Quando os coletes
amarelos franceses fizeram, há um mês, os estragos que fizeram,
manifestando-se contra o custo de vida e, em especial, contra o aumento dos
combustíveis, dizia-nos a intuição para escrevermos algo sobre o assunto neste
espaço.
Por prudência,
não o fizemos. Aguardamos um pouco mais para ver no que dava. E deu. Deu
naquilo que prevíramos intuitivamente. Saíram, de novo à rua, durante todo este
mês. E agora exigem aumento dos salários e pensões mais baixas, e a reposição
do imposto sobre fortunas. Às reivindicações justas e decentes, como é óbvio,
juntam-se as vandalizações do costume, com pilhagens e selvajaria, de grupelhos
oportunistas e energúmenos sempre à espreita nestas alturas.
Este conflito
social gravíssimo que dura há um mês (e já não será resolúvel com a conversa fiada do costume) já se
estendeu à Holanda e à Bélgica e, pelos vistos, a Bruxelas (Sexta-feira).
A Portugal vai
chegar mais cedo do que tarde, e com ele vem o tal Diabo, que andou para aí à espreita.
Admiram-se?
Nós não. Ao
contrário do que muitos ensinam, incluindo os manuais escolares, a Revolução Francesa não teve origem nos
tais princípios iluministas (isso veio depois do massacre revolucionário)
agarrados com “unhas e dentes “ pela Maçonaria [Edmund Burke fez a descrição
correcta e séria sobre esta Revolução], teve origem no caminho para a bancarrota da França em 1789, quando Luís
XVI foi obrigado a convocar os Estados Gerais e o parlamento (que já não era
convocado há século e meio) para procurar uma solução para a crise. É que nessa
década (1780-1790), metade do orçamento anual era para pagar empréstimos!
E tudo isso
começou com aquilo que ficou conhecido como a “Bolha do Mississipi”, a maior
crise financeira europeia no século XVIII. Mas que teve origem no território
que daria origem aos Estados Unidos da América. Protagonizada pela Companhia do
Mississípi (uma sociedade por acções, que entrou nas vigarices do costume, da especulação que levam as Nações à ruína), registada em França, em 1717.
Mas esta
história não cabe neste escrito. Aqui apenas cabe aquilo que os coletes
amarelos estão a provocar: a Revolução – as boas vindas ao Diabo! Para
toda a Europa!
Armando Palavras
Armando Palavras
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