terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Reflexões JBM _Janeiro_2022_”Retalhos sobre um Mundo em Ebulição (3)

                                  Pai                                                                     Filho                                                                     

Reflexões JBM _Janeiro_2022_”Retalhos sobre um Mundo em Ebulição 

J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho

https://tempocaminhado.blogspot.com/2022/01/reflexoes-jbm-janeiro2022retalhos-sobre_3.html

 

Leão do Panjshir

 

Panjshir região do Afeganistão, cerca de 150 quilômetros a nordeste de Cabul, um vale montanhoso a cerca de duas horas de carro da capital Cabul é a única das 34 províncias do Afeganistão que está livre do controle do Talibã. Ahmoud Massoud, filho de herói da resistência à invasão soviética, pediu apoio à comunidade internacional. Amrullah Saleh, vice-presidente que diz ser o presidente interino, está na região.

Um vale montanhoso a cerca de duas horas de carro da capital Cabul é a única das 34 províncias do Afeganistão que está livre do controle do Talibã. E é no vale do Panjshir, que significa "Cinco leões", que está se formando o que parece ser uma resistência ao grupo extremista.

A capital de Panjshir é Bazarak, que fica a apenas 120 km a nordeste de Cabul, e a região é um vale íngreme e montanhoso de difícil acesso que nem os soviéticos nem os talibãs conseguiram conquistar

É lá que estão dois líderes que se levantaram contra a tomada do poder: Ahmad Massoud, filho de 32 anos do lendário comandante Massoud, e Amrullah Saleh, primeiro vice-presidente afegão que diz ser o "legítimo presidente interino" do país.

Massoud tem usado a imprensa ocidental para pedir ajuda para combater o Talibã: nos últimos dias, ele escreveu no jornal americano "The Washington Post" e na revista francesa "La Règle du jeu" ("A regra do jogo", em tradução livre), fundada pelo escritor Bernard Henri-Lévy (veja mais abaixo).

Saleh, que era um dos assessores mais próximos do pai de Massoud, afirmou na terça-feira (17) que "em hipótese alguma se curvaria" aos "terroristas do Talibã" e pediu: "Junte-se à resistência".

Também está na região o general Bismillah Mohammadi, ministro da Defesa do governo deposto.

Resistência à URSS e ao Talibã

Ahmad Massoud é filho do comandante Ahmad Shah Massoud, herói da resistência antissoviética no Afeganistão que ganhou o apelido de "Leão de Panjshir". Seus seguidores o chamam de Amir Sahib-e Shahid, que significa "nosso amado comandante martirizado".

Até hoje o vale está cheio de carcaças de blindados soviéticos destruídos em batalhas malsucedidas para conquistá-lo. Além da União Soviética, na década de 80, o Talibã também não conseguiu conquistar o Vale do Panjshir quando controlou o país, entre 1996 e 2001.

Ahmad Massoud pai foi assassinado pelos talibãs com apoio da polícia secreta da Arábia Maldita, na província de Takhar 9 de Setembro de 2001, na época do ataque terrorista do 11 de Setembro que desencadeou a invasão americana ao Afeganistão.

Devido aos inimigos em comum, a província de Panjshir serviu como reduto da Aliança do Norte, grupo armado, que se aliou aos EUA durante a invasão de 2001 para tirar os Talibãs do poder e expulsar a Al-Qaeda do país.

Ahmad Massoud pai foi assassinado pelos talibãs de uma forma ardilosa: Um falso jornalista estrangeiro pediu a Massoud uma entrevista. Massoud aceitou, embora mantendo gente sua armada por perto da sala da entrevista. O jornalista estrangeiro

entrou na sala com a sua máquina fotográfica em punho, a qual era uma grande pistola que matou de imediato Massoud. Claro que o pessoal armado de Massoud também logo

matou o pseudo-jornalista . Certamente que esta operação para a morte de Massoud pai, foi montada pela polícia secreta da Arábia Maldita.

Ahmad Massoud pai (Ahmad Shah Massoud) deixou uma meia dúzia de descendentes, entre os quais o filho também chamado Ahmad Massoud que também hoje “preside” à Aliança do Norte, grupo pouco armado, porque a crise económica no Afeganistão é enorme. Porém, se os países ocidentais ajudarem eficazmente, Aliança do Norte, grupo  armado, reabilita-se. Mas, note-se, a ajuda não pode (nem deve) ser feita com oferta de armas dos países ocidentais nem com apoio quaisquer elementos militares desses países.

