terça-feira, 26 de março de 2024

Uma meditação sobre o verdadeiro significado da Páscoa


A Ressurreição representa o triunfo eterno e definitivo de Nosso Senhor Jesus Cristo, a derrota completa de seus adversários e o argumento supremo de nossa fé. São Paulo dizia que, se Cristo não tivesse ressuscitado, nossa fé seria vã. Todo o edifício de nossas crenças é fundado no fato sobrenatural da Ressurreição. Meditemos então sobre este assunto altamente elevado.

Meditação

Cristo Nosso Senhor não ressuscitou: ressuscitou. Ele estava morto. Lázaro ressuscitou. Alguém diferente dele, no caso, Nosso Senhor, o chamou de volta à vida. Quanto ao Divino Redentor, ninguém o ressuscitou. Ele ressuscitou, não precisando de ninguém para chamá-lo de volta à vida. Ele levou sua vida de volta quando quis.

                 A Ressurreição de Cristo por Fra Bartolommeo

 

Tudo o que é dito sobre Nosso Senhor pode ser aplicado analogicamente à Santa Igreja Católica. Muitas vezes vemos, na história da Igreja, que precisamente quando Ela parecia irremediavelmente perdida e todos os sintomas da catástrofe pareciam miná-la, ocorreram eventos que a mantiveram viva contra todas as expectativas de Seus adversários. Um fato bastante curioso é que, às vezes, são os inimigos da Igreja que vêm em seu auxílio, e não seus amigos. Por exemplo, em um período mais sensível para o catolicismo como a era de Napoleão, um episódio extremamente incomum ocorreu: um conclave foi convocado para a eleição de Pio VII sob a proteção das tropas russas, todas cismáticas e sob o comando de um soberano cismático. Na própria Rússia, a prática da religião católica foi coibida de mil maneiras. No entanto, na Itália, as tropas russas garantiram a livre eleição de um Soberano Pontífice precisamente no momento em que uma vaga na Sé de Pedro teria causado danos tão graves para a Santa Igreja que, humanamente falando, ela poderia nunca ter sido capaz de superá-los.

Tais são os maravilhosos meios que a Providência Divina emprega para demonstrar que Deus tem o governo supremo de todas as coisas. No entanto, não pensemos que a Igreja devia Sua salvação a Constantino, Carlos Magno, João da Áustria ou tropas russas. Mesmo quando Ela parece estar totalmente abandonada e quando lhe faltam os recursos naturais mais indispensáveis para a sobrevivência, estejamos certos de que a Santa Igreja não morrerá. Como Nosso Senhor, Ela ressuscitará com a Sua própria força divina. E quanto mais inexplicável for a aparente ressurreição da Igreja do ponto de vista humano (dizemos parecendo, porque, ao contrário de Nosso Senhor, a Igreja nunca morrerá de verdade), mais gloriosa será a Sua vitória.

Nestes dias obscuros e tristes, confiemos assim. No entanto, para restaurar todas as coisas no Reino de Cristo, confiemos não neste ou naquele poder, homem ou corrente ideológica, mas na Providência Divina, que mais uma vez forçará o mar a se abrir, mover montanhas e fazer tremer toda a terra, se necessário para cumprir a promessa divina:

"As portas do inferno não prevalecerão contra ela." 


João Afonso (General)


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