quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

Acabou o tempo

 

MÁRIO  ADÃO  MAGALHÃES


Os debates televisivos entre os líderes dos partidos que vão a eleições são uma fantochada. Sem maneiras, e o telespectador não fica informado a ouvir gorjeios sobrepostos.

Aquilo que mais se ouve é o pivot dizer: Vou equilibrar o tempo - e visível um monitor caustico a mostrar os poucos minutos que tocam a cada um dos políticos em debate.

Rapidamente o entrevistador de supetão: acabou o tempo.

Isto ainda afasta mais os portugueses da política, uma coisa que até o Presidente da República quer reverter.

Incrivelmente...

Quando toca a futebol não há limitações de tempo. Pelo contrário, prolonga adentro do serviço noticioso, reduz-lhe o tempo, ou altera o horário. E o desporto até tem longos programas específicos em várias televisões.

Esta bagunçada tem marcado os debates, mas alguns órgãos de comunicação social ainda (não-quiseram) perceber que o tempo é exíguo e torna os debates ainda mais agitados, como, por exemplo, Rui Rio já se queixou.

Bem sei que a mediocridade é objecto preferencial de variada comunicação social, porque há muitos anos vem fazendo caminho por aí, e actualmente é difícil reverter o público alvo.

Isto não serve aos entrevistados, menos ainda aos telespectadores, e não devia, seguramente, interessar às televisões, que com isto confirmam que muitos serviços são desagradáveis.

De supetão: "Acabou o tempo".

 

(Quando eu escrevo futebol onde devo escrever "desporto" é porque "desporto" é o significado mais prolixo).

Mário Adão Magalhães

2022/01/11


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