"Este fenómeno que me
parece generalizado na função pública (mesmo nas Finanças, com um sistema
aprimorado para captar o dinheiro dos contribuintes) é uma desgraça permanente,
duradoura e sem remédio à vista.
Funciona assim:
Alguém num ministério,
numa direcção geral, num departamento do Estado seja autónomo ou não, decide e
tem poder para influenciar que se "aloquem" recursos financeiros para
programar algo que se julga necessário. Nunca se sabe quem é este "alguém"
cujo anonimato nos prejudica a nossa vida colectiva como poucos o podem fazer.
Não fica registo destes anónimos e a informação não passa dos círculos mais
concêntricos desse pequeno-grande poder.
Surge então o problema de
saber a quem atribuir a tarefa, como determinar a execução da mesma, como
definir parâmetros ajustados e como resolver o problema.
Como há várias empresas
especializadas nesse género de tarefas de criação de programas é preciso
escolher uma delas. Como se faz? Ou um concurso público ou um "ajuste directo".
Seja como for, o projecto
é entregue e aqueles parâmetros em caderno de encargos ou definição de
objectivos e outros termos em jargão economiquês e de gestão entra em acção. É
a chamada "governance"..."
Fonte: Portadaloja
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