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Ex-combatentes. Esta cerimónia aconteceu em fevereiro de 2021 (há menos de 15 dias )... na Guiné!!
O presidente da
Associação de Descendentes e Viúvas dos Ex-Combatentes Portugueses na
Guiné-Bissau, Amadu Djau, voltou a exigir a Portugal o pagamento de pensões de
invalidez, de sangue e a reforma aos ex-militares guineenses que serviram o
exército português.
Amadu Djau liderou uma
comitiva de cerca de 20 pessoas, entre descendentes e ex-militares guineenses
que serviram Portugal, que hoje depositou coroas de flores nas campas daqueles
soldados falecidos e sepultados no cemitério municipal de Bissau.
A comitiva cobriu ainda
oito túmulos com a bandeira de Portugal.
No seu discurso, Amadu
Djau defendeu tratar-se de um "dia histórico em solidariedade para com
aqueles que morreram a defender Portugal" e que agora é a vez de o Estado
português cumprir com a sua responsabilidade, passados 47 anos, disse.
"Este evento irá
impulsionar o Estado português para o cumprimento do Acordo de Argel de 26 de
agosto de 1974 relativamente aos compromissos assumidos para o pagamento da
pensão de sangue, de invalidez e a reforma aos que prestaram serviço ao Estado
de Portugal", afirmou Djau.
O Acordo de Argel,
assinado entre Portugal e o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo
Verde (PAIGC), permitiu que Portugal reconhecesse a Guiné-Bissau como Estado
independente.
O presidente da
Associação de Descendentes e Viúvas dos Ex-Combatentes Portugueses na
Guiné-Bissau afirmou que ao abrigo daquele acordo, Portugal tem de pagar
pensões de invalidez, de sangue e a reforma aos seus ex-militares.
Amadu Djau exige ainda a
Portugal que devolva a nacionalidade portuguesa aos seus ex-militares na
Guiné-Bissau por terem lutado e defendido a sua pátria.
Nos próximos dias, a
associação de Amadu Djau promete organizar vigílias junto à embaixada de
Portugal em Bissau para pressionar o Governo de Lisboa "a assumir as suas
responsabilidades".
Entre os presentes na
cerimónia de deposição de coroas de flores e da bandeira portuguesa no túmulo
dos ex-militares, destacou-se António Albino Gomes, presidente da associação de
deficientes das Forças Armadas portuguesas na Guiné-Bissau.
Falando em crioulo,
Albino Gomes notou que aqueles ex-militares "não tiveram culpa de terem
nascido portugueses e servido a bandeira portuguesa" e ainda afirmou que
estão a reivindicar por aquilo a que julgam ser um direito.
"Nós não temos nada
a ver com o PAIGC, somos os terceiros elementos nas negociações entre a
Guiné-Bissau e Portugal, em Argel, mas não fomos nem tidos e nem achados",
observou Gomes.
O ex-militar disse que
questionava Portugal sobre "se acha normal" que tivessem exigido ao
PAIGC que lhes pagasse, sabendo que tinham sido seus inimigos durante a guerra
pela independência da Guiné-Bissau.
"Portugal está a
fugir das suas responsabilidades, mas tem que as assumir", disse.
Se for preciso, avisou
Albino Gomes, a associação vai constituir um advogado e levar o caso às
instâncias judiciais.
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