domingo, 6 de janeiro de 2019

As bazófias de António Costa encobrem muita miséria


por BARROSO da FONTE

0 primeiro ministro que chegou ao poder aos ziguezagues, jogou no tudo ou nada. Foi uma espécie de jogo da roleta para não fazer publicidade ao Euromilhões.
Não fora aquilo que era impensável e teria sido o chefe da oposição no mandato em que ainda tem quase um ano de vigência. Dessa golpada política alcandorou-se em campeão das esquerdas portuguesas que desde o Gonçalvismo nunca haviam saboreado o poder. Durante a campanha nenhuma força política aludiu a essa união de facto. Nem o próprio pai da proposta a colocou no ar. Daí que António Costa, com aquele risinho de escárnio com que nos brinda todos os dias e a toda a hora e momento, tenha entrado na história política não só do país, mas de toda a Europa comunitária. Aquilo que até ali era inadmissível no reino do Parlamentarismo democrático, fez doutrina universal. Perdeu-se a alma mater da ideologia e cambiou-se pelo oportunismo do momento isotérico. Platão que nos instruiu com a sua República criou a mimética que  faz a rotura entre o conhecimento e a arte. «Através dessa rotura condena a arte por promover a mimese, porque esta pauta-se pela aparência, elege simulacros da verdade e não presta contas à Filosofia que é a senhora absoluta e o bem mais precioso e mais útil à sociedade e ao bom cultivo da virtude. A arte está a três pontos afastada da verdade».
António Costa fez doutrina política com os simulacros da mimesis. Mas esta pauta-se pela aparência que está três graus abaixo da verdade.
Não invoco Platão que viveu cerca de quinhentos anos antes de Cristo, para ofender os políticos da modernidade. Mas sempre lhes irei dizendo que nenhum político profissional deveria exercer os seus cargos sem ler o Livro X da República, mormente,  o Capítulo «Platão e a Arte Mimética» Lembro-me dos  diálogos entre os três mais conhecidos pensadores dessa longínqua época: Sócrates, Aristóteles e Platão, em divergências contínuas, face à falta de referências anteriores. Foram eles os pais da oratória, da ciência e da polisseia. Quando recuamos ao período greco - romano, qualquer intelectual invoca este trio que gizou as traves - mestres do conhecimento universal. Entre as aparências e a realidade há um planeta que faz a diferença dos povos. Tal como a fome diverge da fartura, o sol do nevoeiro ou a noite do dia.
O facto de António Costa ter, por sedução, conquistado os votos de toda a esquerda, não deve vangloriar-se, como se tivesse direito a entrar no Guiness Boock. Essa viragem não é mais do que uma certeza das fragilidades da democracia que demonstra ser falaciosa sempre que está minada pelo falta de transparência, caminho aberto à corrupção.
A mensagem de Natal do primeiro ministro, que só chegou a esse cargo por via dessas fragilidades esquerdóides, é falaciosa e por isso enganadora. Passou três anos a gabar-se como campeão, sendo desmentido pela realidade de cada uma das quinhentas e tal greves de todas as classes sociais, num só ano. Nunca, mas mesmo nunca, em Portugal, houve tantas greves, de todos, mesmo de todas as classes, incluindo daquelas que não têm capacidade para se organizarem, como são: as domésticas, os desempregados, os arrumadores de carros, os carteiristas, os assaltantes, os drogados.
António Costa apenas teve jeito e astúcia para seduzir os partidos da esquerda e até os sindicatos. A estes não conseguiu silenciá-los. Mas silenciou os chefes que preparavam os cartazes, berravam através dos megafones, ensaiavam as frases da provocação e da desordem. Só faltou esse frenesim arruaceiro que foi trocado pelos falhanços estrondosos de Pedrógão e de Borba, pelos Roubos de Tancos, pelo desastre do hélicoptero do INEM.
Nunca, em tão pouco tempo, Portugal viu morrer tantos cidadãos inocentes;  tanta promessa incumprida; tanta incompetência encoberta.
Adivinha-se que o novo ano traga mais do mesmo. Temos a maior carga fiscal dos últimos 22 anos. A dívida pública é das maiores do Mundo. Os setores que dependem do Estado gerem o caos. Os hospitais cheios de listas de espera. Alguns, sem nenhum anestesista, como aconteceu na Maternidade Alfredo da Costa, neste último Natal. Na ferrovia é um pandemónio. Este parágrafo  e muito mais, saiu no JN de 27/12. E nessa 2ª página de Nuno Melo, pode  ler-se: «Costa diz que o Estado não tem nada a ver com isso e a Esquerda alega que Portugal está melhor».

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