quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Prémio Leya para o Barrosão José Carlos Barros

 


Até que enfim, um autor Transmontano arrebata um dos mais cobiçados prémios literários em língua Portuguesa: 50 mil euros.


BARROSO da FONTE


O anúncio foi feito na tarde do dia 7 do corrente pelo presidente do júri ser Manuel Alegre que mais alegre fiquei.

Este arquiteto que nasceu em 1963, se formou na Universidade de Évora e vive em Vila Nova da Cacela, no Algarve. Já tinha ficado em segundo lugar, no mesmo concurso, mas em 2012. concorreu, de novo, em 2021 com o livro «As Pessoas Invisíveis», eleito por unanimidade, entre 732 originais concorrentes.

José Carlos Barros tem, em prosa e poesia, uma vasta obra, nomeadamente já distinguida em diversos outros certames. Um exemplo em poesia foi em 2009 com o Prémio Nacional de Poesia sobre Sebastião da Gama.

Em 2010, 2016 e 2019 o Júri do Prémio Leya, com base na falta de qualidade, entendeu não atribuir o Prémio. Em 2018 o Prémio coube ao escritor Brasileiro Itamar V. Júnior, com o livro Torto Arado que viria a vencer mais dois prémios: Jabuti e Oceanos.

O Arquiteto Carlos Barros foi deputado à Assembleia da República e Vice-presidente da Câmara de Vila Real de Stº António pelo PSD, continua como vereador na mesma autarquia. Foi Técnico Superior e diretor do Parque Natural da Ria Formosa.

Temos que regozijar-nos com tão importante prémio para a Língua Portuguesa.

Regozijo que atenua o vazio de prémios atribuídos a tantos e tão significativos escritores de Trás-os-Montes e Alto Douro. E esse vazio é tão mais lamentável, quanto é certo que, até em concursos promovidos na região Transmontana, aparecem júris e prémios, de fora, da segregada Província. Sirva de exemplo o prémio da Casa de Mateus. Quase apetece dizer que numa Província com uma Academia de Letras, com o Grémio Literário e com uma Universidade e um Instituto Superior, não se tomem atitudes que invertam o provérbio: «santos da porta não fazem milagres».

Até nisto se aplica aquele queixume de Miguel Torga: pobre povo, fazem-te tudo, brincam contigo, gozam-te por isto e por aquilo e tu, continuas a ajoelhar quando passa a procissão…

 Barroso da Fonte


Nota de Tempo Caminhado:

Por princípios e valores, em artigos de colaboradores deste blogue não se fazem comentários. Mas desta vez não resistimos a quebrar valores e princípios. Porque é necessário e de inteira justiça, e porque temos a certeza de que o Doutor Barroso da Fonte aplaudirá o comentário e nada se importará que o façamos.

José Carlos Barros, como natural de Boticas (n. 1963) foi um dos participantes/colaboradores da Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana, editada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa em 2018 (Exoterra), com o poema Caminho de Casa.



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