quinta-feira, 25 de junho de 2020

O milagre da covid 19 e a propaganda educativa


Há uns dois ou três dias a dona Catarina (aquela rapariguinha do BLOCO) veio debitar umas coisas sobre o Ensino. Até disse (ao contrário do que é costume) algumas coisas acertadas. O que originou logo no dia seguinte uma reacção dos centristas (CDS).
Perante esta “pressão”, dois dias depois o dr. Costa e o ministro da educação foram à escola secundária da Ramada em Odivelas.
E o que disseram os cavalheiros?
Tiago Brandão Rodrigues disse que o ano lectivo irá começar entre 14 a 17 de Setembro, porque este calendário dará tempo de preparação à comunidade educativa. E afirmou: "haverá um diálogo com os diversos atores da educação, organizações que representam os trabalhadores, associações de diretores, confederações de pais.
Falaremos com todos aqueles que, juntamente connosco, trilharam este caminho difícil destes últimos meses. Queremos que o próximo ano letivo seja bem mais normal do que este. Por isso, estamos também a trabalhar com as autoridades de saúde para saber quais os pilares com que nos podemos mover".
E até acrescentou que as primeiras cinco semanas do próximo ano lectivo serão dedicadas à recuperação de aprendizagem.
Ora o que é que isto quer dizer? Em concreto quer dizer propaganda ideológica iniciada pela dona Lurdes Rodrigues (ministra do tempo socrático), há muito delineada por António Gramsci.
Disse-se alguma coisa sobre as questões estruturais das escolas? Sobre os professores e funcionários? Sobre os funcionários nada e sobre os professores apenas isto: que o governo "quer que o ensino seja presencial".
[num país decente e democrático isto daria “pano para mangas” nas primeiras páginas dos jornais!].
O governo quer. Mas quer, como? Com turmas de 30 alunos? Com um número residual de funcionários? Com falta de regras e indisciplina?
Se, de facto, o governo quer as aulas presenciais, tem que resolver (para já) estas três questões: Duplicar (no mínimo) o número de professores, duplicar (no mínimo) o número de funcionários e promover legislação para impor a disciplina escolar.
E estas são apenas três das questões fundamentais. Porque há outras. Por exemplo, a tutela já alguma vez referiu (ou sequer pensou) no apoio técnico aos professores que não dispõem formação técnica na área das tecnologias? Claro que não, porque em relação a estes profissionais apenas coloca a coisa no trabalho escravo!

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