sexta-feira, 13 de maio de 2022

Remendo democrático em estrada Salazarista

 

Por  BARROSO  da  FONTE



«A N103, tem uma extensão de 274 quilómetros e atravessa o Norte de Portugal, a partir da localidade de Neiva (Viana do Castelo) até à cidade de Bragança, passando ainda pelos Concelhos de Barcelos, Boticas, Braga, Chaves, Esposende, Montalegre, Póvoa de Lanhoso, Valpaços, Vieira do Minho e Vinhais. Abrange um conjunto de territórios únicos, com caraterísticas ímpares a nível gastronómico, cultural, religioso, arqueológico e cultural e que merecem ser reconhecidos. Hoje demos, finalmente, um passo muito importante para a estruturação e futura promoção da N103, sendo um dia muito feliz para a região” afirmou Luís Martins, Presidente do TPNP  à imprensa, quando reafirmou que a região quer colocar no mapa internacional das Road Trips um conjunto de estradas que considera das mais belas do mundo«

Parece incrível mas é verdade. A imprensa nacional já anunciou que os 30 Kms entre Vinhais e Bragança, da EN 103, já estão garantidos para gastar os 30 milhões assegurados no Plano de Recuperação.

Os camaradas, ministro Pedro Nuno Santos e o presidente Luís Fernandes, en-tendem-se melhor do que Orlando Alves e Nuno Vaz, autarcas de Montalegre e de Chaves.


A EN 103 já tem 48 anos de ditadura e outros tantos de democracia. Salazar gizou o traçado que ainda é o mesmo. Parte de Neiva, passa em Braga, sobe o Minho por Póvoa de Lanhoso, Salamonde, Ruivães, Venda Nova, Montalegre, Boticas, Chaves, Valpaços, Rebordelo, Vinhais, Bragança. Se os mortos falassem e os sucateiros tivessem guardados os destroços dos acidentes deste primeiro século assistiríamos a uma guerra sem precedentes.

O drama dos viandantes que neste século de enorme progresso viário, pudessem apresentar queixa contra os eleitos locais, não chegariam as cadeias, nem os juízes para todos os julgamentos.

Esta decisão de Pedro Nuno Santos, foi herdada do seu antecessor que - ainda bem -anda lá pelos aerópagos europeus, certamente, bem acomodado, como quantos para lá vão.

Estes 30 milhões para 30 kms ajudam a perceber como se administram os dinheiros europeus e como vale a pena satisfazer os «nossos», em desfavor dos «outros». Um milhão de euros por cada Km, sendo que a maior parte dos terrenos já são baldios é um orçamento patusco. Se fosse em Lisboa ou Porto; mas entre montes e descampados, só em Vinhais. Uma prenda para Armando Vara e outros que se habituaram a ir e a vir à festa do Fumeiro na era Socrática, em helicópteros aos pares.


Todo o traçado da EN 103, levou anos e anos, fazendo curvas e contra-curvas. O traçado em largura e ziguezagues eram assegurados pelos cantoneiros que Deus haja!

Em Janeiro último, os representantes dos 12 concelhos atravessados pela EN 103 ao longo dos 274 quilómetros, na companhia do Presidente do Turismo do Porto, Luís Pedro Martins, reuniram em Bragança, em 18 de Janeiro com o intuito de implementar uma estratégia de valorização e promoção turística da N103.

Ignoro se este grupo de autarcas aceita que a rainha das estradas salazaristas se apoia este privilégio de Vinhais ou se discorda desta «gracinha» do ministro mais ruidoso do governo de Costa.

Como vem a propósito e este órgão de comunicação social anda desalinhado do regime, entendo reproduzir aqui a referida notícia que mostra o Marco bem visível que recorda os anos que levou a construir e que tem um historial secular. Para muitos que daqui somos este trajeto porque nos distancia e nos afasta com frequência.

A maior parte dos Portugueses que têm boas estradas, bons carros e vivem nos meios urbanos, onde nada falta, este marco é curioso.

Para os residentes, em invernos rigorosos, com gelo, neve e nevoeiro, mais as curvas e contra-curvas a EN 103 é um inferno. «12 Municípios e Entidade Regional de Turismo do Norte unidos na divulgação da Estrada Nacional 103.


“Representantes dos 12 municípios atravessados pela Nacional 103 (N103) e o Presidente do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, reuniram esta terça-feira, dia 18 de janeiro, em Bragança, com o intuito de implementar uma estratégia de valorização e promoção turística da N103”.

Tendo em conta o fluxo turístico que a Nacional 2 tem movimentado, fruto de toda a divulgação e promoção desta estrada que atravessa Portugal, desde Chaves até Faro, agora é vez de se preparar uma estratégia comum para a divulgação e consequente valorização da N103, colocando-a no mapa internacional das “Road Trips” mais belas do mundo, e este encontro permitiu dar um passo importante neste sentido». Os autarcas que presidem às Câmaras deram um passo decisivo. Nas redes sociais encontrei estas gravuras que reproduzo por expressivas. BF


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