domingo, 7 de outubro de 2018

IN MEMORIAM DE JOÃO ANTÓNIO VICENTE

NOTA de PESAR

Cara(o) Consócia(o),

É com sentimento de tristeza que damos nota do falecimento do nosso saudoso associado João António Vicente.
O velório vai ser na Segunda-Feira dia 8 do corrente mês a partir das 11 horas da manhã com cremação as 16 horas no Centro de Cremação da Quinta do Conde de Palmela.
A Direção da CTMAD endereça à família, amigos e Conterrâneos as nossas sentidas condolências!
Nota: Em anexo texto " In Memorian de João António Vicente"
                Hirondino Isaías
                   919 674 044 
Saudações Transmontanas e Durienses

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Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro
Campo Pequeno, 50 - 3º Esq.
1000-081 Lisboa


IN MEMORIAM DE JOÃO ANTÓNIO VICENTE

Os dias que vamos passando, esperando sempre que tudo corra bem, muitas vezes trazem-nos os amargos de boca ao depararmos com situações para as quais não estamos preparados por mais que saibamos que mais cedo ou mais tarde, por uma coisa ou por outra, com uma desculpa ou uma satisfação, o inevitável acaba por acontecer.
No sábado dia 6, ao início da tarde, recebi um SMS, que eu desejava sempre que não viesse ou que demorasse a chegar.
E a notícia caiu no meu telemóvel crua e fria e seca. Dizia assim: “Lamento informar Botelho mas o meu pai morreu. Se puderes avisa os amigos. Patrício”
E pronto estava terminado o desejo de que esta mensagem não chegasse.
Tinha a esperança de que não chegaria ainda. Formulava o desejo de que ele melhorasse e ainda nos pudesse acompanhar por muitos e bons anos nos nossos convívios e tertúlias.
E assim de um momento para o outro deixei de sentir o João Vicente junto de nós fisicamente para o elevarmos a outro estádio de amizade e sublimação de presença.
E foi o fim de mais uma luta contra uma doença que consome silenciosamente e quando menos se espera aparece com tudo de mau que tem e vai minando a saúde, a resistência física e a força anímica de lutar contra ela.
Ao João António Vicente, não foi a polícia política de um estado ditatorial que o destruiu ou derrubou.
Contra esses soube sempre ardilosamente enganar, tornear, ludibriar, gozar até, pois que nunca conseguiram torcer a sua força indómita de liberdade, de solidariedade e de democracia.
Desde os tempos idos do congresso da oposição que o João António Vicente começou a aprendizagem  dos princípios democráticos e de serviço da causa libertária, que juntamente com outros companheiros em prol de uma sociedade mais justa encetou uma guerra surda contra um regime caduco e sectário, perseguindo quem se lhes opunha.
A sua militância na CDE e mais tarde no MDP/CDE e a clarividência das suas ideias davam-lhe aquela força com que enfrentava as batalhas que lhe travavam a trajectória.
Nascido em Nozedo de Baixo, Vinhais, cedo se lançou na cruzada da luta contra o estado novo e a sua polícia política.
A sua formação académica, adquirida na Escola de Regentes Agrícolas de Santarém, abriram para ele as portas do mundo do trabalho.
Na altura em que terminou o seu curso, estava em pleno funcionamento e laboração o Complexo Agro Industrial do Cachão.
O sector de horto-fruticultura ganhou com o João Vicente e com a sua jovem esposa Maria Augusta Peixoto a Bia, filha de Mirandela, uma equipa que muito fez pelo sector em Trás os Montes.
Daqui para delegado técnico da SAPEC, foi um ápice e dentro da própria empresa o reconhecimento técnico e o chamamento para chefiar o sector dos delegados não foi por outra coisa que não por mérito.
O 25 de Abril apanhou-o em Mirandela e foi dos mais activos na consolidação da democracia a partir dessa data histórica.
O seu pensamento e a sua voz avalisada, bem como a sua capacidade de negociador fizeram com que granjeasse amizades, mas também alguns ódios de estimação.
Em Mirandela, passou por tudo algumas associações, mas como o seu hobby principal era o futebol, foi durante alguns mandatos o presidente do Sport Clube de Mirandela.
Após o 25 de Abril, regressou ao Complexo do Cachão como membro do seu Conselho de Administração.
Depois da aposentação na SAPEC, continuou activo, criando uma empresa de jardinagem.
Sócio da Casa de Trás os Montes e Alto Douro de Lisboa, pertencia à Tertúlia Mirandelense e Transmontana e sempre que solicitado colaborava em eventos na Casa de todos os transmontanos em Lisboa.
Politicamente foi durante muito tempo elemento da comissão nacional do MDP/CDE e mais tarde da Intervenção Democrática.
Mesmo já com a doença declarada continuava a desempenhar as suas funções políticas.
Pai de dois filhos, com dois netos, vivia em Azeitão, onde a sua porta estava sempre aberta para os amigos e conhecidos.
Ironicamente, com uma vida de luta contra os seus adversários políticos, foi um vil cancro pulmonar que o destruiu.
Nós perdemos um amigo e companheiro sempre pronto para ajudar e colaborar com os projectos que lhe eram colocados.
O seu velório foi no centro crematório da Quinta do Conde – Setúbal e decorreu na segunda-feira, seguido da cremação do corpo.
À família e amigos apresentamos os nossos sentidos pêsames.
Eduardo Botelho

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  Jorge Lage, in: Noticias de Mirandela