Por BARROSO da FONTE
O GD de Chaves é a mesma vítima da época de
1972/1973. O último jogo em Alvalade, foi uma roubalheira de bradar aos céus.
Se fosse em Chaves, o árbitro não teria mostrado o cartão vermelho que mostrou
a William. Quando muito mostraria um amarelo. E, mais grave do que isso, o
penálti que deu a vitória ao Sporting, só o Sr. Tiago Martins, o viu. Que ele
esteve feito com a máfia desse jogo, para entrar na festa do Tiago Fernandes,
adivinha-se. Mas que ele nem quis ver o Vídeo Árbitro, toda a gente percebeu. E
que 97% dos inquiridos no programa da SIC, da 3ª feira seguinte, testemunharam
esse «roubo de igreja», foi confirmado nesse programa televisivo. Tiago Martins
nunca mais deveria arbitrar jogos desta responsabilidade, antes deveria ser
julgado pelos tribunais cíveis.
Esse
alfacinha, certamente não conhece o «boi do povo» - figura proeminente das
Terras de Barroso, à qual Miguel Torga, proclamou o símbolo do poder másculo e
fertilizador providencial da inconfundível vitela Barrosã. Se isto acontecesse
em Trás-os-Montes, Tiago Martins, teria que dormir com o boi do povo que se distingue do touro comum,
por ser cabresto ou quilhudo (por ser de cobrição). Essa tradição recrutou-se
nos costumes de quem busca namoro em terra alheia.
Certamente,
depois deste «roubo» que fez aos Transmontanos, a vítima desceu ao último
lugar. Ficou no fundo da tabela, talvez para o resto da temporada. Dava-lhe um
conselho: deixe a arbitragem e procure enaltecer a sua vaidade, em trabalho
vulgar. Aprenda a ser homem mas em lugares do rés- do-chão. O Sr. nem se deu ao
cuidado de ver o VAR. Talvez para confirmar que
era «o dono» daquela grandeza toda. Não lhe ficava mal, porque mostrava
ser humilde. Já tinha cometido um erro grave ao expulsar um atleta à equipa
mais débil. Se fosse ao contrário não faria tal asneira, porque um simples
cartão amarelo, já seria forçado. Mas não lhe garantiria o resultado de que o
Sporting precisava. O Sr. Tiago Martins mostrou que em campos de muito público,
aprecia imenso os aplausos. Gosta de palmadinhas nas costas como o boi do Povo
da minha Terra. Mas até nisso o Sr Martins
não se corrige, nem com os erros
grosseiros.
Nessa
altura do jogo, ou aparecia um golo aos trambolhões, ou o Sporting empatava. E
a sua passagem por Alvalade não «salvaria», nem os lisboetas, nem os
sportinguista, nem sequer os apoiantes de Bruno de Carvalho que deixaram as
cadeiras vazias. Por isso se pôs a jeito de fazer o jeito ao Sporting. Depois deste «assalto» à equipa
do Chaves que aqui defendo, ao acusar o árbitro que teve uma prestação
miserável, quero que saiba que ninguém me incumbiu desta reprimenda. Só me
represento a mim próprio e numa idade em que muitos já fizeram as trouxas para a viagem final. Um conselho lhe quero
deixar: a maior parte dos Lisboetas não conhece o país real. E são,
habitualmente, esses engravatados que tentam espezinhar os «parolos» da
Província, sempre que estes por aí aparecem a fazer-lhes sombra. Muitos desses
que brincam com os «provincianos» costumam exercer essa raiva com o «poder«
efémero que têm, em ocasiões como esta. As arbitragens desportivas são exímias
nesse tipo punições. Mas a paciência tem limites. E um dia destes pode
acontecer que um «transmontano escravizado» pelas injustiças da política, do
poder económico ou de qualquer outra atividade laboral, perca as estribeiras e
cause perturbações públicas. Rogo, como sempre roguei aos meus pacientes
leitores que combatam esta eventualidade. Perderíamos todos a razão. E nós os
Transmontanos, anteriores à geração da guerra do Ultramar, temos sido
ignorados, maltratados, ofendidos, pelo facto de saberem que somos ordeiros,
hospitaleiros e leais, incapazes de fazer greves, barricadas ou tumultos
públicos.
A
liberdade democrática, contudo, já permitiu exageros de grupos impensáveis,
excessos nunca vistos e originalidades que envergonham os próprios naturais.
Não esqueçam que foi por aqui que nasceu Portugal, em 868 com Vímara Peres e em
1096 com D. Teresa e o Conde D. Henriques.
Também
foi por aqui (na época de 1972/73) que se deu o maior distúrbio público por
causa da corrupção no futebol. Era presidente do Congresso (em 1973) o Dr.
Leite Faria que teve de resolver os escândalos da Praça da Alegria, para
integrar o Chaves, o Aves e Lourosa. Foi nessa época que i número de Clubes
subiu de 12 para 16.
Fui
processado pela FPF como dirigente do Chaves, pelo processo nº 219/Disc de
10/9/1973 e amnistiado em 15/5/1974 no mesmo processo.
Em
2013 publiquei um volume com 150 páginas, onde reproduzo, à base dos recortes
da imprensa da época esse «Caso que abalou o futebol Português». Liderei
esse processo». E nesse livro provo e
comprovo as misérias da modalidade, após uma época que deu para conhecer as
manhas, todos os truques e os malabarismos que melhoraram mas que teimam em favorecer
os poderosos, à custa da exploração dos clubes periféricos.
Barroso
da Fonte
Nota
ao texto
Curiosamente, em 1972/73, o norte do País viveu quase
três meses (a época do Defeso) em estado de sítio porque o Desportivo de
Chaves ganhou o campeonato nacional da 3ª Divisão. Mas Marcelo Caetano
organizou um congresso da ANP em Aveiro. E para compensação aos Aveirenses, fez
com que o clube de Lourosa (que estava na 3ª divisão) ganhasse na Secretaria
dois jogos que tinha perdido no campo, com o Valpaços e sob a alegação de que
os Valpacenses tinham jogado com 2 atletas mal inscritos. Graças a esses pontos
o Chaves perdia o campeonato e passava para 2ª lugar. O Desportivo das Aves que
ficara em 2º lugar descia para 3º. O Lourosa que ficara em 3º passava para 1º.
Os 2 clubes lesados saíram à Rua e a Polícia de Choque
veio do Porto para controlar os distúrbios. Teve pela Frente os Militares de
Chaves e até prenderam um Juiz que na manhã seguinte julgou os polícias. Só a
15 dias do início do campeonato o conflito Desportivo foi resolvido por via
do Alargamento. Por ter sido João Barroso da Fonte o vice-Presidente do Chaves e ser
jornalista, a FPF processou-o. E meses depois foi amnistiado.
Em 2013 João Barroso da Fonte reuniu tudo em livro,
com os recortes dos jornais diários fac-similados.
O árbitro deste Jogo Sporting- Chaves passou uma
rasteira ao Clube Transmontano.
Assim, o Doutor Barroso da Fonte, entendeu lavrar este protesto que me enviou, com 3 anexos para usar como bem entender.
Assim, o Doutor Barroso da Fonte, entendeu lavrar este protesto que me enviou, com 3 anexos para usar como bem entender.
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