quinta-feira, 22 de julho de 2021

Brigantia voltou gorda e proveitosa

Por BARROSO da FONTE


O volume XXXVI - XXXVII da revista Brigantia, correspondente aos anos de 2018/19, com 620 páginas, acabou de chegar, gordo e convidativo.

 Há cerca de um ano precisei de reunir a coleção completa desta revista, para a ofertar à Biblioteca da Câmara de Montalegre que, dia 9 de Junho último, inaugurou o edifício do Arquivo Municipal e que destinou o primeiro andar ao espólio literário e artístico que prometi ofertar-lhe, em 2011. Para lá enviei cinco mil títulos, incluindo, vinte volumes da Brigantia, referentes aos anos de 1981 até ao ano de 1992. Já não sei por que motivo deixei de receber esta publicação notável, desde 1992.  Quando tive a sorte de chegar à fala com a diretora, Ana Maria Afonso, fiquei encantado com o convite para nela colaborar, com um artigo para a edição que estava em preparação. Não pude cumprir, por falta de tempo. Mas fiquei encantado com o volume de 620 páginas que entretanto chegou.

A publicação apareceu em 1981, após um acordo entre Telmo Verdelho, Hirondino Fernandes, António R. Mourinho e o saudoso Padre Belarmino Afonso. Não foi fácil manter a regularidade, porque a cultura é sempre, a primeira vítima, naquilo de que é essencial.

Este número insere colaboração de dezoito autores, cada qual o mais competente e todos ligados à região mais distante do Terreiro do Paço.


A diretora explica os bons propósitos na Nota de Abertura. Começa por dizer que assumem os seus colaboradores o compromisso antigo, de há quase quarenta anos, pelos fundadores, com destaque para o saudoso Dr. Belarmino Afonso.  «O nosso grande, firme e maravilhoso Trás-os-Montes vive hoje uma imergência história dramática...», escreve Ana Maria Afonso. O conteúdo é aliciante. E apetecível.

Logo, o 2º artigo, sobre o Complexo Agrícola do Cachão, que Camilo de Mendonça idealizou e implantou, enquanto os acontecimentos políticos o permitiram. Depois foi o que se viu. Se esse acontecimento vinha para revolucionar Trás-os-Montes, a revolução foi danosa, deselegante e amaldiçoada. O brinde abriu água na boca aos esfomeados. Camilo de Mendonça era o mensageiro certo, mas no tempo errado. Já que em vida foi subtraído à demonstração do seu projeto salvador para a agricultura que nunca mais retomou o norte. Faria agora 100 anos se fosse vivo. A esquerda nada fez pela sua memória. E a direita, a começar pelas televisões, as rádios e jornais, mantiveram o silêncio quase sepulcral.

Como fizeram com o dia UM de Portugal e com o aniversário do Rei Fundador. O nacionalismo foi chão que deu uvas.

Li e regozijei-me com as 29 páginas sobre os «Aspetos da Arte Periférica Setecentista Duriense» que se cruzam com os ensinamentos da tese de doutoramento de Armando Palavras. Ainda anotei as 39 páginas acerca dos 11 anos da Academia de Letras de Trás-os-Montes desde 12/6/2010, até ao ato de posse dos atuais corpos sociais. Um historial completo organizado pela ex-dirigente e dedicada sócia fundadora, Maria Idalina Alves de Brito. Este número marcante da Brigantia, merece relevo com mais dezassete trabalhos de outros tantos especialistas da vivência Nordestina. 

                                               Barroso da Fonte

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