quinta-feira, 6 de janeiro de 2022

Reflexões JBM _Janeiro_2022_”Retalhos sobre um Mundo em Ebulição (4)

Reflexões JBM _Janeiro_2022_”Retalhos sobre um Mundo em Ebulição

J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho

https://tempocaminhado.blogspot.com/2022/01/reflexoes-jbm-janeiro2022retalhos-sobre_4.html

A preocupação vem do conhecimento do que é um governo com os talibãs no poder, como aconteceu no Afeganistão entre 1996 e 2001. Foram cinco anos de várias violações e retrocessos no que diz respeito aos direitos humanos e às liberdades e direitos das mulheres. A Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão (RAWA na sigla inglesa) faz uma lista de 29 restrições e maltratos impostos às mulheres durante esse tempo. Apesar de os talibãs terem afirmado que “não querem que as mulheres sejam vítimas”, não especificaram que tipo de medidas iriam ser adotadas neste sentido, temendo-se que estas restrições voltem a ser impostas. “Esta lista oferece apenas um vislumbre da vida infernal que as mulheres afegãs são obrigadas a levar sob o regime talibã e refletem vagamente a profundidade da sua privação e sofrimento”, escreve a RAWA.

As 29 restrições aplicadas pelos talibãs às mulheres, segundo a RAWA:

1.     Proibidas de trabalhar: Existia a proibição total do trabalho feminino fora de casa. Apenas algumas médicas e enfermeiras tinham permissão para trabalhar em alguns hospitais de Cabul (capital do Afeganistão).

2.     Completa proibição de qualquer tipo de atividade fora de casa: As mulheres só podiam sair de casa se fossem acompanhadas pelo marido ou por um familiar masculino como pai, avô, irmão ou filho.

3.     Proibidas de realizar negócios com comerciantes do sexo masculino.

4.     Proibidas de serem tratadas por médicos homens.

5.     Proibidas de estudar: As mulheres não tinham permissão de andar na escola, universidade ou qualquer outra instituição educativa. As escolas para raparigas foram convertidas pelos talibãs em seminários religiosos.

6.     Obrigadas ao uso de um longo véu (burca) que as cobre da cabeça aos pés.

7.     Podiam ser chicoteadas, espancadas e vítimas de abusos verbal: As mulheres que não se vistam de acordo com as regras dos talibãs ou que não estejam acompanhadas pelo marido ou por um familiar masculino podiam ser vítimas de violência física e verbal.

8.     Podiam ser chicoteadas em público as mulheres que não escondessem os tornozelos.

9.     As mulheres acusadas de ter relações sexuais fora do casamento eram condenadas ao apedrejamento público até à morte.

10. Proibidas de usar produtos de cosmética: Não podiam usar por exemplo maquilhagem nem verniz. Houve casos de mulheres que, por usarem verniz nas unhas, tiveram os dedos amputados.

11. Proibidas de falar ou apertar a mão a homens: Só o podem fazer aos maridos ou familiares.

12. Proibidas de rir em voz alta: Os talibãs consideravam que ninguém estranho à mulher poderia ouvir a sua voz.

13. Proibidas de usar saltos altos que produzissem som ao caminhar: Os homens não podiam ouvir os passos de uma mulher.

14. Proibidas de apanhar um táxi: Só o podiam fazer acompanhadas pelo marido ou familiares do sexo masculino.

15. Proibição da presença feminina na rádio, televisão ou reuniões públicas de qualquer natureza.

16. Proibidas de praticar desportos ou entrar em qualquer clube desportivo.

17. Proibidas de andar de bicicleta ou mota: Só o podiam fazer se fossem acompanhadas pelo marido ou familiar do sexo masculino.

18. Proibidas de usar roupas de cores vivas: Para os talibãs, as cores vivas eram consideradas “cores sexualmente atraentes”.

19. Proibidas de reunir para festividades: Como para os Eids, as celebrações em nome de Alá.

20. Proibidas de lavar roupa nos rios ou praças públicas.

21. Modificação de todos os nomes de ruas e praças que incluíam a palavra “mulher”: Por exemplo o nome “Jardim das Mulheres” passou para “Jardim da Primavera”.

22. Proibidas de espreitar das varandas do seu apartamento ou casa.

23. Todas as janelas das casas tinham de ser opacas: Esta obrigatoriedade tornava impossível que alguém da rua conseguisse ver as mulheres dentro das suas casas.

