NOTA de PESAR
Cara(o) Consócia(o),
É com sentimento de tristeza que damos nota do falecimento do nosso saudoso associado João António Vicente.
O velório vai ser na Segunda-Feira dia 8 do corrente mês a partir das 11 horas da manhã com cremação as 16 horas no Centro de Cremação da Quinta do Conde de Palmela.
A Direção da CTMAD endereça à família, amigos e Conterrâneos as nossas sentidas condolências!
Nota: Em anexo texto " In Memorian de João António Vicente"
Hirondino Isaías
919 674 044
Saudações Transmontanas e Durienses
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Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro
Campo Pequeno, 50 - 3º Esq.
1000-081 Lisboa
IN MEMORIAM DE JOÃO ANTÓNIO VICENTE
Os
dias que vamos passando, esperando sempre que tudo corra bem, muitas vezes
trazem-nos os amargos de boca ao depararmos com situações para as quais não
estamos preparados por mais que saibamos que mais cedo ou mais tarde, por uma
coisa ou por outra, com uma desculpa ou uma satisfação, o inevitável acaba por
acontecer.
No
sábado dia 6, ao início da tarde, recebi um SMS, que eu desejava sempre que não
viesse ou que demorasse a chegar.
E a
notícia caiu no meu telemóvel crua e fria e seca. Dizia assim: “Lamento
informar Botelho mas o meu pai morreu. Se puderes avisa os amigos. Patrício”
E
pronto estava terminado o desejo de que esta mensagem não chegasse.
Tinha
a esperança de que não chegaria ainda. Formulava o desejo de que ele melhorasse
e ainda nos pudesse acompanhar por muitos e bons anos nos nossos convívios e
tertúlias.
E
assim de um momento para o outro deixei de sentir o João Vicente junto de nós
fisicamente para o elevarmos a outro estádio de amizade e sublimação de
presença.
E
foi o fim de mais uma luta contra uma doença que consome silenciosamente e
quando menos se espera aparece com tudo de mau que tem e vai minando a saúde, a
resistência física e a força anímica de lutar contra ela.
Ao
João António Vicente, não foi a polícia política de um estado ditatorial que o
destruiu ou derrubou.
Contra
esses soube sempre ardilosamente enganar, tornear, ludibriar, gozar até, pois
que nunca conseguiram torcer a sua força indómita de liberdade, de
solidariedade e de democracia.
Desde
os tempos idos do congresso da oposição que o João António Vicente começou a
aprendizagem dos princípios democráticos
e de serviço da causa libertária, que juntamente com outros companheiros em
prol de uma sociedade mais justa encetou uma guerra surda contra um regime
caduco e sectário, perseguindo quem se lhes opunha.
A
sua militância na CDE e mais tarde no MDP/CDE e a clarividência das suas ideias
davam-lhe aquela força com que enfrentava as batalhas que lhe travavam a
trajectória.
Nascido
em Nozedo de Baixo, Vinhais, cedo se lançou na cruzada da luta contra o estado
novo e a sua polícia política.
A
sua formação académica, adquirida na Escola de Regentes Agrícolas de Santarém,
abriram para ele as portas do mundo do trabalho.
Na
altura em que terminou o seu curso, estava em pleno funcionamento e laboração o
Complexo Agro Industrial do Cachão.
O
sector de horto-fruticultura ganhou com o João Vicente e com a sua jovem esposa
Maria Augusta Peixoto a Bia, filha de Mirandela, uma equipa que muito fez pelo
sector em Trás os Montes.
Daqui
para delegado técnico da SAPEC, foi um ápice e dentro da própria empresa o
reconhecimento técnico e o chamamento para chefiar o sector dos delegados não
foi por outra coisa que não por mérito.
O
25 de Abril apanhou-o em Mirandela e foi dos mais activos na consolidação da
democracia a partir dessa data histórica.
O
seu pensamento e a sua voz avalisada, bem como a sua capacidade de negociador
fizeram com que granjeasse amizades, mas também alguns ódios de estimação.
Em
Mirandela, passou por tudo algumas associações, mas como o seu hobby principal
era o futebol, foi durante alguns mandatos o presidente do Sport Clube de Mirandela.
Após
o 25 de Abril, regressou ao Complexo do Cachão como membro do seu Conselho de
Administração.
Depois
da aposentação na SAPEC, continuou activo, criando uma empresa de jardinagem.
Sócio
da Casa de Trás os Montes e Alto Douro de Lisboa, pertencia à Tertúlia
Mirandelense e Transmontana e sempre que solicitado colaborava em eventos na
Casa de todos os transmontanos em Lisboa.
Politicamente
foi durante muito tempo elemento da comissão nacional do MDP/CDE e mais tarde
da Intervenção Democrática.
Mesmo
já com a doença declarada continuava a desempenhar as suas funções políticas.
Pai
de dois filhos, com dois netos, vivia em Azeitão, onde a sua porta estava
sempre aberta para os amigos e conhecidos.
Ironicamente,
com uma vida de luta contra os seus adversários políticos, foi um vil cancro
pulmonar que o destruiu.
Nós
perdemos um amigo e companheiro sempre pronto para ajudar e colaborar com os
projectos que lhe eram colocados.
O
seu velório foi no centro crematório da Quinta do Conde – Setúbal e decorreu na
segunda-feira, seguido da cremação do corpo.
À
família e amigos apresentamos os nossos sentidos pêsames.
Eduardo
Botelho
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