Jornal de Angola de hoje, destaca passagem de Eugénia Neto por terras de Montalegre.
O Presidente de Portugal exortou ontem os angolanos a lutar pelos ideais de Agostinho Neto que defendem a liberdade, emancipação e o desenvolvimento. Marcelo Rebelo de Sousa falava à imprensa depois de ter visitado o Memorial onde repousam os restos mortais do primeiro Presidente de Angola ...
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No dia 28 de fevereiro,
no Salão Nobre dos Paços do Concelho, o Município de Montalegre, em parceria
com a Academia de Letras de Trás-os-Montes e com a Academia Galega da Língua
Portuguesa, homenagearam Maria Eugénia Neto, nascida em 1934, em Montalegre,
casada com o antigo presidente angolano, Agostinho Neto, e detentora de uma
vasta obra publicada. Para além de diversas entidades civis e religiosas
locais, destaca-se a presença do adido cultural da Embaixada da República de
Angola em representação do Senhor Embaixador e do vice-cônsul de Angola no
Porto.
A sessão foi aberta
com a leitura de um poema de Agostinho Neto, seguindo-se a intervenção do
Presidente da Câmara Municipal de Montalegre, Orlando Alves, que rendeu
homenagem a uma “filha da terra”, apelidando-a de “Mãe de Angola” e elogiando o
exemplo de mulher barrosã, que se fez por si própria a ajudou a construir uma
nação.
Seguidamente, teve
a palavra o associado da Academia, António Chaves, que manifestou a grande
alegria em poder participar e estar na origem desta homenagem, juntamente com o
amigo Barroso da Fonte, que propôs ao município, que rapidamente acedeu a tal
propósito. Lembrou os tempos difíceis da guerra e da importância da
determinação da homenageada ao longo de períodos mais conturbados. Esta vinda foi,
igualmente, motivo para o reencontro entre a homenageada e uma amiga de
infância, separadas há 80 anos.
A Presidente da
Academia de Letras de Trás-os-Montes, Assunção Anes Morais, referiu
a importância do momento, uma vez que a escritora veio à sua terra natal.
Relatou que dois associados, os barrosões António Chaves e Barroso da Fonte,
propuseram o nome de Eugénia Neto para sócia honorária da Academia de Letras de
Trás-os-Montes, em fevereiro de 2017. E este era o momento para homenagear a
escritora, a poetisa, a filha da terra e a mulher de armas que se manifestou ao
longo dos anos. É a prova de que os barrosões e as barrosãs têm uma atividade
literária fundamental, levando o nome de Barroso e a da região de
Trás-os-Montes a outras terras. Neste caso a Angola. Fez, ainda, uma breve
referência à obra de Eugénia Neto, que se encontra traduzida em várias línguas,
destacando a poesia, as cartas e os livros de literatura infantojuvenil.
Terminou, deixando a mensagem que a melhor forma de conhecer um escritor é
lendo as suas obras, fazendo o apelo à leitura da homenageada.
Finalmente, teve a
palavra a homenageada, Maria Eugénia Neto, verdadeiramente emocionada com todos
os momentos, destacando o contacto com os barrosões, o reviver a terra natal,
os amigos e vizinhos de infância. Agradeceu todo o acolhimento recebido,
recordou os recantos do barroso, da sua paisagem e de locais de inspiração.
Propôs uma geminação entre Montalegre e a vila de Kaxicane, concelho de Icolo e
Bengo, distrito de Luanda, terra natal do falecido marido, Primeiro Presidente
da República Popular de Angola. Fez, também, referência à Fundação Dr. António
Agostinho Neto, na qual é presidente, e que terá todo o interesse em
identificar áreas de colaboração cultural, educativa, artística ou científica.
A sessão teve como
desfecho a audição de poemas como “As cinco Guerrilheiras” e “Soubéssemos nós
dizer”, de Eugénia Neto, ditos pela voz de Odete Ferreira, membro da Direção da
Academia de Letras de Trás-os-Montes e do poema “Havemos de voltar”, de
Agostinho Neto, pela voz de Gorete Afonso, Diretora da Biblioteca Municipal.
No final, o
Presidente da Câmara Municipal de Montalegre e a Presidente da Academia de
Letras de Trás-os-Montes ofereceram alguns livros à homenageada Maria Eugénia
Neto, que, por sua vez, ofertou uma estatueta de madeira do pensador, símbolo
cultural angolano e diversos livros da FAAN à Câmara Municipal e à Biblioteca
Municipal de Montalegre. Recebeu, por parte da Academia, o diploma de sócia
honorária e o Presidente da Câmara ofereceu a medalha de ouro do concelho.
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