segunda-feira, 16 de março de 2020

Marcelo. De gravata mas sem terno



Mário Adão Magalhães
Não sei muito bem se foi o cidadão Marcelo Rebelo de Sousa (MRS), se foi o Presidente da República MRS, quem falou ao País no Domingo à noite desde a sua casa particular em videochamada, onde se encontra em quarentena voluntária.
Depois de decidir ficar em quarentena, que terá dado estragos económico-sociais imprevisíveis para Portugal, com tamanho alarme social para o mundo, no empirismo das suas ideias, na vida doméstica de homem que mora sozinho, como fez questão de mensurar, aparece desde casa com gravata. Fato e gravata, vá lá. 
Em 2018, António Costa, o primeiro, apresentou-se à futrica desde Luanda, numa visita oficial a Angola, o que causou indignação geral, que se tornou num assunto de Estado, quase tudo porque se apresentou sem gravata e com jeans, não sei se Levi`s Strauss, ainda não consegui apurar, o que "faz toda a diferença", completamente diferente de fazer muita ou pouca diferença. 
Ora Marcelo Rebelo de Sousa, na tal quarentena voluntária em casa, apresentou-se ao País engravatado.
Eu a propósito lembro-me que já o vi nas várias informalidades como fato de banho, chinelo e coisa e tal. Haverá aqui alguma incoerência - algo que não bate muito bem a bota com a perdigota, até porque MRS deixou inferir que esta comunicação ao país era informal.
MRS num acto inédito quanto o que o mundo está a viver, não tem aparecido sob o manto da quarentena, impedido de opinar tutti quanti, talqualmente como nos habituou.
Por aqui tem-nos descansado. Mas já não sei se MRS se cansa ou descansa. Imaginar o Presidente da República descansado, a descansar, não é muito claro.
Mas, porém, todavia e contudo, ter-lhe-á calhado bem. Ainda que deva ser um conflito entre Marcelo presidente, e Marcelo cidadão numa posição hercúlea de ficar calado.
Na sua sagacidade - MRS - há-de ter conversado com os botões do seu fato mais os da nívea camisa, e concluído que até lhe calha bem. Que o poupa a disparates.
Presumo que Marcelo Rebelo de Sousa, de gravata entre as lides domésticas, se encontra a ensaiar para Quarta-Feira, por fim, - na reunião do Conselho de Estado que anunciou, se prepara, solenemente, para decretar o Estado de Emergência Nacional.

1 comentário:

  1. Parece que o governo/PS e os partidos que o apoiam preferem o desenrascanso e são contra o país entrarem em quarentena. Sendo assim, uma medida mitigada é como quem compra um ruim pano. Quem se veste com ruim pano, veste-se duas vezes no ano. Oxalá que me engane, mas tudo aponta para que tenhamos a pandemia por meses. Nem sabemos aprender com uma ex-colónia, Macau. Deve estar a ser incómoda a posição assertiva dos Açores e Madeira, bem como algumas medidas das Câmaras Municipais do Porto e de Cascais. Para os amigos leitores deste blogue: - protejam-se não facilitem!

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