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Os textos compilados no
livro indicam que o autor escreve maioritariamente num contexto Ocidental,
primordialmente protestante, norte-americano e europeu e escreve para
interessados em religião. Entretanto, não deixa de introduzir, no capítulo
intitulado Da secularidade às religiões
mundiais, as peculiaridades do “Terceiro Mundo” no quesito religião:
“Se fosse perguntado sobre a
experiência mais importante que conduz de um livro ao outro [Um rumor de
anjos, 1969 e O imperativo herético, 1979], eu diria que foi o
Terceiro Mundo. Na década de 1960 eu estava preocupado com o problema da
secularidade e Um rumor de anjos foi uma tentativa de superar a
secularidade a partir de dentro. O Terceiro Mundo ensinou-me quão etnocêntrica
era essa tentativa: hoje a secularização é um fenômeno de âmbito mundial, é
verdade, mas ela está muito mais arraigada na América do Norte e na Europa do
que em qualquer outra parte. Uma perspectiva mais global inevitavelmente
proporciona uma visão mais equilibrada do fenômeno. Ao invés, o Terceiro Mundo
impressiona com a enorme força social da religião” (BERGER, 1997, p. 174).
No capítulo 10, Observações finais – Um Rumor dos Anjos, Berger
diz-nos do que trata - da redescoberta do sobrenatural como possibilidade para
o tornar teológico, e torna-o com a proposição de métodos possíveis para se
lançar na busca da questão nos dias atuais. Mas, acentua que se deve
manter uma saudável dose de indiferença em relação a possíveis prognósticos
empíricos.
Foi somente com o começo da
secularização que a plenitude divina começou a recuar, até que atingiu o ponto
em que a esfera empírica se tornou abarcadora de tudo e perfeitamente fechada
sobre si mesma [...] Há alguns anos atrás (sic), a um padre trabalhando numa
favela de uma cidade da Europa, fez-se a pergunta por que estava fazendo aquilo
e respondeu: “Para que o rumor de Deus não desapareça completamente” (ibid., p.
225).
. “O curso histórico da pergunta
sobre a transcendência não pode por si mesmo responder à pergunta” (ibid., p.
228).
“Se os sinais de transcendência se
tornaram rumores em nossa época, então nos podemos lançar na exploração destes
boatos - e talvez segui-los até sua fonte” (ibid., p. 226).
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