terça-feira, 7 de dezembro de 2021

VALORIZAÇÕES no Portugal Pós 25Abril (3)

Reflexões JBM _Dezembro_2021

J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho

 

Note-se a BORRADA que está a acontecer no programa IMPOSTO pelo Ministério da (Des) Educação: No programa do Ensino Básico e Secundário há uma Disciplina OBRIGATÓRIA de “Educação Sexual” onde os docentes são OBRIGADOS a ensinar a uma menina se 12 (doze) aninhos o que é a “pílula do dia seguinte”. É um tremendo acto de ESTUPIDEZ tal situação.

Tudo isto junto com o que lá se ensina e divulga sobre “IGUALDADE de GÉNERO” logo nos manuais da Instrução Primária: como se, por exemplo, pudesse haver uma equipa de Futebol com 6 mulheres e 5 homens a jogar contra outra equipa de Futebol com 5 mulheres e 6 homens tendo como Árbitro uma Mulher, sendo homens os liners.

A questão da igualdade no género dá origem a cenas de humor. Tais como aquela em que uma menina se encontra nua com um seu irmãozinho também nu e diz para ele: “Ao contrário do que ensina a nossa professora, o teu piló não é igual à minha covinha”.

Sabemos quanto o Papa Francisco tem lutado contra os crimes que prelados

têm cometido em usos e abusos sexuais com crianças e adultos, infelizmente com poucos resultados práticos.

Pensa-se que em favor da “Igualdade entre Homem e Mulher” as Madres deviam poder dizer missa. Mas, por esse lado, a questão ainda está muito verde. A minha Esposa, médica, costuma ir dar consultas a um Mosteiro que existe aqui em Braga. Eu costumo conduzir o carro e ficar à espera da conclusão do trabalho da minha Esposa. A freira mais velha desse Mosteiro, que não é a gestora do Mosteiro, gosta muito de vir conversar comigo, contando estórias da vida dela e de familiares seus, que são médicos, juízes, etc. Então, eu referindo casos de abusos de prelados, etc., digo-lhe que em favor da “Igualdade entre Homem e Mulher” as Madres deviam poder dizer missa. Mas ela sempre responde: “Isso não; Isso não”

Outros aspectos da “Igualdade entre Homem e Mulher”:  Naturalmente que é defensável que para trabalho igual, seja de Homem ou de Mulher, haja pagamento igual. Porém, em geral o trabalho feminino não tem que ser igual ao trabalho masculino, embora hoje se queira impor isso no ensino oficial. No “horroroso” antigamente havia uma disciplina de “Trabalhos Manuais” no ensino primário e no início do ensino liceal. Para as meninas havia boas professoras que as ensinavam a fazer tricot e alguns elementos de costura, como seja casear e pregar botões numa camisa. Hoje as donzelas casam-se sem saber preparar uma camisa do marido. Para os meninos havia bons professores que os ensinavam a usar uma serra de rodear para cortar figuras geométricas em placas de madeira e a fazer colagens em madeira ou papel. Também aprendiam a usar um serrote manual para cotar pequenas chapa ou peças de ferro, e furadoras de madeira e de ferro. Hoje com a generalizada mania da “igualdade no género”, entende-se que todos os trabalhos acima referidos devem ser feitos por meninas ou por meninos. Mas, os factos mostram que nas escolas, a esse respeito, nada é ensinado às crianças e adolescentes e também não há docentes competentes para o fazer. Não queremos dizer que os maridos não devam ajudar as esposas nos trabalhos de culinária ou nos arranjos de roupas ou no tratamento dos filhos que tenham. É bom que saibam e queiram fazer tudo isso, mas, infelizmente, em muitos casais nem a Mãe o sabe (ou quer) fazer.

A reunião da Família nas horas das refeições é um elemento fundamental de agregação dos elementos familiares que hoje já poucas famílias usam.

Na culinária, hoje, come-se comida que vem dos restaurantes, por vezes, muito má para a saúde dos comedores e nem sempre com gosto apropriado.

Uma vez num Congresso em Hamburgo, num restaurante observei uma aberração em termos de alimentação. Era hora de almoço e ao que vi, o restaurante fornecia comida e bebida para crianças de uma escola próxima.

Por isso já tinham próximo do balcão uma mesa grande com uma “montanha” de hambúrgueres, alimento, geralmente considerado um sanduíche, que consiste em um ou mais hambúrgueres cozidos - geralmente carne moída, geralmente carne bovina - colocados dentro de um pão ou pão fatiado

Vieram as crianças, um grande grupo, que pegaram e levaram todos os   hambúrgueres e a cada uma dera, deram uma pequena garrafa de coca-cola.

É claro que a carne moída até poderia estar apodrecida nalgumas das

sanduíches. Portanto, era um crime estar a alimentar pessoas dessa maneira.

Vale a pena citar o que vi em Londres (1960-62) da minha casa em Evelin Gardens (Soutnh Kensington Station) até ao Imperial College, +- 1000m a pé.

A meio do caminho havia uma loja que vendia hambúrgueres e mostrava numa montra a carne moída que servia para fabricar esses hambúrgueres. Essa carne ficava uma ou duas semanas na montra e só depois o dono da loja resolvia fazer hambúrgueres com essa carne moída . Seria que tal carne não estaria já apodrecida.

Vale a pena citar um CRIME a este respeito: Por 1957 eu fui nomeado “Oficial de Rancho” no Batalhão de Engenharia de Santa Margarida onde prestava Serviço Militar. Os fornecedores de chouriços e outros produtos enlatados eram os da famosa marca NOBRE. O oficial de Rancho” tinha por missão examinar a qualidade da comida cozinhada para os soldados. Como eu tinha sido em Leiria contabilista de um armazém de mercearias, sabia que alguns merceeiros mandavam para a tropa, para os asilos e para as Escolas os produtos deteriorados que tinham nas prateleiras e também os fabricantes de produtos porcinos como a fábrica “Nobre” do Montijo faziam isso. 

Por coluio com o cozinheiro, etc., a entrega desses produtos era entregue ao Batalhão pela meia noite, exactamente para o “Oficial de Rancho” não estar presente. Então eu resolvi estar mesmo no acto de entrega desses produtos e aplicando pressão nas latas de fiambre, chouriços, e outros enlatados que revelavam empolamento, sabia que eram produtos deteriorados que por esse motivo criavam gases dentro das latas. Furando as latas, até cheiravam mal. Por isso, eu mandei pôr de lado todas as latas nessas circunstâncias que era mais de metade do carregamento. Claro que os patrões dos que faziam a entrega, nada gostaram da minha atitude. Por outro lado eu tinha de relatar o acontecido ao Comandante do Batalhão, major Macedo. Antes disso, fui falar com ele dizendo-lhe o acontecido de viva voz. Ele então disse-me: “O oficial de Rancho tem de me pôr tudo isso por escrito, mas desde já lhe digo que, embora eu vá tomar providências para se garantir qualidade dos produtos alimentares para o rancho, terá de haver um “Processo Judicial” contra o fornecedor, processo esse que costuma levar um a dois anos a resolver. Por isso, o oficial miliciano respectivo não pode passar à “disponibilidade” antes do processo resolvido”. Então, eu disse-lhe: “Meu Major, por favor, esqueça tudo o que eu disse e tire-me de imediato de “Oficial de Rancho”.

(Continua)


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