teus amores.
Foi assim que te vi partir!
Um barco
muita gente
muitos amigos
máquinas fotográficas
malas no porão
rolos de serpentinas de carnaval
muitos abraços
lenços brancos a acenar
votos de boa viagem
gestos simétricos a separar a Terra do Mar.
Bravo
soldado que vais da guerra
com o corpo estigmatizado
mas cheia de vitórias
a tua audácia.
Andam na rua pedaços de estrelas a petrificar as rosas para a construção
de túmulos.
Vamos assistir à revolução dos rios e das fontes
contra o incêndio das florestas.
Até as pedras dos muros
se vão alistar nesta revolta universal.
E no porto
uma Madalena
continuará a chorar lágrimas de esperança e saudade!
Não voltarás
soldado
à terra que defendeste heroicamente
porque as tuas mãos foram feitas
para apagar o fogo das montanhas.
Deixa para trás o sangue das tuas noites de crime
para que não te procurem como autor de esperanças mortas.
Ah!
como desejo calmo e bonançoso
o Mar
de todas as tuas viagens!
IN POESIA, AMORAS & PRESUNTO - Barroso da Fonte
Sem comentários:
Enviar um comentário