quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

O Vale de Abílio Bastos



Acaba de sair a público o primeiro livro de poemas de Abílio Bastos. Poeta popular, publicou alguns poemas no jornal Noticias de Mirandela e participou na Antologia de Autores Transmontanos, Durienses e da Beira Transmontana, editada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa (2018).
O posfácio é de autoria de Jorge Lage.

Breve nota curricular

Zé do Vale foi, durante algum tempo, o pseudónimo de Abílio Bastos, natural de Abadim, concelho de Cabeceiras de Basto e casou na freguesia de Salto, concelho de Montalegre, do outro lado da Serra da Cabreira. Fez a quarta classe e, como era pobre, sentava-se no muro em frente ao Colégio do Mosteiro de Refojos por não poder continuar a estudar.
Em criança, foi plantador de árvores na Floresta dos Serviços Florestais e depois carpinteiro. Foi nas tábuas que trabalhava que escreveu muitos dos seus poemas inéditos como este, que depois desapareciam na obra que executava. Foi soldado em Timor e, no regresso, faz o curso comercial. Segue, a salto, para França, escrevendo o seu belo poema, «O Trilho». Deixa as terras gaulesas e vai para Nova Iorque onde foi um mestre carpinteiro e por desenvolver bem o trabalho ganhava um salário a dobrar, É nesta altura que o conheço e só mais tarde me apercebi que era um poeta com valor que merecia ser conhecido.  Foi um grande activista da causa timorense e voluntariamente construía os carros de Timor que participavam na «Grande Parada do dia de Portugal na Ferry Street», em Nework, junto a Nova Iorque.
Jorge Lage

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