quinta-feira, 2 de abril de 2020

Os Homens que salvavam livros



Vilna, também conhecida como a «Jerusalém da Lituânia», é o cenário de fundo para esta história fantástica que nos é contada neste livro por David E. Fishman. Cidade multicultural, caracterizava-se por ser o centro cultural judaico de Leste no período anterior à Segunda Guerra Mundial.
O conteúdo do livro descreve uma história quase inacreditável, protagonizada por um grupo de poetas e intelectuais, do gueto de Vilna, que arriscaram a própria vida para resgatarem milhares de livros e manuscritos apreendidos por nazis e soviéticos. Um relato heroico à escala humana; de amizade e amor pelos livros.
Fishman fundamenta toda esta narrativa, onde descreve as atividades ousadas deste grupo, a quem a própria comunidade apelidou de “Brigada do papel”, em documentos judaicos, alemães e soviéticos, incluindo diários, cartas, memórias e entrevistas com vários participantes da história.
A cultura judaica é a cultura do livro, como é bem lembrado por Amos Oz em “Judeus e as palavras”. Para eliminar esse conceito, o regime nazi mandou fazer a partir de rolos da Tora, palmilhas para botas, como é documentado em fotografia.
Mas o que se conclui disto? O que os elementos sobreviventes da “brigada do papel" concluiu. Quando desenterraram os tesouros escondidos em esconderijos (depois da Guerra), constataram que as autoridades soviéticas que assumiram o controlo de Vilna eram tão hostis à cultura judaica como os nazis. “Tiveram então de resgatar de novo os tesouros e tirá-los da União Soviética” (p.12).


Sem comentários:

Enviar um comentário

Cartazes (e programas) oficiais do V Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro

  Clique nas imagens para aumentar