sábado, 1 de agosto de 2020

9 séculos, a nova revista nortenha nas bancas na segunda semana de Agosto



Ontem recebemos em PDF o original da nova revista nortenha que na segunda semana de Agosto estará nas bancas, ao preço de oito euros. É seu director o Doutor Barroso da Fonte. Este portento da cultura nacional e um dos Imperadores da Transmontana, é uma lenda viva para os Transmontanos da nossa geração. Por razões que agora não importa descrever. Atento às aldrabices que vão correndo pela conversa fiada do costume, nos corredores podres do poder, presenteia agora o país com esta soberba publicação com cerca de 132 páginas a cores que homenageia, em todos os parâmetros, a figura do nosso primeiro Rei: Afonso Henriques.
Tivemos o privilégio de nela colaborar com escrito sobre o românico rural. E foi-nos concedida a graça de podermos apreciar recensão sobre ensaio que publicamos recentemente sobre a Bandeira Processional das Almas de Lagoaça, patrocinado pela ExoTerra, acompanhada da imagem de capa.
Não podemos dizer muito, por agora, da publicação, para não prejudicarmos a sua venda a público, mas temos o prazer de sermos os primeiros a dar notícia da coisa. Aqui deixamos, para saborearem, o estatuto editorial e a primeira parte do editorial (composto por três partes) do seu director.

Estatuto Editorial

FICHA TÉCNICA
É uma publicação semestral, impressa em papel, independente
Título: 9 séculos
Subtítulo: Revista da Lusofonia
Proprietário e Editor: João Barroso da Fonte
Periodicidade: Semestral
Suporte: Impresso
Tiragem: 1000 exemplares
Composição: João Bastos - Mais Guimarães
Concepção da capa: Rui Viana
Impressão: Gráfica Nascente - Artes Gráficas, Lda
Data da publicação: Agosto 2020
ISSN: 2184-7614
Nº Depósito Legal: 472602/20
Conselho de Administração:
André Veríssimo
Milena de Barros
Conselho Deontológico:
Abel Augusto Madeira de Lacerda Botelho, Milena de Barros, Paulo
Samuel de Bastos Almeida, Renato Manuel Laia Epifânio.
Conselho Científico:
José Marques, Maria da Conceição Falcão Ferreira, Vitorino Costa.
Conselho Redatorial
Diretor Coordenador: João Barroso da Fonte
Subdiretor: João Pedro Miranda
Editora delegada da Administração: Milena de Barros



Colaboradores: Abel Lacerda Botelho, Abel Estefânio, Albertina
Amaral, Alberto Ribeiro Soares, André Veríssimo, António Chaves,
António Fontes (Pe.), António Jorge Nunes, Armando Palavras,
Assunção Morais, Cristina Torrão, Dario Carreira, Fernando Tavares,
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Ventura, Milena de Barros, Narciso Machado, Paulo Amaral, Rui Viana.
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É uma publicação semestral, impressa em papel, independente e essencialmente cultural. Como publicação periódica, formativa e informativa, assume o compromisso de assegurar os princípios deontológicos, a ética jornalística e o dever democrático, servindo a Cultura Portuguesa. Destina-se a privilegiar o aprofundamento da verdade histórica, contra o mercantilismo, a superficialidade e a desonestidade intelectual. Pretende difundir, dilatar e promover a pureza linguística, enquanto veículo civilizacional da Lusofonia, raiz privilegiada de outras Línguas universais ao serviço da Humanidade.
A Portugalidade, no labirinto da sua Diáspora planetária, preservará o ícone da sua importância novecentista, zelará o simbolismo ético, patriótico e mítico do seu Fundador e congregará todos os falantes que venham a usar a Língua Portuguesa, como instrumento de progresso, de formação cívica e de paz mundial. Como órgão de formação, de diálogo, de informação e de cultura, abster-se-á de fomentar o sensacionalismo, por troca com o rigor, a verdade, a liberdade e a justiça. Para que possa corresponder a estes objetivos que são solenes e universais, esta revista terá âmbito nacional, europeu e lusófono. E pretende contribuir para se celebrarem condignamente, em 2028, os 900 anos do nascimento de Portugal.




















