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A
este lugar, Varlam chama “o desembarcadouro do inferno” . Num dos seus
contos descreve minuciosamente técnicas para conduzir um carrinho de mão, de
forma a economizar esforço. Quando os pelotões fuzilavam sem descanso, diz-nos:
“Durante meses, de dia como de noite, por ocasião das chamadas da manhã e da
noite, foram lidas inúmeras condenações à morte. Com um frio de cinquenta graus
negativos, os prisioneiros músicos – de delito comum – tocavam uma marcha antes
e depois da leitura de cada ordem. As tochas fumegantes não conseguiam
atravessar as trevas e concentravam centenas de olhares nas folhas de papel
fino cobertas de gelo em que estavam inscritas as horríveis mensagens.” Nas
caves realizavam-se fuzilamentos; espaços onde 50 pessoas ocupavam o lugar de
20 com direito a 200 gramas de pão por dia.
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