24. Alfaiates masculinos não podiam medir, nem costurar roupas femininas.

25. Proibidas de utilizar casas de banho públicas.

26. Não podiam viajar no mesmo autocarro que os homens: Existia uma distinção entre os autocarros para homens e os para mulheres.

27. Proibidas de usar calças largas: Mesmo que fossem usadas por baixo da burca, as calças largas continuavam a ser proibidas.

28. Proibição de fotografar ou filmar mulheres.

29. A impressão de imagens de mulheres em revistas, livros, ou penduradas em casas ou lojas eram proibidas.

“As mulheres não têm a menor importância aos olhos dos talibãs, excepto quando estão envolvidas na procriação, na satisfação dos desejos sexuais dos homens ou assumindo o pesado trabalho doméstico. As restrições dos talibãs- comparáveis às da Idade Média- continuam a matar o espírito do nosso povo, privando-o de toda a existência humana”, afirmou a RAWA na altura.

Para as escolas de meninos e rapazes a Seita Muçulmana Radical Whabita, fornece um Livro com Alcorão na sua versão radical e o professor (em geral um clérigo radical) escolhe as passagens desse livro mais agressivas em relação aos crentes que não professam a Religião Muçulmana Radical ou são Cristãos ou são ateus ou agnósticos.

Então, o professor obriga os alunos a decorarem essas passagens pronunciando-as em voz alta muitas vezes e em cada vez cada aluno tem de bater com a testa nessa página do Alcorão. Trata-se, evidentemente de uma operação de “lavagem” ao cérebro da criança.

Note-se que tal operação de “lavagem” ao cérebro das crianças era (e continua a ser) usada nas escolas corânicas do Paquistão, ditas “madrassas” que são muitos milhares.

De facto, por falta de meios financeiros do Governo, as escolas oficiais do Paquistão distam umas das outras várias dezenas de Kms, que, crianças e docentes não radicais não podem percorrer a pé, porque transportes motorizados são muito poucos e muito caros. Portanto, as famílias paquistanesas têm de mandar as suas crianças para instrução primária para madrassas que sempre ficam a, no máximo, 2 ou 3 Km da casa delas.  

A meninas de +-12 falsas “parteiras” tiram o clitóris para não terem prazer sexual quando adultas. Isto é, segundo as leis impostas pelos talibãs a mulher só serve para satisfação dos desejos sexuais dos homens. Isto é, a mulher só serve para concubina.

É por isso que cada Príncipe da Arábia Maldita tem um harém com dezenas de concubinas, de todas as cores e de todas as raças. O pai do Bin-Laden tinha um harém com uma dúzia de concubinas. Quando, no tempo “áureo” do Bin-Laden um jornalista encontrou um Irmão dele na Suíça onde era (ainda e?) banqueiro perguntou-lhe: “Porque é que Você não seguiu as estratégias do seu Irmão Bin-Laden, o banqueiro respondeu: “Bin-Laden é meu Irmão paterno e o meu Pai tinha um harém com uma dúzia de concubinas. Portanto a minha mãe não foi a mãe do Bin-Laden. Nada tenho a ver com ele”.

Para além destas proibições, que apenas se destinavam às mulheres, existiam mais, que se aplicação a ambos os sexos ou apenas aos homens. A RAWA enumera algumas, entre as quais:

  • Proibição de ouvir música.
  • Proibição de ver filmes, televisão ou vídeos.
  • Proibição de celebrar o Noruz, o ano novo do calendário persa, que se dá entre 20 a 22 de março, e que os talibãs consideravam uma celebração pagã.
  • Também não podiam celebrar o dia do trabalhador (1 de maio) uma vez que era considerado uma festividade “comunista”.
  • Todas as pessoas que não tinham nomes islâmicos tinham de o alterar.
  • Os jovens afegãos eram forçados a rapar o cabelo.
  • Os homens eram obrigados a usar roupa islâmica.
  • Os homens eram proibidos de cortar ou aparar a barba.
  • Obrigatoriedade de participar nas orações nas mesquitas cinco vezes por dia.
  • Era proibido cuidar de pombos e o treinar pássaros, considerados atividades não islâmicas. Quem violava esta regra era preso e os pássaros mortos.
  • Todos os espectadores de jogos desportivos deviam cantar Allah Akbar (Alá é grande) enquanto aplaudiam.
(Continua)

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