segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Jorge Lage – finalmente um prémio mais que justo


Por BARROSO da FONTE


Soube pelo blogue tempo caminhado que a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro, de Lisboa, acaba de atribuir o Prémio Carreira Prof. Doutor Adriano Moreira ao escritor Jorge Joaquim Lage, natural de Chelas, do concelho de Mirandela. Muito justa, oportuna e certeira decisão, teve o júri deste prémio. E explico esta trilogia de conceitos.

Primeiro: o poder político, as agremiações culturais, o lobis que gravitam e mamam todos os grandes apoios do Estado, praticam o provérbio latino; os burros coçam-se uns aos outros, a começar pela constituição dos júris.

Segundo: atravessamos um tempo em que para se obter um prémio dito nacional ou de elevada importância, o premiado tem que possuir a auréola de esquerdismo, de gay, de lésbica, de fofoquice libertária e, alinhar, subscrevendo todas as petições públicas que cheirem a contestação a todas insurreições contra as normas sociais.

Está hoje na moda o marketing empresarial que visa instituir prémios literários, jornalísticos e afins que poderiam ser benéficos, plurais e justos se os julgadores fossem isentos e oriundos do país real. Mas não fazem isso: entregam «o ouro a bandido» para que repartam entre os seus pares, a escolha dos avaliadores. Esses lobis já sabem que determinado prémio vai este ano para fulano tal porque, na edição seguinte, retribui-se o prémio àqueles que no ano anterior foram os sortudos.

Funciona com esta promiscuidade mafiosa, a mesma que os construtores civis, adotam para alternar com os ajustes diretos. Todo o mundo sabe destes truques. Mas ninguém reage porque falta moralidade aos decisores.

Escrevo estas verdades como punhos, a propósito da forma fortuita, democrática e certeira, como a Centenária Casa de Trás-os-Montes, com sede em Lisboa, criou e tem distinguido, ano a ano, o autor que mais e melhor, tem produzido a favor da região Transmontana e Alto-duriense. Distinguiu – e muito bem – o mais respeitado patrono desse prémio: Adriano Moreira. E um júri que desconheço à hora em que escrevo esta nota de leitura, mas que aplaudo, entendeu, eleger este Historiador de formação, escritor de vocação e jornalista por devoção.

Sou mais velho do que Jorge Lage e de dezenas de muitos e talentosos autores, quer das artes quer das letras. Sou admirador de todos e, sempre que mais um se revela, sendo Transmontano, é o primeiro clic que anoto. Assim fiz nos três volumes do Dicionário dos Mais Ilustres Transmontanos e Alto Durienses e nalgumas antologias e também na Academia de Letras de Trás-os-Montes de que fui outorgante número quatro. Pela qualidade e quantidade destes largas dezenas de criativos, se mostra o mediatismo destas gerações que enriquecem a cultura Portuguesa. Jorge Lage brilhou já em todas as frentes. É sempre dos primeiros a noticiar o que de bom vai acontecendo à nossa volta. Como investigador da Castanha e sobre o Castanheiro é aquele que tem mais estudos.

Na defesa de Trás-os-Montes está quase sempre na linha da frente. Parabéns notável Amigo.                       

1 comentário:

  1. Boa noite Doutor Barroso da Fonte! Obrigado pelo seu texto generoso para comigo. Sempre tenho promovido a nossa terra e a nossa gente. Não estou preparado para os louvores generosos porque sou apenas um trabalhador. E a distinção vai para todos os que me apoiaram e me ajudaram sem eles não teria a mesma força. Depois, queria louvar a sua coragem em dizer duas verdades a uma certa "panelinha" de Lisboa. Eu sou muito poucochinho perante pessoas tão ilustres e com grande obra como o Doutor. Barroso da Fonte. Agradecer, também, a generosidade do Doutor Armando Palavras em divulgar esta distinção. Jorge Lage

    ResponderEliminar