Por BARROSO da FONTE
O volume XXXVI - XXXVII da revista Brigantia, correspondente aos anos de
2018/19, com 620 páginas, acabou de chegar, gordo e convidativo.
Há cerca de
um ano precisei de reunir a coleção completa desta revista, para a ofertar à
Biblioteca da Câmara de Montalegre que, dia 9 de Junho último, inaugurou o
edifício do Arquivo Municipal e que destinou o primeiro andar ao espólio
literário e artístico que prometi ofertar-lhe, em 2011. Para lá enviei cinco
mil títulos, incluindo, vinte volumes da Brigantia, referentes aos anos
de 1981 até ao ano de 1992. Já não sei por que motivo deixei de receber esta
publicação notável, desde 1992. Quando
tive a sorte de chegar à fala com a diretora, Ana Maria Afonso, fiquei
encantado com o convite para nela colaborar, com um artigo para a edição que
estava em preparação. Não pude cumprir, por falta de tempo. Mas fiquei
encantado com o volume de 620 páginas que entretanto chegou.
A publicação apareceu em 1981, após um acordo
entre Telmo Verdelho, Hirondino Fernandes, António R. Mourinho e o saudoso
Padre Belarmino Afonso. Não foi fácil manter a regularidade, porque a cultura é
sempre, a primeira vítima, naquilo de que é essencial.
Este número insere colaboração de dezoito autores,
cada qual o mais competente e todos ligados à região mais distante do Terreiro
do Paço.
Logo, o 2º artigo, sobre o Complexo Agrícola do
Cachão, que Camilo de Mendonça idealizou e implantou, enquanto os
acontecimentos políticos o permitiram. Depois foi o que se viu. Se esse
acontecimento vinha para revolucionar Trás-os-Montes, a revolução foi danosa,
deselegante e amaldiçoada. O brinde abriu água na boca aos esfomeados. Camilo
de Mendonça era o mensageiro certo, mas no tempo errado. Já que em vida foi
subtraído à demonstração do seu projeto salvador para a agricultura que nunca
mais retomou o norte. Faria agora 100 anos se fosse vivo. A esquerda nada fez
pela sua memória. E a direita, a começar pelas televisões, as rádios e jornais,
mantiveram o silêncio quase sepulcral.
Como fizeram com o dia UM de Portugal e com o
aniversário do Rei Fundador. O nacionalismo foi chão que deu uvas.
Li e regozijei-me com as 29 páginas sobre os
«Aspetos da Arte Periférica Setecentista Duriense» que se cruzam com os
ensinamentos da tese de doutoramento de Armando Palavras. Ainda anotei as 39
páginas acerca dos 11 anos da Academia de Letras de Trás-os-Montes desde
12/6/2010, até ao ato de posse dos atuais corpos sociais. Um historial completo
organizado pela ex-dirigente e dedicada sócia fundadora, Maria Idalina Alves de
Brito. Este número marcante da Brigantia, merece relevo com mais
dezassete trabalhos de outros tantos especialistas da vivência Nordestina.
Barroso da Fonte
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