J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da
Universidade do Minho
Diário do Minho19 deDezembro_2019_pág17
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As diferenças religiosas e culturais são as que mais se diferenciam entre
si e que mais tensão criam entre diferentes povos. A diversidade cultural sempre acompanhou a história da
humanidade. Antigamente, como hoje,
as populações viveram de forma natural o “Multiculturalismo”. Em Leiria,
medieval, coexistiram mourarias, conventos cristãos e judiarias. O ódio
entre religiões só existiu (e existe) devido aos governos e “mandões
guerreiros” da época, sempre no seu interesse económico e no de suas famílias,
muitas vezes associado a uma ambição de “Poder”; isto é, a loucura por “um
Posso, Mando e Quero”. Mas tudo é reduzido a cinzas em poucos anos. São os os 7
pecados mortais (a Gula; a Avareza; a Luxúria; a
Ira; a Inveja; a Vaidade), exacerbados nalguns dos mortais. Contra estes
7 pecados mortais há 7 virtudes (Humildade; Generosidade; Caridade; Mansidão;
Castidade; Temperança; Diligência) que deveriam ser usadas não só por
Católicos, como por todos os humanos de outras religiões. Porém, a “História”
de Hoje, muito mais que a de Ontem, mostra que, para sofrimento de todos, que
isso não é, nem foi assim. Todavia, é bom notar que os portugueses, apesar dos governos que tiveram (e têm)
foram sempre os melhores do mundo no aspecto de “fusão” de culturas.
Sim, porque, o melhor dos Multiculturalismos é a “fusão” de culturas.
Veja-se o que se passa nesse Brasil, que é um Continente. Veja-se o que se
passa em Moçambique, em Angola, em Goa, na Guiné-Bissau e em Cabo Verde.
Tudo, apesar dos governos que tiveram (e têm). Em Moçambique, a esposa, médica,
prestava assistência gratuita, “ao domicílio” a populações de qualquer côr
e religião. Em troca, nos dias de festividade muçulmana, pessoas amigas vinham
a nossa casa oferecer-nos uns pratos com um arroz muito amarelo (com açafrão).
Nós, por cortesia, agradecíamos, mas não comíamos, porque era fortemente
amargo. Nesses tempos, em todo o Moçambique, havia igrejas cristãs bem perto de
mesquitas, mas nunca presenciei quaisquer “guerras” entre as comunidades que
professavam a Religião Cristã e as comunidades que professavam a Religião
Muçulmana. (Infelizmente, hoje, já há terrorismo misturado com
banditismo, no Norte desse País). Ontem (como Hoje) bem se sabe que não
pode haver casamento entre um a homem Cristão e uma mulher
Muçulmana, pois segundo as Leis Muçulmanas, era (é) indispensável que, nesse
caso, o potencial noivo terá antes de mudar o nome Cristão que tem (v.g.,
António Pereira) para um nome Muçulmano (v,g. Abdul, Faruk, Omar
Mahomed). E os filhos que nascerem têm de ter também nomes muçulmanos. E toda
a Família tem de professar a Religião Muçulmana. Para pior a situação, são os
Pais, Muçulmanos, que escolhem o noivo para a filha que têm, quando ela ainda é
jovem. Sabemos os dramas que esta regra Muçulmana tem provocado no Paquistão e
noutros países Muçulmanos. Não é menos trágica a situação quando um Árabe tem
um harém com uma dúzia de concubinas. Cada concubina é apenas uma “serva” do
seu “Senhor”: serve para ter filhos dele e fazer todos os trabalhos caseiros.
Quando criança, é-lhe retirado o clitóris, para não ter prazer nas relações
sexuais.
Mutilação genital feminina |
Sabemos os dramas que esta regra Muçulmana tem provocado na
Guiné-Bissau onde essa ablação é feita (às escondidas das autoridades) por
curandeiras com lâminas de barba, que muitas vezes provocam a morte da
criança
Todos os príncipes da Arábia Saudita (AS) têm o seu harém com várias
concubinas. Posso testemunhar que, para esse efeito, mandam emissários, por exº
a Inharrime, onde as donzelas são as mais belas de Moçambique, e convidam os
Pais delas a deixarem-nas ir para serem concubinas desses príncipes, a
troco de uma mensalidade que esses senhores lhes mandam entregar. Como essas
famílias, em geral, são muito pobres aceitam esta forma odiosa de escravatura.
No caso de casamento entre um a homem Cristão e uma mulher Chinesa,
não existe qualquer dificuldade: António Pereira pode casar com Liang Mei por
registo civil ou por igreja cristã. O filho que nascer pode chamar-se José
Mei Pereira e pode ser baptizado numa igreja cristã ou não pertencer a qualquer
religião.
Como se sabe os Muçulmanos pouco podem comer durante o Ramadan:
antes da oração da manhã podem dejejuar com as bebidas normais simples em
pequena quantidade.
Assim acontece nas outras duas refeições. A duração do Ramadan é de um
mês. Quando fui a um congresso no Cairo um taxista Muçulmano levou-me a
Alexandria em visita. Aí almocei uma refeição normal num restaurante e ofereci
almoço ao motorista que recusou, dizendo que só às 15h00 terminava o Ramadan.
Na volta, a meio do caminho, quando eram umas 15h00, o taxista parou o
veículo e dirigiu-se para um grupo que, à margem, comia uma refeição. Claro que
o grupo o recebeu com agrado e o convidou a comer. Ele chamou-me e também me
ofereceram comida (entre ela o tal arroz com açafrão). Agradeci a
gentileza, mas disse que tinhamos almoçado há pouco, não podíamos comer mais.
Cada povo tem a sua maneira de ser e estar no Mundo. Tudo isso deve ser
respeitado, em sã convivência. Compete às autoridades apenas evitar crimes,
tais com a mutilação do clitoris de meninas, atrá referido. Mas, os DDTs (Donos
do Mundo), mais hoje que ontem, na EU, nos EUA, na Arábia “Maldita” e no Irão,
tramam o bem-estar dos seus súbditos.
Braga, 19 deDezembro de 2019
J. Barreiros Martins Prof. Cat. Emérito Jubilado da Universidade do Minho
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