domingo, 1 de setembro de 2024

“Almas Mortas” no deserto de Gobi

A 3 de Dezembro de 2021, a RTP2 transmitiu um belíssimo comentário sobre os campos de concentração chineses no deserto de Gobi, instituídos por Mao Tsetung em 1957, intitulado  “Almas Mortas”, do realizador chinês Wang Bing.

 

RTP2 exibe documentário “Dead Soul” sobre o “holocausto” asiático na China

por Comunidade Cultura e Arte,    22 Novembro, 2021

“Dead Soul”, do realizador chinês Wang Bing

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“Dead Souls”, ou em português “Almas Mortas”, do realizador chinês Wang Bing, convida-nos a conhecer os sobreviventes do campo de trabalhos forçados no Deserto de Gobi em Gansu, na China. Estes ex-presos foram designados de “ultra-direitistas” na Campanha Anti-Direitista de 1957 do Partido Comunista Chinês.

O filme também está disponível, numa versão mais alargada (de cerca de oito horas), na plataforma Filmin. A RTP2 transmitirá no próximo dia 3 de Dezembro (sexta-feira), pelas 22h50, uma versão mais curta, de certa de quatro horas.

Sinopse do filme disponível na Filmin:

Os restos mortais dos prisioneiros abandonados que há mais de 60 anos decoram o Deserto de Gobi, na remota província Chinesa de Gansu, são fantasmas intranquilos que desejam falar. Designados “ultra-direitistas” na campanha persecutória executada em 1957 pelo regime de Mao Zedong, estas pessoas foram condenadas a morrer em campos de reeducação. Este magnum opus documental mergulha, através de intensas e meticulosas entrevistas, na dolorosa intimidade do trauma dos sobreviventes (cerca de uma dúzia), revelando em primeira mão quem foram as vítimas deste “holocausto” asiático, as adversidades que tiveram de suportar e qual o seu derradeiro destino — o poder supremo que raramente um objecto cinematográfico consegue invocar: levantar os mortos. 

Continuar a ler: https://comunidadeculturaearte.com/rtp2-exibe-documentario-dead-soul-sobre-o-holocausto-asiatico-na-china/

Em 2019, publicamos o que se segue neste espaço:


Zhu Xiao-Mei, acredita estar uns meses no campo

para receber a sua formação revolucionária. Não

sabe ainda que será objecto de uma campanha

de destruição mental que irá durar cinco anos!









Zhu Xiao-Mei é hoje conhecida como artista ligada à música. Em 1979, com a abertura da China, depois da visita de Isaac Stern, conseguiu estabelecer-se mos EUA. Em 1985 estabeleceu-se em Paris, actuando em numerosos concertos. Os seus recitais foram aclamados pela imprensa ocidental depois de 1994. Tem uma grande obra gravada, sobretudo interpretações de Bach, Schumann e Schubert. Foi professora no Conservatório de Música de Paris.

Porém, o livro que se apresenta, sob a chancela da Guerra e Paz, publicado em 2007 (passando despercebido em Portugal!), não trata disso. Trata da vida de uma família de artistas que viveu no tempo do Grande Salto em frente de Mao, em 1960. E até 1968, estima-se que tenham morrido 20 a 30 milhões de chineses, de fome!

Zhu Xiao-Mei, conta-nos a sua vida passada num campo de reeducação chinês. O campo 4619.Situado em Zhangiako, para lá foi transportada num vagão, quando tinha sonhos revolucionários. Depressa os perderia, nos cinco anos que passou no campo de Yaozhanpu.

Cerca de 17 milhões de chineses, segundo as estimativas actuais, haviam de passar por esses campos de trabalhos forçados para serem reeducados segundo os princípios revolucionários (e sanguinários de Mao).


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