Certamente que Ahmad Massoud filho deve usar a estratégia do pai.  Ahmad Massoud pai só pediu que os países ocidentais lhe dessem secretamente dinheiros. Ele sabia bem escolher os seus combatentes, as armas que deveriam usar, a forma como as deveriam usar e os locais onde as deveriam usar. A guerra no Afeganistão não pode ser uma guerra como as guerras “convencionais” que nos países ocidentais se usam. Além do mais o Afeganistão é um País com altas montanhas (Altitude máxima: 7.549 m ) e vales profundos. Só os guerrilheiros naturais sabem aproveitar esta forma de relevo a sua guerra de guerrilha.

Note-se que o avanço rápido, em Agosto de 2021, dos talibãs em direcção a Cabul, tendo ocupado nesse mês as maiores cidades, Kandahar , na fonteira com o Paquistão, Mazar-e-Sharif, Hérat, e Kunduz,  na fonteira com o Turquemenistão, que são capitais provinciais, vendo-se que essas acções foram simultâneas, leva a concluir-se que todo o processo foi, previamente, muito bem estudado por especialistas que treinaram os talibãs e já os tinham treinado no grande campo de treino militar já há muitos anos a funcionar no Paquistão, na fonteira com o Afeganistão e com apoio da Polícia Secreta da Arábia Maldita foram, selecionados e bem comprados, colaboradores dos exército do Turquemenistão, que viviam próximo da fronteira com o Afeganistão, cidades fronteiriças de Mazar-e-Sharif, Hérat, e Kunduz.

 E, repare-se, a maior arte das cidades foram tomadas sem os talibãs disparem um tiro, o que quer dizer que as Polícias do Governo Legal existente, também estavam largamente infiltradas e corrompidas, por agentes dos talibãs.

 Claro que tudo o que acima se disse custou um “balúrdio” de dinheiros, sempre fornecidos pelas Finanças da Arábia Maldita que são inexgotáveis.  

O que dá para se estar estupefacto é os Serviços Secretos dos EUA e dos outros países da NATO, instalados dentro do Afeganistão não terem topado, todas as manobras” subterrâneas” dos treinadores dos “Guerreiros de Allah” que são os talibãs. Eles sempre foram e serão Guerreiros de Allah” e a estupidez crassa dos governantes dos EUA e dos outros países da NATO, que já vem de 2001 e continua (!) bem como de TODOS os jornalistas é tratarem os talibãs de “insurgentes”, pessoas respeitáveis !!!. Isto, quando nesta data os talibãs já são governantes legais em Cabul, é dramático para as populações que continuam a residir no Afeganistão por não terem conseguido fugir a tempo em aviões que aterraram no aeroporto de Cabul, antes dos   talibãs se terem instalado em Cabul. Hoje, policiais armados não deixam entrar no aeroporto de Cabul qualquer pessoa que não possua um passaporte passado pelo Governo de Cabul (os talibãs já resolveram emitir passaportes).     



E o que contribui para aumentar o drama das populações residentes é que os próprios responsáveis das Nações Unidas já declaram que é preciso todos os países do mundo, “dialogarem” com o Governo de Cabul, quanto a “Relações Diplomáticas” e outros Assuntos de “interesse mútuo”. Isto é, depois desta catástrofe para as populações residentes no Afeganistão, os responsáveis das Nações Unidas reconhecem o Governo de Cabul como um o Governo Legítimo e os governantes dos EUA e dos outros países da NATO estão totalmente baralhados a este e outros respeitos.

Claro que o Governo de Cabul já começou a executar o que os seus “Patrões” da Arábia Maldita (a Seita Muçulmana Radical Whabita) mandam:

Várias foram as restrições aos afegãos e os atentados aos direitos humanos, especialmente das mulheres, impostas no último governo talibã. Estas são algumas das regras, que voltaram:

Desde que os talibãs tomaram o poder no Afeganistão, na segunda-feira, 16, que se tem levantado uma onda de preocupação pelos direitos humanos, nomeadamente das mulheres, crianças e outras minorias. Várias figuras internacionais expressaram essa inquietação, como é o caso de Malala Yousafzai, vítima dos talibãs no Paquistão, e agora ativista pela igualdade de género e pelo direito das mulheres à educação. “Olhamos em completo choque enquanto os talibãs tomam o poder no Afeganistão. Estou profundamente preocupada com as mulheres, minorias e ativistas pelos direitos humanos. Os poderes globais, regionais e locais devem reclamar imediatamente um cessar-fogo, providenciar urgentemente ajuda humanitária e proteção para os refugiados e civis”, escreveu no Twitter.

 (Continua)

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