A
Fenprof considera que as orientações do ministério da Educação para a
reabertura das escolas aos alunos do secundário revelam
"irresponsabilidade" e apresentam propostas "absurdas" como
manter os estudantes dentro das salas de aula nos intervalos.
A
Fenprof considera que as orientações do ministério da Educação para a
reabertura das escolas aos alunos do secundário revelam
"irresponsabilidade" e apresentam propostas "absurdas" como
manter os estudantes dentro das salas de aula nos intervalos.
O Ministério da
Educação enviou na terça-feira para as escolas dois documentos com orientações
sobre a forma como devem ser retomadas as aulas presenciais para os alunos do
11.º e 12.º ano, que deverão regressar às escolas em 18 de maio, depois de
quase dois meses com ensino à distância.
A Federação Nacional
dos Professores (Fenprof) criticou hoje o governo por ter enviado os documentos
para as escolas sem que antes tivesse havido qualquer diálogo com as
organizações sindicais, tendo em conta que muitas das medidas implicam com o
trabalho e horário de docentes e restantes funcionários.
Os documentos
orientadores definem que só pode haver um aluno por mesa e, em caso de
necessidade, as turmas podem ser divididas por duas salas, o que implicará ter
mais professores disponíveis.
Em declarações à Lusa,
o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, criticou a tutela por
"sacudir para as escolas responsabilidades que deveria assumir em
protocolo sanitário" e de existirem "aspetos de ordem pedagógica que
não são acautelados, agravando ainda mais as desigualdades que a atual situação
produz".
O representante dos
professores alertou também para algumas questões sanitárias que classificou
como "absurdas", como a que prevê a manutenção dos alunos dentro das
salas de aula durante os intervalos.
Mário Nogueira
considerou ainda que as "orientações do Ministério da Educação revelam
irresponsabilidade e falta de rigor que, nas atuais circunstâncias, não
deveriam existir".
Para a Fenprof, o
documento que foi enviado às escolas é "generalista" e "omisso
em aspetos importantes", além de deixar "à discricionariedade
das direções das escolas decisões que mexem com os horários de trabalho dos
professores, com as suas condições de trabalho ou com a distribuição de serviço
docente".
Entre as orientações
da tutela está a possibilidade de reduzir para metade as aulas
presenciais, mas também a de os professores em situação de risco poderem ficar
a dar aulas a partir de casa, estando na sala de aula um outro docente para
apoiar os alunos.
As escolas podem
também optar por redistribuir o serviço docente ou contratar mais professores.
O ministro Tiago
Brandão Rodrigues disse na terça-feira no parlamento que o ministério está a
trabalhar para "ter um corpo docente robusto", garantindo que neste
processo ainda serão ouvidas as estruturas sindicais.
"Trabalharemos
para ter um corpo docente robusto, para ter o corpo docente que seja necessário
para dar a resposta com todos os condicionalismos de higienização e de
distanciamento", garantiu durante uma audição parlamentar.
Em declarações à Lusa,
os diretores das escolas aplaudiram, na generalidade, as orientações enviadas
pelo ME, mas alertaram para o facto de os documentos apontarem para que os
alunos do 11. º e 12.º ano voltem a ter aulas presenciais a todas as
disciplinas e não apenas às que se propunham fazer exames nacionais.
Os documentos enviados
na terça-feira para os diretores defendem que se deve tentar concentrar as
aulas das turmas por turnos da manhã ou da tarde.
Com a ameaça de
infeção pelo novo coronavírus, que provoca a doença coid-19, passa também a
existir um conjunto de regras desde a higienização de todos os espaços da
escola assim como a definição de percursos que devem ser usados por todos.
Dados actuais da COVID 19
Portugal contabiliza
1.089 mortos associados à covid-19 em 26.182 casos confirmados de infeção,
segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a
pandemia divulgado hoje.
Relativamente ao dia
anterior, há mais 15 mortos (+1,4%) e mais 480 casos de infeção (+1,9%).
Das pessoas infetadas,
838 estão hospitalizadas, das quais 136 em unidades de cuidados intensivos, e o
número de casos recuperados passou de 1.743 para 2.076.
Portugal entrou domingo
em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de
emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate
à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em
vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso
obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de
atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.
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