BARROSO da FONTE
EDITORIAL

I. O arquiteto Luís Carrilho escreveu na imprensa nacional, em 10 de Junho último: «está intrínseco em mim o orgulho em ser português. Devemos considerar-nos cidadãos do mundo, acima de qualquer ideologia e nacionalismo. Basta ver como um vírus que surgiu na China afetou o mundo inteiro. Este facto faz-nos lembrar que somos todos iguais e que temos lutas comuns. Mas há algo em ser português que é especial».
O Presidente da República e o Primeiro Ministro também realçaram esta dupla convergência mundial nas muitas e diversificadas intervenções que fizeram, ora de máscara no rosto, ora sem ela.
Do mesmo modo, o cardeal D. José Tolentino de Mendonça apelou a esse orgulho lusitano, em nome das Comunidades Portuguesas; e até o político Henrique Neto repetiu aquilo que já tinha defendido no Parlamento: «Portugal Primeiro e Pensar Portugal».
De resto, na sua crónica de 12 de Julho, clicou em duas variáveis no tema do «orgulho em ser português: o padre António Vieira, depois de uma vida cheia de ambições e de amor a Portugal, morreu no Brasil, triste e desiludido, com a má governação do reino».
No mesmo mês, esse arauto do saber, da justiça social e do amor à Pátria, foi alvo da fúria destruidora de gente sem escrúpulos que age por ignorância. Uma terceira desilusão para Henrique Neto: «é a corrupção que, em nome do amor e dos bons serviços a Portugal; nunca os sinais de mais essa pandemia foram tão amplamente divulgados», tão permissíveis, tão generalizados e tão dissonantes em quem neles se envolve, em nome do serviço público.
O Primeiro Ministro, dia 10 de Junho, confirmou que «em tempos difíceis importa celebrar o orgulho de ser Português». Alfredo Pimenta (1882-1950), académico de número 9, da Academia Portuguesa de História, confessou, em 1918: «Eu pertenço a uma geração de sacrifícios, a uma geração de vítimas, que nasceu ouvindo as maiores acusações sem provas, e bebeu essas campanhas negativas e difamatórias como bebemos a água que nos dão ou recebemos o ar que respiramos. Os novos têm de se agrupar e fazer deste país uma nação com um poder político que seja legítimo e autêntico, cuja força, disciplinada, se estenda do exército à indústria e do operariado às academias, na orientação que eu levo e que levam os meus amigos».
Albino Forjaz Sampaio (1884-1949) foi Secretário de Propaganda Nacional. Promoveu a obra que, pelo seu conteúdo, é um facto; mas o que moveu o autor, confessa ele, «foi sim o coração e o espírito do autor que nunca deixou de sonhar cada vez mais alto, com a ideia da sua Pátria: o patriotismo é um sentimento construtivo».
Deixo aqui citados alguns autores portugueses que se destacaram pelo amor à sua pátria, à sua geração e à história do seu País. Estes e outros souberam transmitir à minha geração, desde 1911 até 2011, as razões pelas quais Portugal se bateu desde a Batalha de S. Mamede, em 24 de Junho de 1128, e os 900 anos que vão completar-se em 2028.
Cada geração tem, num estado de Direito, o dever de transmitir aos mais novos, aquilo que aprendeu e ajuizou com os mais velhos. Ensinaram, por exemplo, que a hierarquia social se rege por princípios, por usos e costumes e por leis naturais e leis positivas.
Aquelas são fruto da natureza. Estas são decididas pelo poder político de cada país, reconhecido pela comunidade internacional. Portugal é um país europeu que nasceu das divergências políticas dentro do reino de Leão. Herdou uma língua e um condado que foram crescendo, graças às ambições dos seus residentes.
Essas ambições definiram-se num primeiro combate, legítimo, como era então uso. Um casal de condes galegos não aceitou, por bem, a herança do rei de Leão, Afonso VI, que tinha duas filhas. A mais velha, Urraca, era legítima. A mais nova, Teresa, era filha só pelo pai, e recebeu como herança apenas a gerência do Condado Portucalense. As partilhas régias agravaram-se com a morte de Afonso VI (em 1109). Pouco tempo depois morre o conde portucalense, pai do jovem Afonso Henriques, quando este tinha dois ou três anos de idade.
D. Teresa, que antes da morte do marido (Conde D. Henrique) partilhava com ele as suas ambições de mais poder e autonomia, após a viuvez envolveu-se de amores com dois condes galegos, que começaram a interferir nos destinos do Condado, o que não agradou ao filho, nem aos barões portucalenses. Daí resultou entrarem inevitavelmente em conflito, que culminou na batalha de S. Mamede. E a vitória do filho foi o primeiro passo para a independência do condado, naquela que foi «a primeira tarde Portuguesa».
O segundo passo teve a ver com o novo estatuto desse Reino nascente. Em guerras sucessivas, Afonso Henriques e os seus seguidores bateram-se e consolidavam as fronteiras da nova nação. Entretanto a diplomacia fazia o seu trabalho. Houve outras etapas importantes, sendo de destacar a Batalha de Ourique (1139), contra os cinco reis mouros; e os acordos de Zamora (1143). Em Ourique Afonso Henriques considerou-se rei pela primeira vez. Mas o seu primo, o Imperador da Hispânia Afonso VII, só desde 1143 reconheceu esse tratamento. Finalmente, em 1179, o Papa Alexandre III reconheceu o pleno direito ao título de Rei a D. Afonso Henriques (...) .

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