domingo, 31 de março de 2019

A empresa familiar portuguesa mais famosa!



O jornal Sol acaba de lançar o organograma da empresa familiar portuguesa mais famosa! Tão famosa é que já extravasou o noticiário nacional, para ser notícia internacional. O patriarca da mesma é António Costa, advogado de formação e boy socialista de tempos imemoriais. No seu curriculum acrescenta-se ter sido número dois de José Sócrates que em 2011 levou o país à BANCARROTA! 
Já se contam 50 ligações e cerca de 20 famílias!


As reuniões da Tupperware no Governo

O ‘Governo-Família’ já tem uma versão de Zandinga na pessoa do primeiro-ministro que adivinha o futuro dos seus governantes.
Vítor Rainho - SOL

A história da família portuguesa mais famosa tem dado azo a muitas comparações com as famílias particulares, numa clara tentativa de branquear o atual Governo e suas ramificações. É normal que assim seja, já que aqueles que são atacados procuram contra-atacar para defender a honra da família. A política faz-se dessas coisas e não faltam voluntários que dão o corpo às balas por aqueles que estão no poder. Sempre assim foi e sempre assim será.
Ao ver os diferentes argumentos fui espreitar a história de um português que conseguiu criar um império quando deixou Portugal no princípio do século passado, tendo chegado ao Brasil em 1929, com 16 anos. Valentim dos Santos Diniz começou com uma pequena mercearia em São Paulo, depois abriu uma padaria com um sócio, mas como não queria dividir as decisões com ninguém vendeu a sua parte e inaugurou uma panificadora. A 7 de setembro de 1948 abriu a primeira loja com o nome de Pão de Açúcar, doces e salgados finos. Para encurtar a história, diga-se que, em 1985, o homem que deixou para trás Pomares de Jarmelo, na Beira Alta, tinha mais de 54 mil empregados nas suas 626 lojas, incluindo os que estavam nos escritórios. Cansado de tanto trabalho, Valentim quis deixar o comando das operações aos seus filhos, nomeadamente nas mãos do mais velho, que o acompanhava há já algum tempo. Acontece que essa decisão não foi bem aceite pelos outros filhos e a toda poderosa marca Pão de Açúcar quase entra em colapso, obrigando o velho patriarca a voltar aos comandos da empresa familiar.
Depois de um brutal emagrecimento do grupo, e de as disputas familiares acalmarem, decidiram recorrer a um diretor executivo de fora da família, pois só dessa forma profissional podiam ter sucesso. É histórico que as empresas familiares funcionam muito bem até ao momento da sucessão e, muitas das vezes, a incapacidade de o mentor do negócio de não delegar nos filhos a passagem de testemunho pode tornar-se fatal para a empresa.
Se assim é nas empresas, o que dizer do Governo? A questão do profissionalismo que demonstraram anteriormente não está em causa, mas encarar um Executivo e demais serviços do Estado como uma espécie de porto seguro dos seus familiares só não é escandaloso para quem não quer ver. Além de revelar uma pequenez de visão do país, denota que António Costa não reconhece talento a ninguém fora do seu circulo mais próximo. Digamos que estamos ao nível dos países africanos que saíram da guerra e em que o chefe máximo vai entregando setores fundamentais do Governo aos seus generais e familiares destes.
Costa entende que fazer do Conselho de Ministros uma espécie de reunião familiar da Tupperware, em que todos vendem e compram as ideias uns dos outros, é saudável e positivo para o país é lá com ele.
Lá fora já se goza com esta república monárquica e as sondagens cá dentro começam a demonstrar que as pessoas estão um pouco cansadas deste forrobodó familiar. O primeiro-ministro, claramente desorientado, até já faz de Zandinga quando prevê o futuro dos seus atuais governantes, insinuando que nunca seguirão os caminhos dos muchachos de Cavaco Silva. Esperemos que sim, que não se metam em bancos que nos custaram milhões de euros e que não passem do Governo para empresas que tutelaram. E podem aproveitar uma reunião mais alargada do ‘Governo-Família’ para combinarem o que farão quando se divorciarem do Executivo.


