domingo, 9 de dezembro de 2018

O Diabo acaba de chegar


Quando os coletes amarelos franceses fizeram, há um mês, os estragos que fizeram, manifestando-se contra o custo de vida e, em especial, contra o aumento dos combustíveis, dizia-nos a intuição para escrevermos algo sobre o assunto neste espaço.
Por prudência, não o fizemos. Aguardamos um pouco mais para ver no que dava. E deu. Deu naquilo que prevíramos intuitivamente. Saíram, de novo à rua, durante todo este mês. E agora exigem aumento dos salários e pensões mais baixas, e a reposição do imposto sobre fortunas. Às reivindicações justas e decentes, como é óbvio, juntam-se as vandalizações do costume, com pilhagens e selvajaria, de grupelhos oportunistas e energúmenos sempre à espreita nestas alturas.
Este conflito social gravíssimo que dura há um mês (e já não será resolúvel com a conversa fiada do costume) já se estendeu à Holanda e à Bélgica e, pelos vistos, a Bruxelas (Sexta-feira).
A Portugal vai chegar mais cedo do que tarde, e com ele vem o tal Diabo, que andou para aí à espreita.


Admiram-se?
Nós não. Ao contrário do que muitos ensinam, incluindo os manuais escolares, a Revolução Francesa não teve origem nos tais princípios iluministas (isso veio depois do massacre revolucionário) agarrados com “unhas e dentes “ pela Maçonaria [Edmund Burke fez a descrição correcta e séria sobre esta Revolução], teve origem no caminho para a bancarrota da França em 1789, quando Luís XVI foi obrigado a convocar os Estados Gerais e o parlamento (que já não era convocado há século e meio) para procurar uma solução para a crise. É que nessa década (1780-1790), metade do orçamento anual era para pagar empréstimos!
E tudo isso começou com aquilo que ficou conhecido como a “Bolha do Mississipi”, a maior crise financeira europeia no século XVIII. Mas que teve origem no território que daria origem aos Estados Unidos da América. Protagonizada pela Companhia do Mississípi (uma sociedade por acções, que entrou nas vigarices do costume, da especulação que levam as Nações à ruína), registada em França, em 1717.
Mas esta história não cabe neste escrito. Aqui apenas cabe aquilo que os coletes amarelos estão a provocar: a Revolução – as boas vindas ao Diabo! Para toda a Europa!                                             
Armando Palavras

Sem comentários:

Enviar um comentário

O excedente e as aldrabices

Todos sabemos qual foi a narrativa em 2015, utilizada pelo dr. Costa para poder formar a geringonça: Troika, Passos, etc. Durante 8 anos...