Em 2008, Tidiane N’Diaye lançou a publico, em língua francesa, um livro (Le Génocide Voilé) que, para os
especialistas e os leitores cultos, punha ponto final na discussão sobre a
escravatura africana.
Contudo, como é costume, uma certa casta portuguesa, por questões
ideológicas, há cerca de um ano, continuou a alimentar uma discussão que Tidiane
N’Diaye deu como concluída. E de nada serviu que estudiosos como João Pedro Marques se rebelassem contra
as aldrabices lançadas na imprensa. A casta insistiu no tráfico transatlântico,
sobretudo o português!
Nós próprios nos pronunciámos neste espaço sobre o assunto. De nada valeu. A casta insistiu na aldrabice.
Nós próprios nos pronunciámos neste espaço sobre o assunto. De nada valeu. A casta insistiu na aldrabice.
A bem da verdade acaba de sair a público esse mesmo livro, publicado em
língua portuguesa pela Gradiva.
E bastam as palavras do próprio autor na introdução para pôr em sentido a
tal casta.
Até porque N’Diaye é africano e preto (o uso desta palavra é intencional). Franco-senegalês, é antropólogo e economista de renome, e trabalha no INSEE (Instituto Nacional de Estatística e Estudos Económicos Franceses).
Tanto o título como o subtítulo nos dizem tudo. Mas ouçamos o autor: “Enquanto o tráfico transatlântico durou
quatro séculos, os árabes arrasaram a África Subsariana durante 13 séculos
ininterruptos. A maioria dos milhões de homens por eles deportados desapareceu
devido ao tratamento desumano e à castração generalizada” (p. 8).
E, a terminar esta nota introdutória, no último parágrafo, acrescenta: “É mais do que tempo de o genocidário
tráfico negreiro árabo-muçulmano ser examinado e debatido, ao mesmo título que
o tráfico transatlântico. Embora não existam graus no horror nem monopólio da
crueldade, podemos afirmar, sem risco de equívocos, que o comércio negreiro
árabo-muçulmano e as jihads* (guerras santas) provocadas pelos seus impiedosos
predadores para obter prisioneiros foram, para a África Negra, muito mais
devastadores do que o tráfico transatlântico. E isto ainda ocorre sob os nossos
olhos (Janeirode 2008), com o seu quinhão de massacres e o seu genocídio a céu
aberto” (p. 9).
...É lá...
ResponderEliminar