A Comunicação Social diz-nos quase diáriamente à beça que ao menor acidente ocorre uma equipa de psicólogos.
Isto é matéria que até tem a ver com Protecção Cívil. E aqui no que me debruçarei é-o tanto quanto possível da Protecção Civil, mas não vou por aí.
Até porque é assunto eternamente doloroso e que guardo à roda de oito anos.
Um familiar tão querido quanto amado e saudoso - daí não tencionar trazer isto à colacção, foi atroplado de morte quase imediata rigorosamente à entrada de casa.
Não houve apoio psicológico para o esposo nem para os filhos.
Eu, por fim, encaminho-me para uma localidade que, à margem, me foi indicada como eventualdade de estar a receber apoio duma viatura adstrita ao INEM, para saber o que se passava.
A ambulância mais a viatura da GNR já vinham em marcha muito lenta. Não era difícil perceber que o diagnóstico era o pior.
À porta da GNR local, para procedimentos legais, aonde fora levada a ambulância, pousou sensivelmente uma hora.
O meu pranto é inaudito.
Eu gritava.
Ninguém que estava presente me dizia nada, me ligava nenhum.
E quando pedi que me deixassem vê-la impuseram-me, não só com falta de sensibilidade, como de modo muito grotesco, que só me deixavam ver, entrando para isso dentro da ambulância, se me calasse.
Tentei.
Entrei. Vi o meu familiar com a mãozinha esquerda a pender da maca.
Onde está(va) a protecção civil em Felgueiras?
Hoje, segundo quase toda a Comunicação Social, um empresário local critica o atraso e a actuação das autoridades de saúde felgueirenses, a partir da sua imprensa de onde partiu a suspeita duma vítima de Coronavírus, felizmente não confirmada.
A Comunicação Social de um modo geral di-lo a esmo: um caso ali ou acolá, desta ou dequela dimensão... mas as pessoas que presenciaram, próximas ou familiares da vítima já estão a receber apoio psicológico.
Hoje mesmo já o disse algumas vezes.
É isto?!
É isto a protecção civil?
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