Um governo em família…
 Dinis de Abreu- jornal Sol

Há empresas em Portugal que têm como regra a não admissão de empregados com um grau de parentesco próximo de outros já nos quadros. Se isto acontece no setor privado, por maioria de razão deveria ser uma regra na administração pública, no setor empresarial do Estado ou no Governo.
Há vocábulos que emergem inesperadamente no espaço público, empurrados por uma determinada realidade substancial, e que ficam depois a pairar na narrativa mediática enquanto não se esgotam pela usura ou não são ultrapassados por outros. Os mais recentes são ‘nepotismo’ e ‘endogamia’. E até já saltaram a fronteira, como se leu no jornal espanhol El País…
Diz-se, com ironia, que temos a singularidade de um «Governo em família», ou que os escolhidos saíram da lista de convidados para festejar o aniversário de António Costa.
Ao Governo junta-se o PS na celebração desse ‘espírito de família’. A tal ponto que até Rui Rio, habitualmente cinzento, se saiu com humor ao dizer que «o Conselho de Ministros parece uma ceia de Natal».
Os exemplos ‘em família’ são conhecidos e vão desde Vieira da Silva e a filha Mariana, a Eduardo Cabrita e à mulher Ana Paula Vitorino, até a Francisca Van Dunem, ou aos recém-chegados Duarte Cordeiro e Pedro Nuno Santos.
O próprio presidente do PS e líder parlamentar, o açoriano Carlos César, não se envergonha de ter toda a família próxima investida em funções públicas e ele mesmo nunca conheceu outra atividade.
É um profissional da política que, em coerência, apareceu pressuroso a achar «natural que, em determinadas famílias, onde essa vocação se multiplica, as pessoas tenham empenhamento cívico similar». Di-lo sem o menor sobressalto cívico. Vale tudo.
A falta de pudor alastrou, aproveitando o adormecimento das oposições, e tornou-se mais atrevida por sentir a opinião pública anestesiada.
Há empresas em Portugal que têm como regra a não admissão de empregados com um grau de parentesco próximo de outros já nos quadros.
Fazem-no por uma questão de transparência e com o declarado intuito de eliminar favorecimentos ou conflitos de interesses,
Se isto acontece no setor privado, por maioria de razão deveria ser uma regra na administração pública, no setor empresarial do Estado ou no Governo.
O certo, porém, é que os boys e as girls têm inundado o aparelho do Estado. António Costa gosta de estar rodeado por um séquito de fieis, obedientes e acríticos. Francisco Assis pagou a ‘rebeldia’ com o nome riscado nas listas para o Parlamento Europeu. Ainda tentou ‘emendar a mão’, mas fê-lo demasiado tarde…
É improvável encontrar em governos democráticos um elenco tão enfeitado de amigos e compadres.
A «pandemia de relações familiares que pauta a composição do Governo» é «uma flagrante e temerária violação do princípio republicano» - afirmou Paulo Rangel, lamentando que o Presidente da República não tivesse advertido o primeiro-ministro em exercício contra essas «promiscuidades familiares».
Rangel defendeu mesmo que, «se se aplicasse o Código de Procedimento Administrativo nas reuniões do Governo, levaria a impedimentos sistemáticos de votações no Conselho de Ministros».
Algo que não parece incomodar muito quem deveria - quando se verifica a multiplicação de casos onde a condição de amigo, familiar ou titular de cartão do partido são os melhores atributos para desempenhar funções públicas.
Escrever isto hoje é, contudo, ‘chover no molhado’. No PS sobra gente exímia em se auto vitimizar, protestando estados de virtude e de inocência.
A cartilha tem ‘direitos de autor’ - e António Costa segue-a à letra, juntando-lhe um carrossel de inaugurações e de reinaugurações, ao estilo de Sócrates, com aproveitamento da máquina do Estado ao serviço da propaganda eleitoral.
A ‘cereja em cima do bolo’ foi a descarada manobra de redução dos passes sociais, sem cuidar antes de corrigir as frequentes anomalias que afetam os utentes dos transportes públicos.
 Em vez de se investir na melhoria da rede, na manutenção e na qualidade do material circulante - a cair de podre, como está provado nos comboios da CP -, incentiva-se a procura, mesmo sabendo de antemão que a oferta não dispõe de condições mínimas para corresponder a um aumento de circulação.
Pretende-se o efeito imediato e fácil. Apesar de governar em minoria, Costa faz o que lhe apetece, com a cumplicidade do PCP e do Bloco. O resultado não se recomenda.
Sócrates quis controlar a banca, a Justiça e os media - e quase o conseguiu. Costa é mais sofisticado. Espera ser ungido, finalmente, nas próximas legislativas, e alcançar os mesmos desígnios com menos custos de imagem. Aprendeu.
Com o sistema financeiro dependente, os media à trela, a Justiça novamente ‘domesticada’ - e os casos mais embaraçosos postos a recato, à espera de prescrição ou de um expediente processual qualquer -, Costa poderá dormir sossegado ou pôr o avental e ir cozinhar outra vez com a família para o programa da manhã da SIC…

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