Hoje o país assistiu, pelas rádios e pelas televisões,
ao "posfácio" de um Estado falhado! Já havia falhado em Pedrógão, em Tancos, em
Borba, com o helicóptero do INEM e por aí adiante. Hoje mostrou, mais uma vez, a sua fraqueza ao colocar
nas ruas mais polícias do que os manifestantes dos coletes amarelos. Mas não
o fez para segurança dos cidadãos ou dos bens materiais. Fê-lo para impedir que
algumas centenas de cidadãos se pudessem manifestar como informa a
Constituição. Aliás como o demonstra a fotografia ao lado. Um cordão de polícias
cumprindo ordens superiores, a cercar um grupo de manifestantes que nunca
usaram a violência, nem palavras de ordem que a ela incitassem. Pelo contrário,
do que os instalados no sistema e os geringonços diziam, aquilo que se ouviu
foi a canção do Zeca!
Apesar de tudo assistiu-se a um protesto nacional, de
norte a sul do país, sempre com manifestantes pacíficos a serem impedidos de se
manifestarem. Se o protesto não teve outras dimensões, foi porque os
camionistas falharam (a grande parte), que o presidente da República teve o
cuidado de controlar dias antes do protesto. E porque colaram a extrema-direita
aos pacíficos coletes que desceram as ruas com a “Grândola Vila Morena” e o
Hino Nacional na boca! Tudo isto para manter o Statu quo dos instalados
em altos índices de CORRUPÇÃO! Não há dia da semana que não salte um caso nas
televisões e nos jornais!
Ganhamos respeito a estes coletes amarelos, pela
atitude pacífica e pelas reivindicações legítimas do seu “rude” manifesto. E
bastava uma das suas reivindicações para com eles estarmos em espirito: A luta
contra a CORRUPÇÃO. E foi esta reivindicação que pôs o estado falhado e
corrupto em acção!
Os políticos (os CORRUPTOS e os não CORRUPTOS) que
estejam atentos: as grandes revoluções começaram assim. Com movimentos
inorgânicos (mas violentos). As organizações vieram depois. Ou será que não
sabem como surgiu o partido de Lenine?
Os ventos que sopram da Europa, principalmente da
França, irão instalar-se no nosso Portugalinho. Aguardem.
O mito de brandos costumes é simplesmente um mito! Criado
no Estado Novo. No início do século passado, os portugueses eram vistos pelas
nações europeias como uns selvagens, que até haviam assassinado um rei. E não
querem que lhes lembre o que se passou nos 16 anos da Primeira República?
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