quarta-feira, 6 de março de 2019

Um homem fascinado por ANGOLA


Ontem o presidente Marcelo iniciou um périplo por Angola. No dia anterior o presidente João Lourenço dava uma entrevista excelente à RTP e nós, neste modesto espaço online, fazíamos referência ao mais recente livro do Doutor Barroso da Fonte que nos foi oferecido pelo autor no dia dos seus 80 anos (19/02/2019): “Crónicas do tempo da guerra”. Foi a melhor prenda que recebemos este ano. Porque refere terra que amamos, com a clareza e a sabedoria de quem lá esteve 24 meses, não por opção, mas por dever.
Estávamos à espera de uma narrativa comum – o relato de façanhas, actos heróicos e por aí fora. Mas isso é para os homens comuns, não para homens de excepção como o cronista de Montalegre, uma lenda viva para os da nossa geração.
Barroso da Fonte, nestas crónicas, não tem no horizonte a guerra, mas sim a paz (do futuro, alicerçado no passado e sustentado no presente), a fraternidade entre povos. É o humanista, o defensor de princípios éticos universais, o escritor corajoso e genuíno que sobressai nestas páginas, sem ódios e rancores. Fala mais da terra (Angola) do que da guerra.
O que lhe importa é a terra, as suas gentes e a sua capital, LUANDA, a quem tece elogios como a rapariga casadoira.
As coisas não acontecem por acaso, mas neste caso, a coincidência destas crónicas com o périplo do presidente português a Angola e a homenagem a Maria Eugénia Neto (esposa do falecido Agostinho Neto e natural de Montalegre) a 28 de Fevereiro do corrente, só pode ter acontecido através de algo transcendental.
Seguem três crónicas: 43, 50 e 53.                                                   (Armando Palavras)











2 comentários:

  1. É com imensa satisfação que vejo este apontamento por mais um lançamento de um livro do Doutor Barroso da Fonte, Envio-lhe os meus parabéns, desejando-lhe os maiores sucessos. Jorge Lage

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  2. PENSEI ESCREVER UM POEMA

    Pensei escrever um poema
    com esta cor pálida
    da tarde a diluir-se
    enquanto as pretas se ajeitam
    com esses mantos multicolores
    falando uma linguagem
    que pasma os cães
    e faz rir os estrangeiros.

    Há neste entardecer
    uma alma poética
    que faz versos da terra
    e gestos simétricos
    da sombra dos imbondeiros.

    Gosto de ver o céu azul
    pintado do sorriso dos pretos
    em tardes habituais
    nesta terra de palmeiras, capim e mandioca.

    Este poema que pensei escrever
    com palavras e gestos
    tirados do tempo
    é um salvo-conduto
    para a minha posteridade.

    Filiei-me nesta raça primitiva
    e quero perpetuar o seu primitivismo

    Porque não enxertar as árvores estéreis
    se podem dar bons frutos
    para matar tanta fome?

    In Trinta Anos de Poeta - Barroso da Fonte

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