Acaba de sair
a público o primeiro livro de poemas de Abílio Bastos. Poeta popular, publicou
alguns poemas no jornal Noticias de Mirandela e participou na Antologia de
Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana, editada pela Casa de
Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa (2018).
O posfácio é de
autoria de Jorge Lage.
Zé do Vale
foi, durante algum tempo, o pseudónimo de Abílio Bastos, natural de Abadim,
concelho de Cabeceiras de Basto e casou na freguesia de Salto, concelho de
Montalegre, do outro lado da Serra da Cabreira. Fez a quarta classe e, como era
pobre, sentava-se no muro em frente ao Colégio do Mosteiro de Refojos por não
poder continuar a estudar.
Em criança,
foi plantador de árvores na Floresta dos Serviços Florestais e depois
carpinteiro. Foi nas tábuas que trabalhava que escreveu muitos dos seus poemas
inéditos como este, que depois desapareciam na obra que executava. Foi soldado
em Timor e, no regresso, faz o curso comercial. Segue, a salto, para França,
escrevendo o seu belo poema, «O Trilho». Deixa as terras gaulesas e vai para
Nova Iorque onde foi um mestre carpinteiro e por desenvolver bem o trabalho
ganhava um salário a dobrar, É nesta altura que o conheço e só mais tarde me
apercebi que era um poeta com valor que merecia ser conhecido. Foi um grande activista da causa timorense e
voluntariamente construía os carros de Timor que participavam na «Grande Parada
do dia de Portugal na Ferry Street», em Nework, junto a Nova Iorque.
Jorge Lage
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